sexta-feira, 29 de abril de 2022

NOTA ACADÊMICA - ACLJ - A Undécima Pedra

 ACLJ
A UNDÉCIMA PEDRA NO MONUMENTO DA HISTÓRIA


A Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (cujo nome sintético é a sigla não silábica “ACLJ”) completa, neste próximo 4 de maio, 11 anos de instalada. 

Esta Instituição undecenária se pode dizer hendecacampeã, porque vencer cada ano de existência é uma grande proeza para uma confraria literária. 




A ACLJ foi instalada no auditório da Associação Cearense de Imprensa (ACI), na Rua Floriano Peixoto 735, em 2011, contando com 33 componentes no seu grupo inaugural.


Empossou mais dois membros titulares em junho, e outros cinco em dezembro do mesmo ano, completando assim a sua quadraginta numerati, sob a presidência do Professor Doutor Rui Martinho Rodrigues.













A sede social da entidade (a única academia de jornalistas do Brasil) se transferiu em 2015 para o Palácio da Luz, acolhida naquele silogeu pela vetusta e veneranda Academia Cearense de Letras.
 

Nesse período de 11 anos elegeu e deu posse a 20 Membros Beneméritos, dentre os maiores mecenas cearenses, dos  quais 6 já faleceram, cinco não se afeiçoaram ao convívio acadêmico, e 9 permanecem vivos e ativos entre os seus quadros de honra. 

Também tomaram posse 35 Membros Honorários, 4 membros correspondentes e 3 Membros Consortes, que hoje se reduzem a apenas 2. Dos 40 titulares fundadores, 20 faleceram, ou se desligaram, ou foram sublimados para dignidades honoríficas. 

Presentemente a ACLJ conta com 34 titulares, estando vagas 6 de suas cadeiras numeradas. 









A efeméride natalícia da ACLJ será comemorada na sua 11ª Assembleia Geral Aniversária, na noite do próximo dia 04, no Palácio da Luz, solenidade a que são convocados todos os Membros Titulares – dispensados apenas os que apresentarem justa causa. 

Na pauta do cerimonial consta a posse do empresário Ricardo Cavalcante, atual Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), na dignidade de Membro Benemérito, proposto pelo Membro Titular Cândido Albuquerque, Magnífico Reitor da UFC.


 

O segundo item da pauta será a outorga da Medalha Evaldo Gouveia aos quatro compositores cearenses contemporâneos nacionalmente projetados – Raimundo Fagner, Ednardo, Fausto Nilo e Belchior (in memoriam). 

Fechando a solenidade, a Camerata da Unifor executará o Cântico Acelejano, ainda inédito, cantado pelo Maestro César Barreto, música composta para a ACLJ pelo Membro Benemérito Evaldo Gouveia, falecido em 2020.


 







A letra do Cântico Acelejano foi elaborada a quatro mãos pelo Presidente Reginaldo Vasconcelos e o Maestro Potiguar Fontenele, que também produziu o arranjo musical, com valorosos retoques do Maestro César Barreto. 

Concluída a cerimônia, será servido lauto coquetel nos salões do Palácio da Luz, por cortesia da Fiec. 







OBS.: As imagens não estão em ordem cronológica, mas dispostas em "voo de borboleta" sobre o passado da ACLJ.   


segunda-feira, 25 de abril de 2022

NOTA ACADÊMICA - Reunião Tiradentes

 REUNIÃO
TIRADENTES




O “Núcleo Duro” da ACLJ, formado por componentes da Decúria Diretiva, reuniu-se presencialmente neste sábado, 23 de abril, na Tenda Árabe, para uma feijoada, e para conversar sobre a 11ª Assembleia Aniversária da ACLJ.

Presentes os acadêmicos Arnaldo Santos, Altino Farias, Sávio Queiroz Costa, Adriano Vasconcelos, Rui Martinho Rodrigues, Pedro Bezerra de Araújo, Vicente Alencar, Humberto Ellery e Reginaldo Vasconcelos.

