sábado, 28 de fevereiro de 2015

FATOS DATADOS (AV)

OS 366 DIAS DE BRASÍLIA,
DO BRASIL E DO MUNDO

28 DE FEVEREIRO DE 2015



* Em 1957, circula o primeiro número da Revista Brasília, editada pela Novacap para divulgar seus atos e o andamento das obras de Brasília.

*Para lecionar na nova Capital não faltarão, felizmente, bons professores – disse o ministro Clovis Salgado, da Educação, no início de 1960. Anuncia que mais de l.500 candidatos  concorrem às 100 primeiras vagas para lecionar em Brasília e nada faltará aos estudantes transferidos.  Informa o Ministro que já existe uma Comissão, de sigla CASEB, com a missão de dirigir o sistema escolar público.  Armando Hildebrand é o dirigente.

* Em 2013, o Papa Bento XVI despede-se do Papado,  ovacionado pela multidão.

* O Brasil que não sonhamos, nas páginas do CB-2015:  * Cotão, farra do avião e shopping para deputados. * Ação ameaça reajuste de 100 mil servidores do DF. * PT não se convence do arrocho * Estradas sob tensão. Caos nas estradas. * Imposto sobe até 150% e empresas podem demitir. * Conta de luz sobe 24,1% no DF. Água, 16,2%. * Comida nos hospitais dura só uma semana. * Ex-governador Agnelo tem conta, imóveis e carros bloqueados, pela segunda vez. * Aperte o cinto, a vaga sumiu. *  Prestes a divulgar lista de políticos envolvidos no Petrolão, casa do Procurador é arrombada. * Bandidos invadem casa de Lilian Roriz.  

* Nasce a pianista paulista Guiomar Novais, em 1894.  Em Minas, o cronista Paulo Mendes Campos, em 1928. * Na Itália,  o pintor Rafael, em 1483.

*O Brasil perde três  valores da vida cultural: o poeta e romancista paulista Rodrigo Otávio, em 1944; a pianista e compositora Dinorá de Carvalho, em 1980;  o professor alagoano e dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, em 1989. * Rodrigo Otávio e Aurélio Buarque de Holanda integraram a Academia Brasileira de Letras. * Em 2015, morre dona Irene Ferreira Noronha  Vasconcelos, nascida em Abaetés-MG.  Mãe de quatorze bons filhos, meus amigos.

* Hoje é o Dia Internacional das Doenças Raras. * Veneração a São Daniel Brottier. * Data do nascimento de Edson Cisne Vasconcelos, irmão muito querido,  Arthur Nunes Jacobina, Alcides Aquino Leite, Neusa Caldeira Paiva, Marieta Cazarré, Álvaro Modernell e Ednaldo Viana. *




 
Adirson Vasconcelos
Cearense radicado em Brasília-DF
Advogado – Jornalista – Escritor – Poeta Professor
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do DF, da Academia de Letras de Brasília, 
da Academia Maçônica de Letras do DF, da Academia de Letras e Artes do Planalto, 
da Academia Taguatinguense de Letras, da Casa do Poeta Brasileiro – Br.  
adirson@bol.com.br


ARTIGO (CB)

JORNAL O POVO - CIDADE
12.02.2015
* Cássio Borges
Jornalista e Engenheiro
Ex-Diretor do DNOCS
Membro da ACLJ

ARTIGO (JDVM)


Escorço biográfico do 
Visconde de Saboia 
Responsável pela instituição do 
Ensino Odontológico no Brasil
José Dilson Vasconcelos de Menezes*



Vicente Cândido Figueira de Saboia nasceu em Sobral – Ceará, no dia 13 de abril de 1835, da união do Tenente Coronel da Guarda Nacional José Saboia com Joaquina Figueira de Melo Saboia.

Iniciou os estudos na sua cidade natal, tendo, aos catorze anos, se transferido para Recife, onde cursou os preparatórios.

Mudou-se, em seguida, para o Rio de Janeiro, onde se matriculou no curso médico da Faculdade de Medicina, pela qual se graduou em 1858.

No ano seguinte, viajou à Europa, tendo estagiado, por dois anos, em faculdades de Medicina de Paris e de Londres, aprofundando seus conhecimentos em Cirurgia e Obstetrícia.

Regressando ao Rio de Janeiro, em 1861, apresentou ao Ministro do Império, Barão de Loreto, sugestões para novos acréscimos nos Estatutos da Faculdade de Medicina.

