sábado, 14 de junho de 2025

CRÔNICA - Um Segundo Atrás Tudo Ainda Estava em Paz (RV)

 UM SEGUNDO ATRÁS

TUDO AINDA ESTAVA
EM PAZ
Reginaldo Vasconcelos * 


Eu assisti extasiado, há alguns dias, a uma magnífica palestra, proferida por um dos mais bem sucedidos empresários do Ceará e do Brasil. No seu minucioso relato biográfico foi revelando como ele e o seu sócio perpétuo começaram a trabalhar, ainda quintanistas da faculdade que cursavam, e ficou claro que, um pouco de sorte e um grande aporte de esforço e competência lhes foram proporcionando a sua gradual evolução. 

Ao final da longa exposição sobre a abençoada trajetória do empresário, um dos quarenta convidados presentes pediu que o palestrante narrasse o acidente gravíssimo de que anos atrás ele foi vítima, infausto que na época sensibilizou a sociedade, todos solidários àquele ilustre personagem, tanto entre os seus próximos e mesmo entre os que o conheciam sem serem por ele conhecidos, exatamente no meu caso.

Então, o narrador, que vinha até ali desenvolvendo a linha do tempo sobre os felizes sucessos dos seus muitos negócios – passou a narrar a sua desditosa experiência que, em segundos, o mutilaria e transtornaria a sua vida para sempre. E todos ouvimos comovidos, como quem assiste em câmara lenta à cena dramática do acidente. 

Até que uma reflexão do narrador fez esplender na minha alma uma epifania filosófica sobre o curso do destino, imperscrutável e caprichoso. Disse ele: “Um passo a menos e nada me teria acontecido; um passo a mais, e eu seria partido ao meio”. 

Passou então a me interessar e comover o passo a mais que ele não deu, e que lhe garantiu a sobrevida, momento em que a graça de Deus lhe concedeu livramento, brindando-lhe a si e aos seus com sua permanecia em vida física. 

Pois, saindo do evento, refletindo comigo mesmo sobre a desventura e a ventura que em um segundo se revelam e surpreendem, no estacionamento de automóveis do prédio tropecei em algo e voei de corpo inteiro para o solo, de muito rude pavimento. Durante a longa fração de segundo em que eu me projetava, ouvi um coral de interjeições da multidão de circunstantes: “Ohhhhh!!!”. 



Mas eu caí em “apoio de frente”, as duas mãos plantadas no solo, e fiquei de pé imediatamente sem nenhuma consequência – a memória muscular ainda presente no velho praticante das ditas “artes marciais”.

Fixei na minha mente a imagem fotográfica do momento, e o som vigoroso dos meu anéis sobre o cimento. Talvez um segundo a menos na minha marcha e eu não teria tropeçado; um segundo a mais e me teria esborrachado. Então me ocorreu uma paráfrase da letra de famosa canção do Herbert Viana – “apenas um segundo atrás, tudo ainda estava em paz...”                

NOTA SOCIAL - Cid Carvalho é Homenageado

 CID CARVALHO
É HOMENAGEADO
PELA
ASOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROCURADORES E ADVOGADOS PÚBLICOS FEDERAIS

 

O Prof. Doutor Cid Saboia de Carvalho, na tarde desta sexta-feira, dia 13 de junho, recepcionou em sua casa uma comissão de senhoras que integram a Associação Nacional dos Procuradores e Advogados Públicos Federais (ANPPREV). 

O ilustre grupo jurídico veio de Brasília homenageá-lo com a outorga da medalha da “Comenda de Mérito Arnaldo Farias de Sá”, especialmente por sua brilhante atuação na Assembleia Constituinte de 1988, quando, Senador da República, ele atuou para a criação da Advocacia Geral da União e a estruturação da Defensoria e do Ministério Público Federal. 

Além de Senador Constituinte em 1988, veterano homem de imprensa, advogado, professor universitário, Dr. Cid é imortal da Academia Cearense de Letras, sócio do Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico, Antropológico, e Presidente de Honra da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, ocupante da Cadeira de nº 1 da sua quadraginta numerati (patroneada por seu ilustre pai, o advogado e jornalista Jader de Carvalho, o 3º Príncipe dos Poetas Cearenses). 