Ainda nas comemorações do aniversário da Inconfidência Mineira, marcada pelo feriado do dia  21, movimento pela qual foi trucidado, em 1792, o patriota Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, a ele foi dedicada a reunião. 

domingo, 24 de abril de 2022

POEMA - Benção (PN)

BENÇÃO
Pierre Nadie*
  

BRASIL, terra da Santa Cruz
País, cheio de Nações
Sonhos te acompanharam mil
Gostaria de dar-te felicitações
Mas muitos querem-te vil.

 

Descobre-te de novo
Teus sonhos varonis
Fecundem almas probas
Liberdade, liberdade
Abre, ó meu Brasil,
Suas asas sobre nós
E que Deus
Lá dos céus
Abençoe todos nós!


ARTIGO - O Crepúsculo da Democracia (RMR)

 O CREPÚSCULO
DA DEMOCRACIA
Rui Martinho Rodrigues*

 

A lisura do processo eleitoral francês foi posta em dúvida. É mais uma democracia sob suspeita. Os EUA sofreram o mesmo desgaste. A consulta popular sobre o Brexit não foi pacificamente acatada no democrático Reino Unido. Prevaleceu depois forte resistência. As eleições de 2016, nos EUA, suscitaram ideias separatistas por parte dos inconformados com a vitória de Trump.

A exacerbação de ânimos afeta a política em todo o mundo. Quando as paixões entram em cena a razão é excluída. A democracia teria começado, segundo Oliver Nay (1968 – viva), na obra “História das ideias políticas”, quando os gregos resolveram substituir a força pela argumentação racional nas decisões políticas. Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), na obra “A política”, descreve os regimes políticos como cíclicos, identificando a fase decadente deles. A democracia tenderia, na fase decadente, para a demagogia. Norberto Bobbio (1909 – 2004), na obra “A era dos direitos”, manifestou temor de que o excesso de demandas sufoque a democracia. 

A passionalidade é veneno para a democracia. O Estado democrático está envenenado. Demandas crescentes lançadas sobre os ombros do Estado Provedor ameaçam o equilíbrio fiscal, a estabilidade financeira e consequentemente a democracia. O excesso de demandas inclui, entre outras coisas, uma certa dose de demagogia. O equilíbrio necessário ao exercício da democracia exige um sistema de freios e contrapesos, tal como formulado por Charles-Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689 – 1755), ao refinar contribuições de Aristóteles e a John Locke (1632 – 1704). 

O equilíbrio começa nos fundamentos da ordem democrática. Bobbio afirma, na obra “Teoria geral da política”, que o Direito e a política precisam formar uma legitimidade circular como fundamento recíproco. O cosmocentrismo dos gregos limitava o poder do assembleísmo da ágora. Não há democracia sem limitação do poder. Antígona adverte Creonte lembrando leis eternas (Sófocles, 497 a. C. – 407 a.C. em “Édipo Rei). Hans Kelsen (1881 – 1973) buscou, na Teoria pura do Direito, um freio para o democratismo na norma hipotética fundamental, fundamento de validade dos atos legislativos e da ação judicante. 

Todo poder emana do povo é um democratismo absolutista. Ao atribuir todo poder aos soviets (Vladimir I. Ulianov, Lênin, 1870 – 1924, na obra “O Estado e a Revolução) pensava nos soviets controlados conforme o “centralismo democrático”, que nada tem de democrático, descrito em “O que fazer”, outra obra dele. O sistema de freios e contrapesos é o meio de conter a tendência do poder para a expansão. 

O neoconstitucionalismo amparado nas constituições analíticas, programáticas e dirigentes, reforçadas pela Nova Hermenêutica Constitucional transformaram o STF em poder absoluto, eufemisticamente um “poder moderador”. Não esqueçamos que o poder corrompe e o poder absoluto corrompe de modo absoluto (Lord John Dalberg-Acton, 1834 – 1902).

