quinta-feira, 30 de agosto de 2018

RESENHA - Programa Da Hora - 28 e 30.08.18

PROGRAMA “DA HORA”
APRESENTADOR
ALFREDO MARQUES
TV UNIÃO
28 E 30.08.18


O Programa Da Hora  que vai ao ar, ao vivo, de segunda a sexta-feira, às 12:30h, com reprise às 18:30h, pela TV União (Canal 17.1 na TV aberta e 521 na Multiplay)  na edição desta última terça-feira (28.08) foi entrevistado o General Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. 

















Participaram o apresentador titular Alfredo Marques, os também advogados Roberto Pires e Djalma Pinto, e a Cientista Política Carla Michele Quaresma.



O militar da reserva se mostrou uma pessoa muito leve e objetiva, falando sobre a excelência do ensino militar que o seu eventual governo aplicará na escola pública nacional. 

Segundo exemplificou, de nada adianta instituir cotas universitárias se as pessoas chegam ao ensino superior sem dominar conteúdos indispensáveis aos estudantes do ensino fundamental e médio, em face da má qualidade das escola públicas. Referiu a cadetes das Forças Armadas que chegam ao ensino superior sem a instrução primária imprescindível.

Questionado a respeito pelo Professor Djalma Pinto, defendeu que o ensino público deveria ter a mesma qualidade do privado, de modo que os filhos da pobreza tenham acesso à universidade gratuita por mérito – enquanto os alunos de classe média tivessem que pagar – e deu o exemplo dos seus próprios filhos, que fizeram faculdades de graça, quando poderiam ter pago – o que não poderiam fazer, mesmo que quisessem.

Perguntado pelo apresentador Alfredo Marques sobre a defesa que ele tem feito da ditadura militar, usando da democracia para atacar a democracia, o General Mourão respondeu que no período de exceção houve mesmo autoritarismo, tortura e mais de quinhentas mortes.

Porém que, segundo ele, somente sofreram essas agruras os que resolveram enfrentar o Estado – e não para conquistar a democracia, mas para instalar a ditadura o proletariado – e que dizer o contrário seria falta de honestidade intelectual.

Ao ser abordado por Carla Michele, que queria saber o seu pensamento sobre o machismo e a desigualdade salarial entre homens e mulheres, o General sorriu e festejou sua intervenção como o momento mais ameno da entrevista – ele reagiu exatamente com a gentileza diferencial que as feministas deploram.

Finalmente respondeu que sua mãe trabalhava fora de casa já nos anos 50, e que a sua falecida mulher também trabalhava, assim como a sua filha, e pelo menos nas Forças Armadas as mulheres ganham o mesmo que os homens e já estão atingindo as patentes mais elevadas. 
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Na edição desta quinta-feira (28.08) o Programa Da Hora contou com Roberto Pires, Reginaldo Vasconcelos e com o médico Antônio Mourão  além do apresentar Alfredo Marques, em que trataram, entre outros temas, da péssima qualidade do Judiciário cearense – com críticas também à Justiça Federal no Ceará, que não tem julgado autoridades com a celeridade necessária.


ARTIGO - O Panorama Eleitoral (RMR)


O PANORAMA ELEITORAL
Rui Martinho Rodrigues*


O quadro que se nos apresenta, no atual certame político, caracteriza-se pela desagregação dos partidos, cujas lideranças estaduais fazem alianças diversas dos acordos acertados entre os diretórios federais. As redes sociais parecem constituir uma força mais poderosa do que se esperava, embora ainda não se possa avaliar com segurança este aspecto. 

Os meios tradicionais de comunicação social parecem menos influentes, a julgar pelo resultado da recente eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro, além de outros exemplos, inclusive internacionais. O financiamento provavelmente será mais curto e mais controlado pelos donos dos partidos, uma vez que estes distribuem o financiamento público. Agremiações e lideranças estão desgastadas pelos escândalos e pelo fracasso das políticas executadas sob as bênçãos de líderes, partidos e especialistas.


Temas ligados à moral privada surpreendentemente despertaram o interesse do Macunaíma. O debate deixou de criticar apenas alvos impessoais e distantes e que não se defendiam, como o FMI, os imperialistas, a concentração de renda nas mãos de “tubarões” distantes das pessoas comuns. Passou a tratar da orientação sexual do eleitor e do seu filho; voltou-se para cotas que ensejam oportunidades para uns, dificultando para outros, agora mirando as pessoas comuns.