Nesse mesmo ano, contraiu núpcias com Luiza Marcondes Jobim, de cujo consórcio nasceram cinco filhos.

Com a participação de alguns colegas de turma, fundou a Academia Filosófica do Rio de Janeiro.

Em 1863, na condição de Membro Titular, ingressou na Imperial Academia de Medicina, tendo presidido essa instituição de 1891 a 1982.

Concorrendo para o cargo de Catedrático da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, obteve o 1º lugar, tendo assumido a cátedra de Patologia Externa que, por sua sugestão, passou a se denominar Clínica Cirúrgica.

Introduziu, no Brasil, os métodos antinfecciosos de Pasteur e Lister. Recomendado pela Congregação da Faculdade de Medicina, viajou à Europa para estudar a organização de faculdades de Medicina na Inglaterra, Alemanha, França e Itália.

Nessa ocasião publicou, em Paris, importante trabalho adotado pelas Faculdades de Medicina de Liège e Montpellier, que lhe valeu reconhecimento científico na França, sendo distinguido com o título de Membro Correspondente da Sociedade de Cirurgia de Paris.Ao retornar, foi designado para preparar um Plano de Reforma do Ensino Primário e Secundário no Município da Corte e do Ensino Superior nas faculdades de então, elaborou um documento que serviu de base para o estabelecimento do ensino livre, sancionado pelo Decreto Imperial de 19 de abril de 1879, conhecido como Reforma Saboia.

Foi investido no cargo de Diretor da Faculdade de Medicina, em 1880, e no de Médico do Paço, ou seja, Médico da Família Imperial, em 1882.

Nesse mesmo ano, passou a integrar o Conselho do Império, lhe tendo sido concedidos os títulos de Comendador da Ordem de Cristo e de Barão de Saboia, com honras e grandeza.

Viajou à Europa, em 1887, na companhia do Imperador D. Pedro II, tendo oportunidade de visitar os Institutos de Ensino Prático das Faculdades de Medicina de Paris, Bordeaux , Lyon, Genebra, Basileia, Zurich, Nápoles, Roma, Bolonha, Viena, Munich, Berlim e Strasburgo.

Em 1888, foi-lhe outorgado o título de Visconde de Saboia, com honras e grandeza.

No ano seguinte, visitou vários centros médicos na Europa, proferindo conferências.

Com o advento da República, solicitou demissão do cargo de Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e sua jubilação da Cátedra, tendo o Governo Republicano lhe concedido o título excepcional de Diretor Honorário.

Afastou-se da direção da Faculdade, mas não da Medicina, continuando seus trabalhos cirúrgicos e de divulgação.

Em 1891, foi elevado à Presidência da Academia Nacional de Medicina.

Quando das comemorações do Centenário de Ensino Médico no Brasil, ocorrido em 1908, a Academia Nacional de Medicina, homenageando destacadamente o Visconde de Saboia, confere-lhe Medalha de Ouro com sua efígie.

Em 18 de março de 1909 faleceu, em Petrópolis, verificando-se atos de demonstração de amor e respeito pelo povo. A Academia de Medicina de Paris prestou-lhe significativa homenagem póstuma.
Aliado ao profícuo trabalho em prol do ensino médico, dedicava-se, com vivo interesse, a temas literários e filosóficos, elevando-se a mais de quarenta os trabalhos publicados: teses, monografias, notas, artigos , memórias e discursos.

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Compreendendo que, além da Medicina, outras profissões da área da saúde, igualmente, necessitavam participar dos avanços científicos da época, em 1880, ao ser nomeado Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, procurou atender as necessidades reinantes,  no elenco de profissões afins da Medicina.

Com relação à Odontologia, constata-se no “Relatório acerca dos trabalhos realizados”, apresentado em 1881:”Resta somente, para satisfazer as necessidades actuaes crear-se o laboratório de cirurgia dentária.”

Nesse relatório está, outrossim, explicitado o fato de que o local para esse Laboratório já havia sido preparado, bem como, o de ter providenciado a importação, dos Estados Unidos, dos aparelhos e instrumentos necessários.