A fragilidade do Legislativo e conflagração da sociedade fecharam os nossos olhos para ativismo judicial, um tenentismo de toga que destrói a segurança jurídica de todos os brasileiros. Ninguém está a salvo quando o absolutismo se instala. A interpretação conforme [o entendimento do STF] e a mutação constitucional permitem ao STF dizer que pau é pedra, conforme expressão popular. Isso não salva a norma alegadamente inconstitucional. Quem diz que pau é pedra não está salvando nada, mas substituindo, contrariamente ao que é alegado. Está legislando positivamente, violando a divisão das funções do Poder.


sexta-feira, 15 de abril de 2022

CRÔNICA - Homenagem à Minha Mãe (PN)

 HOMENAGEM
À MINHA MÃE
Pierre Nadie*



Permita-me partilhar esta homenagem à minha mãe:

À minha mãe, eternamente.

Todos morremos. 

Alguns morrem sem comiseração, outros morrem sem saber, outros morrem porque chegam ao fim da vida. Há, porém, os que morrem numa primavera e não num verão, mesmo estando no seu outono. 

Recordo-me daquela primavera, que levou minha mãe. Não, não a levou, nela minha mãe navegou, em sua última viagem triunfal, para mim tristeza e saudade, para ela alegria eterna, glória inaudita. 

Hoje, minha querida mãe faria 106 anos, se estivesse entre nós. Esta mulher trazia na alma sua grande fé, era uma mãe acima de qualquer suspeita. Tinha um sorriso acolhedor, um abraço carinhoso, uma serenidade no olhar e uma calma e tranquilidade no agir. Uma doçura angelical em sua voz. 

Minha querida mãe era uma mulher íntegra, uma esposa dedicada. Quantas vezes não a vi serenizar a ansiedade de meu pai, diante de injunções da vida, causada, muitas vezes, por pessoas próximas! Sua alma de fé, previdente e plena de afeto e devoção à Mãe de Deus, era capaz de enfrentar trovões e tempestades com um sorriso, inda que trêmulo, mas confiante e sereno. 

Minha mãe tinha o ardor de uma guerreira santa. De oração frequente, missa dominical e cultivava um grande amor aos esmoleres, que frequentavam nossa casa, tratando-os com dignidade. 

Minha mãe suportava as limitações normais à vida com um sorriso nos lábios e com uma esperança no coração. Visitava com frequência nossos parentes na vizinhança e tinha uma aura positiva de fé e amor. 

Sua morte foi uma passagem gloriosa para o colo de Deus e os braços de Maria Santíssima. Ela ouviu uma voz que a chamava do alto e disse ao papai que ia partir. Na madrugada desse mesmo dia, sentindo a agonia final, sentada na cama, solicitou ao papai que ligasse o ventilador, pediu-lhe perdão se em algo lhe tinha magoado, rezou com ele o Pai-Nosso. E, quando meu irmão chegou para levá-la ao hospital, ela já tinha adentrado na eternidade. 

Minha santa mãe, renovo meu amor à senhora. E daqui deste pedaço de chão, levanto meu olhar, elevo meu espírito para juntar-me à alegria, que a senhora já desfruta no Paraíso. 

Suplica por nós. Olha para nós. 

Mãe, te amo e te amarei para todo sempre. 

Obrigado por me teres dado a vida, este dom maravilhoso e eterno de Deus!

quinta-feira, 14 de abril de 2022

RESEHA - Reunião Virtual da ACLJ (13.04.2022)

 REUNIÃO VIRTUAL DA ACLJ
   (13.04.2022)





PARTICIPANTES

Estiveram reunidos na conferência virtual desta quarta-feira, que teve duração de uma hora, seis acadêmicos e um convidado especial. O Jornalista e Advogado Reginaldo Vasconcelos, o Agrônomo e Professor Luiz Rego Filho (Do volante do seu carro, em Rio das Ostras - RJ), o Especialista em Câmbio e Comercio Exterior Stenio Pimentel (Rio de Janeiro - RJ), o Arquiteto e Artista Plástico Totonho Laprovitera, o Empresário e Bibliófilo José Augusto Bezerra, o Agrônomo e Poeta Paulo Ximenes, o Magistrado Emérito, Professor e Advogado Aluísio Gurgel e o Advogado Betoven Oliveira.