 

Diploma, título e medalha lhe foram entregues pela Dra. Maria Santíssima Marques, Presidente da ANPPREV, em solenidade restrita à família e a amigos íntimos do homenageado – a sua mulher, Dona Luce, os filhos Antonino e sua Mulher Esther, Robério e Cid Filho (Cidinho). 

Além dos colaboradores afetivos da casa, convocados para o controle do portão e o serviço do sortido chá da tarde oferecido:  a Socorro, o Clairton, o Orlando, o Caetano e a Antonieta.

Dentre os amigos o Cauby Freire e sua mulher Regina, o Tufi Said, o Sérgio Braga, o polímata Jeová Mendes, os jornalistas Aureliano Ramos, da Rádio Cidade e Adriano Ribeiro, da Rádio Dom Bosco, e Reginaldo Vasconcelos, da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo.



Na imagem, as Procuradoras Federais aposentadas Maria Vilma Barros, representante da ANPPREV no Ceará, Meire Lúcia Gomes Mota, Presidente de Honra da ANPPREV Nacional, Dona Luce, a Presidente da ANPPREV, Maria Santíssima Marques, e Maria das Graças Macedo.

A equipe da TV Cidade tomou depoimento dos vários convivas, e a videomaker Cira Leona, da CL Produções, gravou um vídeo registrando uma entrevista entre a Presidente da ANPPREV, Dra. Maria Santíssima, e o homenageado, Dr. Cid Carvalho, para divulgação nas redes sociais das instituições e personalidades envolvidas na homenagem. 



ACIONE O LINK ABAIXO

https://www.instagram.com/reel/DK3S_KxBnrP/?igsh=MTQyMTdmaXZiamwxZA==

sexta-feira, 13 de junho de 2025

ARTIGO - Mais Vida Para o Fernando Mesquita! (CMA)

 MAIS VIDA PARA
O FERNANDO MESQUITA!
Cristiana Medeiros Aguiar*

 

  

Somente quando de tudo desesperamos é que a esperança começa a ser verdadeira força. (GILBERT KEITH CHESTERTON, escritor grãobritano. Kesington – Londres – UK – 29.05.1834; Beaconsfield (UK), 14.06.1936).


                     

Em 12 de junho de 2025, escrevi assim, no grupo de Watsaap (“Mesquitas”) que acompanha a extensa internação do médico-cirurgião cardíaco Fernando Antônio Mesquita, meu cunhado, no Hospital Regional da UNIMED, em Fortaleza, com doença cerebral de múltipla e imensa gravidade, quando seus parentes próximos o visitam e oram, constantemente, a Deus, a Sua Mãe e aos santos pela sua recuperação: 

– A gente acorda e vai direto para as notícias, na esperança de que a vida continue dando sinais de sua sacralidade; e ela dá, de um jeito ou de outro, ou que seja nos indicando que somos fortes no amor...

Acredito que, mesmo nesta Via Crucis, Fernando respira e se nutre nesta rede de afetos e cuidados que atravessa cada detalhe da sua luta.


Fernando Antônio Campos de Mesquita com Nenê, sua esposa e minha irmã.

Deus vai agindo, cuidando de soprar sobre nossos machucados e pondo-nos no colo, quando o desalento toma lugar. 

Prossigamos. A fé nos concede chão e o amor por Fernando vai costurando todas as coisas... 

Eis que um irmão dele (J.V.M) transpôs para o formato de soneto decassilábico lusitano o mencionado manifesto em português-prosa: 


Na esperança de grata novidade,
De que o viver restou sacralizado,
Pleno, desperta-se com ansiedade
De sob o amor seguir virtualizado.
 
A uma Via Crucis pespegado,
Por Divinal compulsoriedade,
Mesmo o Fernando hospitalizado,
Terá a remição desta Vontade.
 
Ao soprar Deus nos nossos machucados,
Ele age e acolhe em seu regaço
Quem ora é desjungido do abraço.
 