Discute-se longamente a segurança das urnas eletrônicas sem o voto impresso, estimulando vaticínios de questionamento da legitimidade dos resultados da eleição. A segmentação do eleitorado geralmente destaca diferentes níveis de escolaridade, sexo, idade e regiões do país. Os mais escolarizados estão tendendo para o candidato mais repudiado pela “grande mídia” e pelos intelectuais. Homens e mulheres revelam tendências mais distanciada do que em pleitos anteriores. Os mais jovens surpreendem mostrando receptividade sem precedentes ao candidato conservador. As regiões do país continuam a manifestar a diferença de sempre.



Olhando para os mais destacados grupos da segmentação focada pelas pesquisas, temos o agronegócio e os grupos religiosos mais avivados optando majoritariamente pelo voto conservador. Funcionários públicos, sindicalistas, corporações e os chamados “movimentos sociais” dividem-se entre o socialismo eslavo e a social democracia. Militares e policiais parecem inclinados a apoiar o candidato conservador. Os de maior renda tendem para a social democracia. Os liberais dividem-se entre o apoio aos conservadores e a social democracia. Os pobres, desesperados diante da criminalidade, dividem-se entre a tentação clientelista e o voto conservador, com a promessa de política de segurança mais enérgica.


Pendengas entre liberais e conservadores favorecem a vertente socialista, que está pronta para se unir os conservadores, tendo ainda a vantagem da hegemonia ideológica, embora tenha surgido um certo cansaço com o seu patrulheirismo, além do descrédito da antiga imagem de incorruptibilidade dos seus líderes. A agressividade dos que se presumem esclarecidos intimida a declaração de voto, podendo levar as urnas a desmentirem as pesquisas.

Os candidatos já não conquistam tantos eleitores por falar bem ou ter poderosas máquinas partidárias. As alianças partidárias e a experiência de quem passou por cargos despertam desconfiança. O horário eleitoral está mais curto e a campanha terá pouco mais de um mês. Tantas modificações nas diversas variáveis produzem incertezas agravadas por investigações criminais e também pela judicialização da política. O setor financeiro, mais sensível, mostra nervosismo. Brasileiros de maior renda estão emigrando, fato incomum na história das migrações. O Brasil tem medo tanto do novo como do velho, e ambos poderão sair das urnas.


NOTA ACADÊMICA - Reunião da Arcádia Nova Palmaciana


REUNIÃO ORDINÁRIA DA
ARCÁDIA NOVA PALMACIANA
(Palmam qui Meruit Ferat)




A Sede de Palmácia, a 66 quilômetros de Fortaleza, no Maciço de Baturité, será palco de mais uma sessão ordinária da Arcádia Nova Palmaciana, silogeu literário, científico e artístico da Terra das Palmeiras, no próximo dia primeiro (setembro de 2018), evento incluso nas comemorações do sexagésimo primeiro ano de emancipação daquele Município, ocorrida em 1957, quando era Distrito de Maranguape.



A Arcádia Nova Palmaciana, atualmente presidida pelo árcade novo Eládio Dionísio (Dr. Fernão de La Roche d’Andrade Sampaio), é um sodalício de denominação distinta das demais sociedades culturais brasileiras, que trazem quase sempre o nome de academia, reunindo quarenta árcades novos, nascidos ali e que se destacam no universo do saber geral e das artes no Ceará, notadamente fora da Capital e, mui especialmente, no âmbito local.

São eles professores, escritores, engenheiros, advogados, administradores, empresários, jornalistas e outros profissionais de ambos os sexos, os quais pontificam, cada qual em seu ofício, na evolução do movimento de conduzir sua Terra ao topo das atividades vinculadas ao conhecimento ordenado e aos motos artísticos, mediante a escrita de livros e obras acadêmicas de pesquisa em universidades e instituições de demanda do conhecimento, bem como por meio de manifestações artísticas – teatro, desenho, pintura etc.




São árcades novos os conhecidos intelectuais e acadêmicos cearenses/palmacianos, a exemplo de João Teixeira Junior, engenheiro-empresário; Paulo Tadeu Sampaio de Oliveira, jornalista e administrador; José Damasceno Sampaio, advogado e escritor; Pedro Eymard Campos de Mesquita, engenheiro-agrônomo e pesquisador de Engenharia Pesqueira, Iolanda S. Andrade, docente, socióloga e escritora; Ryso Muniz, professora; Robério Telmo e Kilmer Campos (pai e filho), doutores-professores-escritores da UFC; Fernão Sampaio, administrador de empresas e secretário municipal; Francisco Antônio Guimarães, engenheiro-docente da UFC e biólogo; José Pacelli Campos, historiador; Raimundo Campos Mesquita – cirurgião-dentista; Inês Teixeira Pinheiro, engenheira e doutora pela UFC; Auxiliadora Sampaio, advogada; Maria Virgínia Pinheiro Campos, Maria da Penha Damasceno, Lúcia da Rocha Andrade Sampaio, Neide Maria Campos – professoras -  e tantos outros, cuja lista ficaria muito longa para uma informação jornalística, porém todos com igual relevância, haja vista a qualidade alçada dos seus curricula.