Essa foi a medida inicial, o primeiro passo para libertar a profissão do marasmo em que se encontrava e cujo exercício, vez que ainda era regulamentada pelo Decreto de nº 1.764 , de 14 de maio de 1856.
A época, não existiam cursos de formação odontológica, sendo exigido do candidato a realizar procedimentos odontológicos, tão-somente, que se submetesse a um exame numa Faculdade de Medicina para, caso lograsse êxito, ser-lhe atribuído o título de Dentista Aprovado. Dessa forma simplória, estava  legalmente habilitado ao exercício das ações odontológicas.

A fim de reparar essa situação que, entre outras coisas, acarretava graves danos à população assistida, na condição de Diretor da Faculdade de Medicina, o Dr. Vicente Cândido Figueira de Saboia, encaminhou, em 1884, à consideração da Corte, um anteprojeto de reforma das faculdades de Medicina, constando no seu artigo inicial:

Cada uma das faculdades de Medicina do Império “se comporá de um curso de sciencias medicas e cirurugicas e de três cursos annexos: o de pharmacia , o de obstetrícia e o de odontologia”.

Esse documento foi bem acolhido pelo Imperador, recebendo da parte de Sua Majestade plena aprovação, consubstanciada na sanção do Decreto de nº 9311, de 25 de outubro de 1884.

Ao ser aprovado o mencionado diploma legal, o Curso de Odontologia passou a integrar elenco universitário, proporcionando aos cirurgiões - dentistas, além de correta formação profissional, o ambiente necessário à constante ampliação dos conhecimentos técnico – científicos.

A esse consagrado Mestre, notável administrador, com destacada atuação no Brasil Império e que tanto impulsionou a Medicina no nosso País, pelas medidas implantadas devem-lhe os integrantes da categoria odontológica respeitável reverência à sua memória, vez que, graças a elas, a Odontologia  experimenta a  projeção atualmente alcançada.

*José Dilson Vasconcelos de Menezes
Da Academia Cearense de Odontologia

FATOS DATADOS (AV)

OS 366 DIAS DE BRASÍLIA,
DO BRASIL E DO MUNDO



27 DE FEVEREIRO DE 2015

* Hoje é o dia do nascimento de Lúcio Costa, o urbanista que projetou Brasília, a nova Capital do Brasil. Nasce em 1902 na França, em Toulon. Filho de pais brasileiros. Seu pai, Joaquim Ribeiro da Costa, trabalhava temporariamente na França na função de engenheiro naval. Estuda na Inglaterra e na Suíça, antes do regresso da família ao Brasil, quando Lúcio Costa tinha  14 anos. Forma-se na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, com 22 anos. Em 1936, projeta o Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. O primeiro prédio da arquitetura moderna brasileira. Discípulo do arquiteto suíço Le Corbousier, residente em Paris. * Em  1957, Lúcio Costa vence o Concurso para o Plano Piloto de Brasília. * Em 1992, o Presidente Fernando Henrique Cardoso inaugura, em Brasília, o Espaço Lúcio Costa, na Praça dos Três Poderes.

* A Igreja Evangélica Luterana do Brasil inaugura, em 1966, o seu Templo, na SQN 404.

* Na Candangolândia, é fundada, em 1989,  a Igreja São José Operário, na Quadra 4.  * Em 1994 é oficializada a Região Administrativa, pela Lei 658.

*Em 2013, o escritor José Carlos Gentili lança, no Carpe Diem, o livro Lagoa dos Cavalos. Gentili é pioneiro da cidade  e presidente da Academia de Letras de Brasília.

* Os maçons  de Brasília evocam, em 2013,  a memória de José Carlos Souza,  um dos fundadores da Maçonaria na futura Capital do Brasil,  em 14 de maio de 1957, no primeiro momento da epopeia da construção. Sessão na Loja Estrela de Brasília.

* Marido de deputada e esposa de deputado podem viajar de graça. Câmara paga. * GDF está buscando novo jeito de pagar professores em greve por atraso de salários. * Procurador Janot ameaçado de Morte. Petrobras. * Vale tem prejuízo de R$ 4,7 Bi.




 
Adirson Vasconcelos
Cearense radicado em Brasília-DF
Advogado – Jornalista – Escritor – Poeta Professor
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do DF, da Academia de Letras de Brasília, 
da Academia Maçônica de Letras do DF, da Academia de Letras e Artes do Planalto, 
da Academia Taguatinguense de Letras, da Casa do Poeta Brasileiro – Br.  
adirson@bol.com.br

  

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

NOTÍCIA ACADÊMICA



O advogado e professor Paulo Maria de Aragão, Membro Titular da ACLJ, recebeu um grupo de acadêmicos, em sua casa, na última quarta-feira (25.02), dentre outros amigos diletos, em torno do confrade russo, Dmitry SidorenkoNa imagem à direita, ao centro, o jornalista e advogado acelejano Fernando Dantas, e, ao lado esquerdo, o Prof. Júlio Ponte.


