Praia de Iracema
Paulo Ximenes*
Ao saudoso menino
Jorge Leandro (2014)
De bela, por ser
tão bela,
do encanto, por
puro encanto,
o estrondo das
ondas
arremessando-se
contra as pedras
enlouquecia os
poetas.
E o cheiro do
mar
salso-lodoso
invadia as
esquinas,
matava os
boêmios...
Jorge, curumim
ardido de sol
rasgava o mar à
nado
e vadeava nu
pelas pontes
sob quais
longarinas
dançavam também os
golfinhos.
De relance...
Vulpt!!!
Luzes de neon,
aterros, gringos
restaurantes,
boates, bordéis...
Amigo Jorge,
Acabou-se a sua Praia dos Amores
rodeada dos
feitiços que ela tinha,
lacerada pelo
progresso em vil non-sense.
Não lhe
pouparam, ao menos, a piscininha
tão inocente,
como foram as suas dores,
e as saudades
medonhas das tardinhas
onde o desplante
varonil quase circense
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