Na sessão do dia primeiro de setembro, na abertura, será homenageado o árcade novo Deoclides Penates (José Erivan Campos Lima), recentemente falecido. 

O ponto de fecho da reunião histórica vai ser o lançamento da primeira obra com o selo da Arcádia Nova Palmaciana, intitulada Franciscos Moradores do Céu, vigésima primeira produção em livro do árcade novo Jovem Chronos (Vianney Mesquita), historicamente, o mais prolífico escritor palmaciano, com o apoio das Edições UFC e da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, bem como da Academia Cearense da Língua Portuguesa, da qual o citado árcade novo, também, é membro-titular.

O livro é constituído de informações obtidas pelo autor, por intermédio de pesquisa histórica, e relata, em 274 páginas, aspectos da vida e obra de nada menos do que catorze santos com o nome de Francisco canonizados pela Igreja Católica, Apostólica e Romana, à exceção de São Francisco de Assis (aliás, padroeiro da Paróquia local), já estudado pela mulher do árcade novo-escritor, Socorro Lima Mesquita, em obra teológica de 2016, intitulada Francisco de Assis – alegria e santidade na pobreza.

Vianney Mesquita – também imortal da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo – narra a vida e obra de quatro santas Franciscas e dez santificados Franciscos, entre os quais São Francisco de Sales, São Francisco de Jesus Marto (o pastorinho Francisco de Fátima, irmão de Santa Jacinta), Santa Francisca Romana, São Francisco Solano e outros dez, trazendo, ainda, um longo capítulo acerca do Direito Canônico, informando os passos para a canonização, bem como uma seção referente ao largo decurso da santificação em tempos mais recuados.

A obra será apresentada pela árcade nova Iolita Polínia (Prof.a Lúcia da Rocha Andrade Sampaio) e tem prefácio do professor e teólogo Myrson Melo Lima, da Academia Cearense da Língua Portuguesa, guarnições (orelhas) do Prof. Dr. Duílio Reis da Rocha – engenheiro, administrador de empresas e teólogo – com texto de quarta-capa do médico cirurgião-cardíaco Fernando Antônio Campos de Mesquita, também natural de Palmácia.

Na ocasião, ainda, será entregue ao público ledor de Palmácia e do Ceará o opúsculo Reminiscências e Lorotas, edição particular do árcade novo Adamastor Urano (o advogado e escritor de obras didáticas de Direito, José Damasceno Sampaio, presidente da Academia Cearense de Letras Jurídicas), contando estórias burlescas de sua Terra.

Na sequência coquetel de confraternização e sessão de autógrafos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

ARTIGO - Limites do Garantismo Penal (RMR)


LIMITES DO
GARANTISMO PENAL
Rui Martinho Rodrigues*


Os cidadãos precisam de garantias. É melhor não punir alguns transgressores do que punir inocentes no arrastão da lei. A severidade de Dracon (650 – 600 a.C) foi aceita pelos atenienses em razão da insegurança aguda do momento. Passada a situação crítica, logo a dureza foi revogada.

Draconiano virou adjetivo. Qualifica exagero no campo penal. A defesa contra excessos é o garantismo. Não se trata apenas de proteger o transgressor. O cidadão também precisa de proteção contra a avidez punitivista. Quem não deve é quem mais teme. Inocentes não têm álibi adrede preparado e têm mais dificuldade para se defender. A ação penal, ainda que resulte em absolvição causa graves prejuízos ao réu. Processos se arrastam indefinidamente e são transtornos.

As garantias do devido processo legal, entre as quais destacamos o acesso aos autos do processo, contraditório, defesa técnica, prazos para a defesa, duplo grau de jurisdição e presunção relativa de inocência, individualização da pena, a reserva legal, direito de não produzir prova que o incrimine, vedação ao bis in idem, prévia definição do crime (tipo penal) e da cominação de pena protegem o transgressor e o cidadão.