Nesta foto ao lado, Paulo Maria de Aragão, ao centro, ladeado por Rui Martinho Rodrigues, Presidente Emérito da ACLJ, e pelo linguista russo Dmitry Sidorenko, Membro Honorário da ACLJ, que vem ao Ceará todo ano reencontrar os amigos e confrades brasileiros. 

Rui Martinho Rodrigues, que foi professor de História Política da nossa Universidade Federal, é uma das maiores cerebrações do Ceará contemporâneo. Tem várias graduações e pós-graduações universitárias, nas áreas de saúde e de humanidades, notadamente odontologia, sociologia, administração e Direito – notável jurista e advogado, com muitos livros publicados.



Compareceram também à reunião os acadêmicos Dennis Clark, Adriano Jorge, Reginaldo Vasconcelos e Paulo Ximenes. 

Ainda disseram presente dois amigos cearenses do Dmitry, o empresário Lauro Chaves, guardião do título nobiliárquico avito do Barão de Camocim, e sua mulher, a agente de turismo internacional Ana d’Aurea de Moura Chaves, pessoa de grande nobreza natural. 

    

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

FATOS DATADOS (AV)

OS 366 DIAS DE BRASÍLIA,
DO BRASIL E DO MUNDO

26 DE FEVEREIRO DE 2015

* O Presidente Juscelino Kubitschek manda, em 1957, que a Novacap reserve uma área de 60 hectares, em Brasília, para a instalação de um Colégio Militar. * A ligação ferroviária de Brasília com o Rio de Janeiro e São Paulo é incrementada pelo Departamento Nacional de Estradas de Ferro, DNEF, em 1959. O trecho para fazer toda a interligação é a linha férrea Brasília-Pires do Rio, em Goiás.

* Em 1981, a Comissão do Distrito Federal no Senado é presidida pelo senador Lourival Batista. Os senadores Murilo Badaró e Saldanha Derzi também integram a Comissão.

* É instalada a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987, para elaborar a nova Carta Magna do Brasil. Presidente, o deputado Ullises Guimarães.  Em 1988, o País vê aprovada e promulgada a nova Carta Magna que se denomina “Constituição Cidadã”.

* A Orquestra Sinfônica de Brasília tem um concerto dedicado a Mozart, em 2013. O maestro Cláudio Cohen cede a batuta ao seu colega  João Carlos Martins.

 * Petrobras pode levar o Brasil ao rebaixamento, em 2015.  Ela já está rebaixada. Fazenda promete mais aumento de tributos. * Lula em Brasília para viabilizar pacote do arrocho. * Professores em greve radicalizam. * BC diz que juros do Cartão de Crédito é de 334%, quase 1% ao dia. * Mais benefícios para deputados, incluindo as esposas, que podem viajar por conta da Câmara. * Associação Nacional de Escritores, a ANE, reabre temporada 2015 das Quintas Literárias.

* Venceslau Brás nasce em 1868.  Presidente da República. * Também, dois nomes ilustres das letras: Evanildo Cavalcante Bechara e Cícero Sandroni. Ambos da Academia Brasileira de Letras. * Em 1920, o  carioca José Mauro Vasconcelos.   * Na França, nasce Victor Hugo, em 1802. O mais célebre poeta francês do Século 19.




 
Adirson Vasconcelos
Cearense radicado em Brasília-DF
Advogado – Jornalista – Escritor – Poeta Professor
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do DF, da Academia de Letras de Brasília, 
da Academia Maçônica de Letras do DF, da Academia de Letras e Artes do Planalto, 
da Academia Taguatinguense de Letras, da Casa do Poeta Brasileiro – Br.  
adirson@bol.com.br

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

ARTIGO (PMA)

MAIS RESPEITO ÀS ABELHAS
Paulo Maria de Aragão*

Já faz muito tempo (ebote tempo nisso), mas ouvi alguém relembrar afrase mordaz que ainda não caiu no esquecimento: “Brasília é como uma colmeia. Metade fica voando e outra metade fica fazendo cera”. Com essa asserção, Paulo Maluf (agora ficha-limpa) ironizou a vida político-administrativa da Capital Federal, atingindo, indistintamente, a todos: bons servidores, os políticos e, com acerto, sanguessugas que abominam o trabalho. Estes, por não fazerem absolutamente nada têm como única preocupação o dia de pagamento.

