RAIMUNDO MESQUITA
REDIVIVO
REDIVIVO
Vianney Mesquita*
Deus disse ao homem: faço-te dano porque te
curo, e envio-te o meu castigo porque te amo. (Rabindranath Tagore).
No
dia 25 transato, dia de Natal, meu irmão (um dos doze), o cirurgião-dentista
Raimundo Campos Mesquita, ia chegando à noitinha em casa com sua mulher, a
Luizete, tendo escorregado da escada e se projetado de uns doze metros.
Fraturou, então, a C-7, a derradeira das sete vértebras cervicais, no tronco do
pescoço, logo acima do primeiro espôndilo torácico.
Ao
chegar ao hospital, foi aventada a ruim ideia, pela gravidade do acidente, de
ele ficar paralítico dos membros superiores, com possibilidade de chegar à
tetraplegia, assumindo a perigosa injúria de sobejar, também, prejudicados os
conjuntos das pernas – fato a deixar apavorados todos os da família.
A
cirurgia foi procedida no dia 27, quarta-feira, pelos facultativos-cirurgiões
da melhor crase – os conhecidos doutores Parahyba – a qual resultou no máximo
sucesso, estando agora o paciente, a despeito de muitas dores, despossuído, em
tese, do perigo há pouco apontado, recuperando-se a fim de ir para casa.
Os
trabalhos cirúrgicos foram acompanhados de perto, a fim de transmitir os dados
para a família, por meus irmãos, o cirurgião-cardíaco Fernando Mesquita e o
nefrologista Paulo César Mesquita.
Preparei
para ele este soneto, que lhe tirou lágrimas, ajudadas pelas suas dores.
Dois
mil e dezessete, no Natal,
Quando
subiu sem cuidado estratégico,
Raimundo
quase assenta paraplégico
Ao
romper a coluna cervical.
Espôndilo
do colo é o mais enérgico,
A
C7 – ossículo vertebral –
Cuja
rotura deixa tetraplégico –
Isto
se o caso não sobrar fatal.
Os
Parahybas, de vitórias tantas,
–
Oh, Ser Humano, tu não os suplantas –
Na
quadra exata em que Jesus nasceu.
Cirurgiões
são de mãos sacrossantas,
E
de seus bisturis fizeram mantras.
Então,
o Dr. Mesquita reviveu.