A sociedade está temerosa e indignada com tanto crime. Anseia por medidas draconianas, mas tem hipersensibilidade garantista. Violência policial, erros judiciais, situação calamitosa dos presídios, proliferação de tipos penais, medidas encarceradoras e mortes de transgressores e de terceiros inocentes durante operações policiais são realmente preocupantes. 

O garantismo não é dispensável. Autoridades perderam a confiança da população, agravando os temores garantistas. Longas penas e severidade das punições não inibem o crime. A dissuasão da ação delituosa vem da certeza da aplicação da lei penal, ainda que relativamente branda. São bem fundadas as razões garantistas.

Nenhum direito, porém, é absoluto. A presunção de inocência é relativa. A dúvida idônea para afastar a condenação é a razoável. Não é aquela incerteza teórica, hipotética. Provas lógico-formais não devem ser consideradas meras “ilações”. A execução penal não pode ser protelada indefinidamente. Confronto não tem eficácia contra o crime sem um amplo conjunto de medidas. Mas as outras medidas não produzirão efeito sem o confronto com o crime.

Forças policiais violentas e corruptas devem ser contidas. Por outro lado, sem o apoio da sociedade forças policiais se acomodam e são tentadas pela corrupção. Não devemos ceder à tentação draconiana, mas precisamos de instrumentos efetivos de combate ao crime. Dentro dos quadros institucionais temos meios destinados a aplicação transitória, enquanto a casa está em chamas. 

Façamos uso do Estado de Defesa e do Estado de Sítio. Não podemos contemplar inertes sessenta mil assassinatos em um ano. Não devemos abandonar o garantismo. As vicissitudes da nossa guerra, todavia, exigem medidas próprias de uma conflagração.


ARTIGO CIENTÍFICO - Educação em Saúde (FAG)


Lançamento de Ensino da Saúde 
– 
Aproximação entre Teoria e Prática


EDUCAÇÃO EM SAÚDE
 Interfaces Teóricas e Práticas
Francisco Antônio Guimarães



Experimento agora uma satisfação muito especial, quando tenho a oportunidade de retornar a uma circunstância que perpassou a maior parte da minha vida de professor, exatamente a docência para turmas de cursos das Ciências da Saúde na Universidade Federal do Ceará, ministrando matérias do seu disciplinamento básico, ligadas à Biologia e aos seus regramentos afins. (CONTINUA)


Francisco Antônio Guimarães é biólogo e engenheiro de operações; MSc em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará; imortal-fundador da Arcádia Nova Palmaciana – Cadeira número 1 (Palmácia-CE).


ACESSE A ÍNTEGRA DO ARTIGO 
ACIONANDO O LINK ABAIXO


CRÔNICA - Airton Monte (TL)


AIRTON MONTE*
Totonho Laprovitera**

O Carlos Augusto Viana me convidou para almoçar em um domingo, um peixe especial que a sua amada Laéria iria preparar. Quando cheguei com Elusa, estavam Victor Samuel, Rodrigo Levi, João Soares e Airton Monte.

Lá pelas tantas, tocou o telefone para o Airton e ele atendeu. Era uma aflita paciente dele, dizendo-se atormentada e que estava na janela. Daí, ele começou a orientá-la:

– Olhe, minha filha, saia da janela agora! Você está tomando os remédios?

– Tô, sim...

– Pois saia já da janela...

– Mas, doutor...

– Saia da janela! Cadê o seu marido?

– Ta assistindo televisão...

– Saia da janela já!

– Mas, doutor...

– Não tem “mas, doutor”, coisíssima alguma... Saia da janela!

– Doutor, deixe eu explicar...

E de tanto a paciente insistir em explicar, o Airton cedeu:

–  Tá bem, diga... Suspirou.

–  Doutor, eu estou na janela, mas moro numa casa que nem sobrado tem...

–  Ah, bom, pois chame o seu marido e vão passear de carro!

–  Doutor, que carro?


*Médico psiquiatra formado pela Universidade Federal do Ceará, cronista do jornal O Povo, comentarista de rádio, redator de televisão, letrista, teatrólogo. Essencialmente, poeta contista (1949-1912).



domingo, 26 de agosto de 2018

NOTA ACADÊMICA - Reunião Geral Informal


REUNIÃO GERAL
DA ACLJ

NA TENDA ÁRABE
DA EMBAIXADA


Na noite do próximo dia 04 de setembro, a primeira terça-feira do mês, a ACLJ vai reunir todo o seu corpo acadêmico para votar e decidir quem receberá o título de Homem do Ano no Ceará em 2018, a partir de uma lista tríplice previamente elaborada. 