Que infelicidade teve o deputado Malufem estabelecer esta comparação entre servidores mandriões e as laboriosas abelhas melíferas! Ora, estas, como ensinam os apicultores e registram as enciclopédias, antes de existir o açúcar, já forneciam o mel. Formam, à parte, sociedades das mais evoluídas: uma só colmeia pode alimentar 75.000 abelhas, sendo que cada uma desempenha tarefas previamente determinadas e todas se auxiliam mutuamente. A apicultura é uma indústria condizente com o modismo da ecologia.

Organizadas em castas (a rainha, as operárias e os zangões), as abelhas demonstram apurado grau de organização societária. Fenômeno curioso é a expulsão e execução do zangão pelas operárias, o que acontece logo após o voo nupcial com a nova rainha da colmeia. Tudo dentro de um trabalho que não compromete a primorosa disciplina do conjunto.

Em Brasília, à exceção, há servidores laboriosos, a exemplo das abelhas. Há, no entanto, enxames que nada ou quase nada produzem. Preocupam-se em orbitar em torno da “rainha” e cortejá-la. Buscam instalar para si um “pequeno reino” dentro do reino maior. Nessa luta, as pretensas operárias voam e secretam a cera da indolência. Ao invés de adoçarem, amargam a boca do contribuinte.

Desse modo, as abelhas, paradigmas do trabalho nos dão o mel, enquanto as falsas operárias sangram os cofres públicos, desviando os recursos que deveriam ter como sagrado destino a saúde e o bem-estar coletivo.


* Paulo Maria de Aragão 
Advogado e professor 
Membro do Conselho Estadual da OAB-CE
Titular da Cadeira nº 37 da ACLJ

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

NOTÍCIA ACADÊMICA


BETO E ANA STUDART 
RECEBEM AMIGOS
NA FAZENDA CHICA DOCE


O empresário Beto Studart, 10º Membro Benemérito da ACLJ, e sua esposa Ana, receberam na noite do último sábado (21.02) um grupo íntimo, em torno do russo 

Dmitry Sidorenko, o qual cumpre sua visita anual ao Brasil, particularmente à esta Capital do Ceará.  A recepção foi na fazenda Chica Doce, no município de Pindoretama, na Grande Fortaleza.

Dmitry, Membro Honorário da ACLJ, tem graduação universitária em línguas românicas, com ênfase em gramática e prosódia portuguesas, e atua como cicerone das delegações brasileiras em São Petersburgo, na Rússia, onde trabalha como intérprete oficial da Embaixada Brasileira, já tendo sido indicado pelo Itamaraty para a função de Cônsul Honorário do Brasil naquela cidade.

Participaram do grupo de convivas o bibliófilo José Augusto Bezerra, Presidente da Academia Cearense de Letras, acompanhado da mulher, Bernadete, o Deputado Estadual Heitor Ferrer e os empresários Lauro Chaves (Barão de Camocim) e Eduardo Fiúza, com a suas respectivas Ana d’Aurea e Regina Cláudia (da Academia Fortalezense de Letras)  dentre outras personalidades importantes. 

Representando a ACLJ compareceram o Jornalista Arnaldo Santos, com a bela Alexsandra Botao, e o advogado e escritor Reginaldo Vasconcelos.

Os anfitriões Beto e Ana instalaram os seus convidados para os aperitivos nos jardins do haras da fazenda, onde os cavalos manga-larga, de dentro de suas baias, orelhas eretas, pareciam apreciar as performances da boa música americana, tocada e cantada ao vivo por excelente grupo musical – com a eficiente participação vocal do próprio Beto e do seu amigo Targino, e de alguns outros – agora já na seara do repertório romântico brasileiro. 


Antes do jantar, o grupo composto por literatos e empresários conversava sobre a Rússia, confrontando as informações livrescas e midiáticas com a realidade política, social e econômica apresentada por Dmitry, para ao final filosofar sobre a condição existencial de cada qual.