Quando se fortalecem tais cuidados,
E a fé se alteia em prol dos deserdados,
Eis que o Senhor cinge outra vez o laço... 

 

Hoje, 13.06.2025, me louvo na oportunidade a fim de expressar a noção de que minha fé vacila muito, quando quero entender ou explicar o que nos acontece, mas há uma certeza em mim, com a qual não discuto, nem sei de onde vem: estamos TODOS no colo de Deus! Não há distrações dEle quanto a nos amar e querer que sejamos cheios de graças. 

Nossa condição perecível e frágil de humanos nos deixa ante as contingências de estarmos no mundo e perpassados por ele. De tal sorte, somos suscetíveis. Os “acidentes” não assinalam a vontade de Deus. São permissões e, ainda assim, Ele supre e cuida. 

Essa rede de afetos e zelo que nos costura em torno do Fernando Mesquita faz parte dos unguentos que o Senhor derrama sobre as nossas dores. Estamos juntos. E cursa muito amor nestas doridas situações... 

Que viva mais o Dr. Fernando Antônio Mesquita!



 

quarta-feira, 11 de junho de 2025

CRÔNICA - Busão da Vida (TL)

 

INSTAGRAN - ACLJ - 15ª Assembleia Aniversária




https://www.instagram.com/reel/DKr9QmpM74k/?igsh=ZHJocndvZjNvcDdn 

ARTIGO - Acerca do Soneto Verdade e Razão (APMR)

 Acerca do Soneto
Verdade e Razão
Ana Paula de Medeiros Ribeiro*

                                                                          

 

Manda a perfeita razão que evitemos os extremos e sejamos sensatos e sóbrios. JEAN BAPTISTE POQUELIN, dito MOLIÈRE, dramaturgo e ator. (Paris, 15.01.1622; 17.02.1673).


Não é possível ensinar a verdade àqueles cujos pensamentos são mesquinhos. FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE, intelectual prussiano multiface (Röcken, Lützen, 15.10.1844; Weimar, 25.08.1900.

 

 Verdade e Razão

Certas tuberculoses das ideias
Semelham à sífilis do raciocínio,
Conforme as quais têm curso panaceias
Contra o mal afrontando o tirocínio.
 
Inverdadeiro, pérfido escrutínio,
Irracional – desrazões giganteias –
Onde, ufano e vencido, o predomínio
Remanesce ao viso das plateias.
 
Ser sábio e sóbrio ao senso do seu siso
Compreende Molière que é preciso;
Notar, com exatidão, todos os Zeus.
 
Mesquinho é abjurar verdade em Freud,
E, mais, nos transmutar em debiloide,
Negaceando as dicções de Deus!

 

O belo texto, assinado pelo mestre Vianney Mesquita, poeta e escritor palmaciano, é um soneto composto por versos decassilábicos e rimas consonantes. O estilo é elevado, reflexivo e contundente, recorrendo à erudição, à crítica intelectual e ao resgate de figuras centrais do pensamento ocidental. Há pitadas de ironia na maneira como o autor denuncia falsos raciocínios e a negação da verdade em tempos de irracionalidade. 

Desde o título, Verdade e Razão, já se antecipa que o conteúdo do poema trata da lógica, da procura pela verdade e dos princípios da racionalidade. Ao percorrer a trilha argumentativa contida nos catorze versos, percebemos uma linguagem fortemente erudita, ao estilo inconfundível de Sir Vianney. Destacam-se, além das riquíssimas construções linguísticas, duas analogias interessantes: “tuberculose das ideias” e “sífilis do raciocínio”. Aqui o autor se vale de termos que descrevem patologias graves e os transfere, de modo metafórico, para o terreno do pensamento, sugerindo que ideias lógicas doentes comprometem a sanidade intelectual. 

Vianney Mesquita denuncia que as construções corrompidas ganham corpo, espaço e até simpatia das plateias. O poeta, contudo, evocando Molière, assevera que é preciso ser sábio e sóbrio. O poema conclui com uma crítica vigorosa à recusa da Psicanálise (representada pela menção a Sigmund Freud) e, sobretudo, à negação da Verdade Divina, o que, em sua visão, conduz à decadência moral e intelectual. 