A reunião de votação terá lugar no aprazível recinto da Embaixada da Cachaça, onde se localiza o lounge exclusivo dos membros da ACLJ, carinhosamente apelidado “Tenda Árabe” pelo saudoso intelectual carioca Artur da Távola, que tinha origem mourisca e foi inspirador daquele espaço.


A Embaixada da Cachaça é uma loja, um pub, um bar elegante, onde se podem comprar e degustar bebidas finas em geral, principalmente cachaças de alta qualidade, de todas as latitudes do Brasil. Fica na Rua João Brígido nº 1245, defronte à Procuradoria da República.


A cachaça é o nosso único destilado nacional, cada vez mais conhecido e apreciado no Exterior, e que ganha importância na nossa pauta de exportações – a exemplo do uísque na Escócia, da vodca na Rússia, do saquê no Japão, da tequila no México, do gim na Inglaterra.

O local informal da reunião foi sugerido pelos acadêmicos que compareceram ao lançamento do Manual de Redação Profissional da ACLJ, que ocorreu ali  no dia 08 de fevereiro passado (imagens ilustrativas).



Eles consideraram que a descontração daquele ambiente cult favorece ao espírito boêmio que caracteriza tradicionalmente os intelectuais e os jornalistas.

A lista tríplice a ser votada é composta, em ordem alfabética, pelo Engenheiro Ângelo Guerra, Diretor-Geral do Dnocs,  pelo Administrador Romildo Rolim, Presidente do BNB, e pelo Ministro Ubiratan Aguiar, Presidente da Academia Cearense de Letras. Após a reunião, será servido um jantar, e após o juntar se fará o brinde com vinho do Porto que se tornou tradicional.



Os detentores do título Homem do Ano no Ceará nos anos de 2016 e 2017 foram o Empresário Beto Studart, Presidente da FIEC, e o Senador Eunício Oliveira, Presidente do Congresso, respectivamente. Na imagem abaixo o senador recebe a medalha, das mãos do seu antecessor, ladeado pelos acadêmicos Rui Martinho Rodrigues, Arnaldo Santos e Reginaldo Vasconcelos.


A solenidade de entrega do título neste ano será na noite do dia 06 de dezembro, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, com todas as formalidades de estilo.

ARTIGO - Soluções Para a Economia


SOLUÇÕES
PARA A ECONOMIA

O REINO DA
A ALAVANCA MÁGICA
QUE NÃO REQUER
PONTO DE APOIO
Reginaldo Vasconcelos*



Existe a verba, Senhor Deputado, mas não há dinheiro”. (Resposta recorrente do Ministro Santiago Dantas aos  parlamentares, em 1963)


Uma emissora de televisão tem entrevistado os assessores econômicos dos atuais presidenciáveis, seus pretensos futuros Ministros da Economia, cada um deles apresentando soluções mirabolantes para o descomunal problema que, uma vez no Governo, terão, imediatamente, que enfrentar e tentar resolver.


Na verdade, nenhum deles tem uma fórmula pronta, inventiva e genial, para nos tirar do atoleiro econômico, e então todos se põem a fazer ilações ilógicas sobre o que se precisa fazer, e sobre o que farão. Usam o empolado “economês” para confundir e para vender ao povo as soluções mais disparatadas.  

Na análise irônica do velho mago da economia, Antônio Delfim Netto, todos eles defendem que, puxando os próprios cabelos para cima, o País possa levitar e sair das águas revoltas das finanças públicas, ou do poço de areia movediça em que se encontra afundada a economia nacional.

Ainda segundo o sarcástico Delfim, as propostas apresentadas pelos economistas dos partidos políticos querem desmentir Arquimedes, e inventar uma alavanca mágica que funcione perfeitamente sem o essencial ponto de apoio.     

Ora, o Brasil está afundado em inana crise financeira, mãe de um deficit público multibilionário, em razão de grave descontrole fiscal,  problema que o Governo Dilma Rousseff tentou mascarar com manobras da dita “contabilidade criativa”, as tais “pedaladas fiscais”, que por fim lhe fizeram cair da doce bicicleta mandatícia.

Acontece que o cobertor das verbas públicas ficou curto para agasalhar todo o corpo da imensa maquina pública, de modo que, ao cobrir a cabeça das despesas do erário – aquelas de investimento – deixa os pés desguarnecidos; e ao socorrer os pés resfriados, que representam as despesas de custeio –  fica exposta ao frio a cabeça administrativa da Nação.