Beto Studart declarou a sua inveja dos intelectuais, lembrando que estes podem conduzir todo o seu valioso patrimônio aonde forem, porque levam no seu universo mental toda a sua verve e todo o conhecimento humanístico acumulado, enquanto ele não pode transportar consigo a todo lugar o seu belo haras – por exemplo – nem outros tantos itens vultosos do cabedal que reuniu ou que constrói.

É verdade – obtemperou Reginaldo Vasconcelos. 

Entretanto – prosseguiu o escritor – todo o louvor é devido aos que nascem nus e por esforço próprio, e às vezes com muito sofrimento, adquirem um grande acervo de bens da vida com seus empreendimentos, fundam negócios, edificam colossos, movimentando com isso a economia. Produzindo riqueza, criam impérios e estimulam as ciências, dando oportunidade de emprego aos talentosos. Já os beletristas, os artistas, os poetas, os eruditos em geral, estes recebem lauréis gratuitamente, sem nenhum esforço e sem nenhum mérito, pois já trazem seus dons intelectuais no nascimento.



      

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

FATOS DATADOS (AV)


OS 366 DIAS DE BRASÍLIA,
DO BRASIL E DO MUNDO

23 DE FEVEREIRO DE 2015

*A mudança da Capital Federal para o interior do Brasil é, finalmente, incluída na Redação Final da primeira Constituição Republicana, em 1891. Nascido da Emenda  Lauro Muller, o Artigo 3º estabelece que fica reservada “uma área de 14.400 quilômetros quadrados no Planalto Central” para servir de território à futura Capital.

* Em 1958, as duas melhores boates da Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, são a Night Day e a Tirolesa. Existia outra na 2ª. Avenida. E outras em pontos isolados.

* Em 1960, o presidente Eisenhower, dos Estados Unidos, visita Brasília, ainda em final de construção. Ao saudá-lo, o Presidente Juscelino Kubitschek refere-se à obra de edificação da nova Capital, enfatizando: “Teríamos faltado a Deus, que nos legou patrimônio tão grande, se não o valorizássemos com o nosso trabalho!”.

* Noutro momento do seu discurso, JK diz a Eisenhower: “Este solo recém desbravado, que Vossa Excelência pisa, pela primeira vez, é uma zona crítica na guerra que decididamente levamos a efeito em favor de um destino melhor para o nosso povo”.

* A Fundação Assis Chateaubriand é criada, em 1989, pelos condôminos dos Diários. Projetos e obras em educação, cultura, esporte, turismo e memória.

* A Embaixada do Marrocos é inaugurada, em 2006, na Quadra 801 da Avenida das Nações. *  Em 1965 é fundada a Loja Maçônica Obreiros do Planalto completa.

*  Crise abala governo de Nicolas Maduro, na Venezuela, com manifestações nas ruas,  em 2014. Em 2015, mantém-se o mesmo quadro.

* Ano letivo Brasília-2015 começa hoje, porém com assembleia dos professores. Perspectiva de greve por falta de pagamento de salários 2014 e 13º salário.

* Hoje é dia de cumprimentar  Sérgio Paulo Rouanet,  escritor carioca. A Lei de Incentivo à  cultura tem o seu nome. Membro da  Academia Brasileira de Letras.

* Hoje é o Dia Nacional do Rotary e do rotariano. * Nacional da Guiana. * Veneração a São Policarpo. * Data do nascimento de Edmeia Ribeiro  Pinto, Isaura Azevedo, Iolanda Gomes, Rosany Ribeiro,  Marcio Palhares, Iolanda Gomes, Rogéria de Ipanema, Mayra Rodrigues e Elizene Ferraz.



Adirson Vasconcelos
Cearense radicado em Brasília-DF
Advogado – Jornalista – Escritor – Poeta Professor
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do DF, da Academia de Letras de Brasília, 
da Academia Maçônica de Letras do DF, da Academia de Letras e Artes do Planalto, 
da Academia Taguatinguense de Letras, da Casa do Poeta Brasileiro – Br.  
adirson@bol.com.br

ARTIGO (VM)

EXTENSÃO DO ARTIGO 

ERGASIOFOBIA / OTIUM-UNIFOR

AO PROF. DR. FILIPE JESUINO
Vianney Mesquita*


A insolência do vulgo é proporcional à sua ignorância; tudo quanto está fora do alcance da sua inteligência o trata com desdém. (William Carew HAZLITT, autor e editor inglês,Y22.08.1834; 08.09.1913).