Verdade e Razão é um texto que nos leva a refletir sobre a atualidade, especialmente nestes tempos nos quais assistimos à degradação do pensamento racional, à relativização do conhecimento e à banalização da verdade. Com precisão, elegância e crítica, Vianney Mesquita reafirma, neste soneto, a importância de cultivar o pensamento lúcido, o espírito analítico e o compromisso com a verdade, valores que, infelizmente, se tornam cada vez mais raros.

 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

NOTA ACADÊMICA - Alexandre Garcia (RV)

ALEXANDRE GARCIA
Reginaldo Vasconcelos*


Como todo jornalista brasileiro, acompanho o trabalho do gaúcho Alexandre Garcia há muitos anos, desde quando ele foi porta-voz da Presidência da República, ainda jovem, depois diretor de jornalismo da TV Globo.

Sempre muito correto e muito preciso, enfrentando os revezes a que os homens de imprensa se expõem – e que terminam por promovê-los na carreira, como as cicatrizes na face que atestavam a bravura e credenciavam os grandes guerreiros infantes, da antiguidade ao medievo. 



Até que o cearense Wilson Ibiapina, que também trabalhou na Rede Globo, então membro titular da ACLJ, propôs o nome do Alexandre Garcia, ex-colega de trabalho e velho amigo seu, para a dignidade de Membro Honorário da nossa Academia. 

Alexandre recebeu em Brasília as “armas e brasões assinalados” do ateneu cearense, das mãos da confreira Liana Ximenes Lessa, que lá reside, emissária de seu pai, o saudoso poeta Paulo Ximenes, um dos membros fundadores da Entidade, a quem ela sucedeu.

A presença desse baluarte da imprensa nacional, um dos últimos bastiões do jornalismo genuíno – isento, independente, corajoso – dotou a nossa irmandade jornalística de um importante laurel, elevando para o âmbito nacional o seu nível de credibilidade como entidade de classe.


Advogado que sou, para minha honra e júbilo, Alexandre me fez seu consultor jurídico informal, para o embasamento técnico de seus comentários jornalísticos, até que ele nos contemplou em sua coluna com um comentário que fiz sobre o marxismo na Igreja.



Então constatamos o alcance estupendo da sua crônica diária na Internet, pela quantidade de mensagens de louvor e cumprimentos que recebemos de todo o Brasil, por termos sido citados pelo grande Alexandre Garcia.

Trata-se do mais respeitado veterano da mídia nacional, que nos honra sobremaneira, inclusive como legado valioso do nosso saudoso confrade Wilson Ibiapina – “Piaba” para os íntimos, “Ibia” para mim  cuja memória reverenciamos e exaltamos.


sexta-feira, 30 de maio de 2025

POESIA - Soneto Decassilábico Acrostiqueno Português (VM)

 CIENTISTA DE ESCOL
Vianney Mesquita*

 

A Ciência é o grande antídoto do veneno do entusiasmo e da superstição.

(ADAM SMITH, filósofo e economista escocês. Kirkcaldy, 05.06.1723; Edimburg, 17.7.1790).

 

A Ciência é o conhecimento restrita e prudentemente unificado.

 (HERBERT SPENCER, biólogo, antropólogo e filósofo grãobritano. Derby, 27.04.1820; Brighton, 08.12.1903).



Prof. Dr. Antônio Jeovah de Andrade Meireles Docente de Mestrado e Doutorado da UFC

 

Jactanciosa se apresta a ciência,
Em prudência, restrita e unificada,
Organizada com percuciência,
Valência viva de saber ornada.
 
Assim, plasmada de verve animosa,
Habilidosa, de lustro ocupada,
Maturada em sublimada glosa,
Esposa uma pessoa aparelhada.
 
Investe, pois, num tratadista hábil,
Remansa, na vitória, junto a um sábio
E para que o novel tu não proteles.          
 
Logo, se o mote é Ciências da Terra.
Eis que, então, o óbice se encerra,
Se demandares por Jeovah Meireles.