Não há segredo nem mistério no quadro de insolvência do Estado. O Governo não produz riqueza, pois toda a produção de bens da vida compete à sociedade, através do empreendimento e do emprego, através do industrial e do operário, através do agropecuarista e do peão, através da pesquisa e da ciência.  O Governo faz papel-moeda, mas se o fizer em demasia cria uma situação monetária irreal, que vai resultar na disparada da inflação.

Ademais, o mecanismo da economia não evolui de forma estanque, se retroalimentando em modo contínuo virtuoso, isolado dentro do microcosmo nacional  como nos terrários fechados em redomas de vidro, em que os ciclos ambientais internos mantêm viva aquela microbiota artificialmente segregada.


Não. A economia nacional precisa estar atrelada ao Mundo, recebendo investimentos estrangeiros e angariando divisas por meio do Mercado Exterior, exportando o excedente de sua produção para oxigenar as finanças internas, com os ricos capitais de outras bandeiras.


Mas se torna difícil atrair capitais estrangeiros, porque para investir no Brasil tem-se que encarar uma barreira burocrática monstruosa, uma legislação tentacular, pagar uma infinidade de taxas e de impostos, não raro subornar alguém que detenha poder para destravar algum óbice cartorário, e esperar um tempo sem fim. 

A produção de riquezas gera três tipos de benefícios sociais, que são a ampliação do mercado de trabalho, a melhoria do nível salarial médio e o incremento do recolhimento de tributos, com os quais os Governos, nas suas três esferas, administram a máquina e a coisa pública como um todo.

Então, não há mágica nem cabala possível para solucionar a grave situação atual das finanças nacionais. O que acontece é que seguidos Governos, ineficientes e corruptos, instituíram uma carga tributária extorsiva, sugando impostos de quem produz, para sustentar sua máquina enorme e estroina, gastadora e perdulária.

Assim, mesmo com uma arrecadação imensa, o Governo não consegue cumprir o custeio de suas funções essenciais – na saúde, na educação e na segurança públicas – tampouco alimentar as políticas sociais assistencialistas e de incentivo às atividades produtivas – muito menos realizar os investimentos necessários.  

A solução depende de reformas profundas no ordenamento jurídico nacional, e da correção de práticas políticas viciosas, mudanças quase impossíveis de operar, porque isso importaria em sacrifícios sociais politicamente severos e eleitoralmente antipáticos, e na extinção de privilégios sacralizados que ninguém quer enfrentar.



O Executivo não tenta, de olho na reeleição ou em fazer a sucessão, e quando tenta, o Legislativo obsta, ou altera e desfigura, em nome dos grupos de interesses ou de feição ideológica que garantem as eleições parlamentares – e tudo recai sobre o Judiciário, em que os Tribunais Superiores são politicamente infectados – reflexos de um democratismo” perverso que tem nos levado à derrocada. 

Que Deus se apiade de nossas almas!


COMENTÁRIO

Ainda que um economista eu não seja, consigo perfeitamente vislumbrar o fato de que não serão as medidas simplórias e salvadoras de ministros geniais, seja de que partido for (ainda mais no afã de um período pré-eleitoral), que irão efetivamente pôr a salvo a situação financeira do nosso país.

Pressinto a necessidade de medidas econômicas impactantes, corajosas, e, acima de tudo, patriotas. E isso implica numa renovação do atual quadro de parlamentares, do alto ao baixo clero – coisa difícil de acontecer, num presidencialismo espúrio de cooptação.

Além do combate aos desperdícios (leia-se corrupção e desvios de verbas públicas), do toma lá dá cá, do enxugamento da máquina estatal, das reformas fiscal e tributária, sobrepõe-se a reforma da previdência.

É a reforma do sistema previdenciário o nosso Tendão de Aquiles. Com o aumento crescente da idade dos nossos concidadãos – o que é indicativo de uma maior longevidade do brasileiro, e fato a merecer um champanhe – haverá um momento em que o número de pessoas aposentadas suplantará enormemente o número de indivíduos economicamente ativos, e, desastradamente, isso implicará na falta de recursos para as tais aposentadorias.
 
Quase um apocalipse anunciado: velhice desamparada em um regime de caos social. E aí teríamos que ser socorridos pelos bancos mundiais, como foi o caso da Grécia. Definitivamente não é esse o Brasil que queremos para o futuro que já vem bem aí. Concordo com o Reginaldo: “que Deus se apiade de nós!”

Paulo Ximenes