Faço remissão ao texto enviado ao Prof. Filipe de Meneses Jesuino, a respeito do Otium – Laboratório de Estudos do Ócio e Tempo Livre, da Universidade de Fortaleza, onde militam vários seus colegas, intitulado Ergasiofobia, lance em que lhe pedi para verificar a propriedade do escrito sob do espectro da Psicologia, temática por ele sustentada com segurança e distinção.

Folgo com ter seu aprovo, na resposta reproduzida na nota de rodapé deste comentário, na qualidade de meu consultor padrão-ouro nesta área, pois contava com a possibilidade de haver algum senão de natureza conceitual, porquanto não é matéria de meu trato acadêmico, mas apenas configura noções apreendidas de leituras e da formação elementar – diga-se, de boa qualidade, que aqueles dos nossos tempos – eu e seu pai, o Prof. Geraldo Jesuíno, “exempli gratia” – experimentamos.

Como, todavia, o saber científico não tem donos, nada demora incursionarmos por ele em todos os quadrantes, principalmente agora, isento que estou de trabalhos docentes vinculados a um só saber lindado por conteúdos programáticos, considerando que a Ciência é horizontal, encadeada, sem extremo de começo nem borda de fim.

Entendo, no âmbito do meu laicalismo insolente – dirão, certamente, alguns – que, em razão das grandes conexões experimentadas hodiernamente pelos tentáculos das centenas de sub-ramos ordenados do conhecimento, restam redimensionados os antigos limites, o começo e o cabo dos seus feitos.

Isto porque, na visão macro de uma Ciência singular, parece ter sido reformatada aquela departamentalização rigorista dos vários terrenos disciplinares, que, ainda hoje, delineia e serve à Didática com vistas à transferência de ideias a quem estuda, mormente no concerto dos teores de graus de ensino propedêuticos ao ensino superior e, mesmo, na graduação.

A determinação desses segmentos curriculares foi, entretanto, por consequência, a fórmula pertinente aplicada para transmutar conteúdos, haja vista a precedência de uns para sossegar o terreno de outras informações a serem recepcionadas na seara escolar, tendo os primeiros como prerrequisitos.

Quem é capaz de admitir Geometria, se não viu Aritmética? Pode-se estudar Teoria Literária sem haver transitado pela Gramática? Improvável, decerto, é existir alguém capaz de acolher regramentos de Gastroenterologia e Cardilogia, por exemplo, sem haver detidamente examinado os haveres de Anatomia e Citologia, matérias inaugurativas, de primeiro semestre, dos cursos de Ciências Médicas.

Convém trazer à colação o argumento de que ainda não deixaram de ter curso pacotes curriculares defeituosos, porém, sob protesto recorrente de pedagogos e psicólogos da Educação, em ensaios e mais experimentos, na demanda de estabelecer um estalão de matérias consentâneo em relação às necessidades educacionais e instrucionais da atualidade.

Daí por que sucede uma constante modificação de grades didáticas na maioria dos cursos, mormente os universitários, tudo isto em virtude do secionamento incessante dos ramalhos da Ciência, de que é exemplo bem próximo a extraordinária evolução da Informática.

Aduzindo mais dificuldade, no entanto, para os raciocínios aqui expendidos, é apropriado trazer agora, assentado em Hugo de Vries, o argumento de que o desdobre dos objetos do conhecimento conduziu a uma gradual distinção das Ciências, com o resultante perigo de estreitar a visão a um restrito domínio técnico e de se perder a perspectiva das “grandes conexões da totalidade do ser”. (In: Walter Brugger – Dicionário de Filosofia. 2.ed. São Paulo: Herder, 1969).

No meu entendimento modesto, inexiste um “aqui começa a Química; nem aqui termina a Fisico-Química”; tampouco “O que me compete falei até aqui, agora fica por conta dos geógrafos”.

Quem diria que o Direito deita raízes na Microbiologia aplicada nos cadáveres, até após exumação, para aclarar crimes de morte e, de sobejo, servir a outros pretextos científicos?

A propósito, me lembro da dissertação de mestrado do médico e advogado, Dr. Renato Evando Moreira Filho, por mim revisada (2008), sustentada junto ao Mestrado em Microbiologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, intitulada Micologia Forense: a dinâmica da microbiota fúngica na investigação do período post-mortem, sob a orientação da minha consulente, há muitos anos, para revisão de textos, Doutora Sâmia Nogueira Brilhante, cujo conteúdo muito me impressionou pelas relações intimistas dos dois grupos de Ciência – a Biologia e o Direito – para constituir a Jusmedicina e a Jusbiologia.