Esta reunião teve a característica curiosa de, por acaso, não contar com os seus participantes mais assíduos, entretanto ter recebido alguns dos menos frequentes e de outros que se haviam retraído por razões particulares.  
  


TEMAS ABORDADOS

Na reunião virtual da ACLJ desta quarta-feira os participantes se dedicaram ao  extenso tema dos preparativos da Assembleia Geral Aniversária da ACLJ, prevista para a noite do dia 04 de maio. 


A referida Assembleia Geral será comemorativa aos 11 anos de instalação da ACLJ, oportunidade em que tomará posse como 21º Membro Benemérito o empresário Ricardo Cavalcante, Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, o 10º entre os que se mantêm ativos  subtraídos os saudosos e sempre lembrados Membros Beneméritos Históricos, que fizeram a passagem para o Éden, e os que não se afeiçoaram ao convívio social da Entidade.

Na mesma oportunidade, será outorgada a Medalha Evaldo Gouveia aos quatro  mais ilustres compositores cearenses contemporâneos, o Raimundo Fagner, o Ednardo, o Fausto Nilo e Belchior (in memoriam).

 

A ACLJ instituiu comendas tendo como paraninfos os dois acadêmicos veteranos da ACLJ falecidos no recesso da pandemia, Augusto Borges e Evaldo Gouveia, o primeiro deles a Medalha Comunicador Augusto Borges, entregue em dezembro último a três grandes jornalistas cearenses – Arnaldo Santos, Lúcio Brasileiro e Cid Carvalho  – e o outro a Medalha Evaldo Gouveia, destinada aos seus principais colegas de trabalho conterrâneos.

Stênio Pimentel, na sequência, narrou de como combateu contra uma Kombi desgovernada que o atacou sobre a calçada, na segunda-feira passada, no Rio de Janeiro, episódio em que, em defesa da sua mulher que o acompanhava, Dona Thereza, ele se manteve na linha de fogo, enfrentando ainda uma árvore centenária e levando a nocaute a sua mureta protetiva. Ave Stênio! 



Aluísio Gurgel performou musicalmente, cantando um samba de sua autoria que acabara de compor, intitulado "Deu em Samba". Aluísio é poeta bissexto e exímio violonista, embora, como confessou, tão pouco tem praticado que já não tem mais calos nos dedos.
 

Deu em samba

 Ingrato aquele amor que te pediu

Um tempo prá dizer se ainda voltava

Juntou as catrevagens e sumiu

Deixando indecisão em quem amava

 

A dor, num respeitável cumprimento

Chegou e fez-se boa companheira

Doeu até o fim do sofrimento

Foi como se doesse a vida inteira


A lágrima escorrida pela face

Deixou mitigação ao que bastasse

Criou um apanágio prá razão

“O ingrato só merece a ingratidão!” (bis)


José Augusto Bezerra relatou o trabalho intelectual e jornalístico que tem executado para a TV Assembleia, um documentário sobre os 200 anos da Proclamação da República, coordenado pela jornalista Ângela Gurgel, e sob o comando do nosso confrade Arnaldo Santos, Diretor daquela emissora. 

José Augusto também informou sobre a exposição denominada "100 Anos da Semana de Arte Moderna" que está em curso no Espaço Cultural Unifor, tendo-se decidido programar uma visita coletiva da ACLJ a essa mostra.   


DEDICATÓRIA
 

A reunião virtual desta quarta-feira, dia 13 de abril de 2022, foi dedicada ao poeta cearense Carlos Emílio Corrêa Lima, Doutor em Letras, agitador cultural, frequentador eventual das Terças Culturais da Embaixada da Cachaça, falecido no dia 02 de abril, aos 66 anos. Boêmio notório, Carlos Emílio tinha a marca biográfica de ser filho da Miss Ceará e Miss Brasil Emília Barreto Correia Lima, eleita no ano de 1955, também falecida neste ano de 2022 (04 de fevereiro).