Aproveito o ensejo para informar que o Prof. Dr. José Júlio Costa Sidrim, escritor de Microbiologia acreditado e muito consultado internacionalmente, componente da Banca do Dr. Renato Evando, bem como a Prof.a Dr.a Tânia Vicente da Silva, minha colega da UFC e mulher do agora referido M. Sce., também a mim recorrem para aprestar, gramatical e estilisticamente, suas produções científicas.

No Nuntia Morata (MESQUITA, Vianney. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2014, p. 181) – mui honrado com o fato de o psicólogo clínico Dr. Filipe lhe haver puxado as orelhas, magnificamente delineadas – me reportava ao argumento de a Ciência parecer se reencaminhar na convergência para a Filosofia, da qual divergiu há tempos bastante transatos. Ali, também (ID.IBID.), me referia a C. H. Lars, ao exprimir a opinião de que não existe o saber particular e, com arrimo na Escolástica, externava esse sacerdote jesuíta a noção de ser impossível individualizar tudo, reunindo detalhes e circunstâncias, ou seja, analogamente ao moto desse pensamento cristão da Idade Média, tendo como mentores Pedro Abelardo, Gulherme de Occam e Bernardo de Claraval, entre mais: non datur scientiae de indivíduo – não há saber do particular – acolitado por outra divisa, conforme a qual o todo individualizado é inexprimível (Omne individuum ineffabile).

Evidentemente, no arremate dessas vaniloquências (assim, alguém pensará), asseguro ao destinatário principal destas notações que não tencionei adentrar de chofre o tema, só circulei, consoante argutamente percebeu, ao modo de galo fazendo pé-de-roda a fim de colher uma galinha para, em frações de minuto, com ela coabitar.

Pode ser que, na carona analógica desse colhudo do terreiro, eu tenha até pensado na ideia de TODO NOVO PROCEDER DE UM OVO, como o mundo é possível derivar-se de mera gota de coacervato, segundo uma das múltiplas ideações da origem da Terra, esta esposada pelo russo Antonin Ivanovich Oparin, lida por mim em um opúsculo, salvante engano, A Origem do Universo, no ano de 1971, e nunca mais revisitada.

Reconheço, Prof. Dr. Filipe – em afirmação extensiva, é claro, ao leitor, a verdade de que às vezes me comporto como o sapateiro ao criticar a pintura de Apeles: transpondo a opinião sobre as sandálias e intentando apreciar o restante do afresco, sem atentar para o que ralha comigo o pintor – Ne sutor ultra crepidam – inserta numa das obras de Plínio, o Antigo.

Pouco se me dá, porém, pois me concedo este direito. Se não logro possuir cancha intelectual, e aqui recorro ao enorme Karl Raimund Popper – para quem todos “somos cegos convencidos de que saber e ignorância são vizinhos” – guardo uma boa idade para divertir-me até com o que ainda não sei, circunstância, aliás, eternamente provisória para todas as pessoas.

Grande abraço, professor Filipe M. Jesuino. Admiro-o, como dizem em Minas Gerais, demais da conta.

NOTA

1 Caro professor,

Aprendi, inclusive consigo, a não me deixar converter em fatia da salami science e, não tomar meu ponto de vista como estandarte de um intelecto exclusivamente preparado para combater. Tento batalhar pelo estilo, nos termos de Goethe, que o compreende como aquilo que reúne o espírito conhecedor (universalizante) e a imitação da natureza, ou o vínculo com os viveres individuais. Sei que muito dos meus pares pensam diferente.

Buscam apenas uma bandeira universal e se esquecem de que são apenas individualidades de uma universalidade bem mais ampla. Tornam seu ponto de vista um dogma e, por isso, se melindram.

Se no campo do estilo me considero neófito, ao menos já consigo tirar alguma aprendizagem do que escrevem os mestres, categoria em que o incluo. Um dia eu chego lá.

Grato pela interlocução 

Cordialmente 

Filipe Jesuino.


*Vianney Mesquita 
 Docente da UFC 
Acadêmico Titular da Academia Cearense da Língua Portuguesa  
Acadêmico Emérito-titular da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo 
Escritor e Jornalista