quarta-feira, 29 de março de 2023

CRÔNICA - Até as Pedras Sabem (RV)

 ATÉ AS PEDRAS SABEM
Reginaldo Vasconcelos*



Até as pedras sabem – embora alguns neguem, e outros prefiram não saber – que houve um concentrado esforço nacional para defenestrar do poder um incômodo Presidente da República  e não exatamente para eleger o ex-presidente, que fora condenado a doze anos e já cumprira 20 meses de cadeia, cuja rota bandeira populista foi lavada, enxaguada e hasteada apenas para que se cumprisse aquele desiderato principal, única possibilidade, sem nenhuma alternativa. 

O presidente derrotado é um ex-militar de baixa patente e foi deputado do baixo clero do Congresso Nacional por muitos anos, cuja única plataforma para suas eleições ao Parlamento era o discurso renitente de combate ao status quo da política brasileira. Ele fez campanha à Presidência da República pelas redes sociais da Internet, surpreendendo o stablishment com a sua vitória, improvável e inesperada. 

A partir de uma postura disruptiva, prometera e tentou moralizar a vida pública nacional, sem habilidade política para tanto, conquistando por isso o epíteto de “Mito”. Cercado de seguidores, foi afastando violentamente os que fugissem ao seu padrão, produzindo inimizades. Montou um Ministério de notáveis, cujus integrantes substituía bruscamente a qualquer antipatia ou sinal de incompetência, engrossando as fileiras de antagonistas virulentos. 

Como um cavalo xucro, foi saltando com ímpeto os obstáculos do destino – punhalada, pandemia, seca, guerra fria, conflito mundial, CPI do Circo – para assim mesmo entregar ao País números melhores, com inflação baixa e alta no produto interno bruto, crescimento do emprego e criminalidade reduzida, enquanto no resto do mundo a economia agonizava e as nações rolavam pelo chão convulsionadas por ideologias paranoicas. 

Tosco, falastrão, ingênuo, ferino, foi atacado por toda a caterva nacional, acreditando que a verdade bíblica nua e crua o salvaria do calvário. Imaginou-se um Jorge da Capadócia vencendo o dragão de sobre o ginete, para terminar como um Sebastião de Narbona, amarrado e flechado pela imprensa nacional, que ele não soube acalentar, e por toda sorte de ímpios e pérfidos a que deixou aberto o flanco. 

Agora, curada a doença, o remédio começa a se revelar muito mais tóxico que o esperado, um grande Exército de Brancaleone no poder a simular uma loja de louças a que um pequeno símio desastrado tenha acesso – os mesmos erros do passado repetidos, para produzir alta de impostos, ameaça de inflação, invasões de terras, criminalidade crescente – um filme-pesadelo a que o País já assistiu e não esperava uma reprise.  

Enfim, todo o estamento que venceu e alcançou o objetivo descobre que teve, ao fim e ao cabo, uma vitória de Pirro. Uma tentativa de controle biológico em que o combatente da praga se descontrole e se torne mais nocivo do que ela. Como alguém que adquirisse gatos para eliminar os ratos do porão, mas estes, cumprida a missão, passassem a trucidar os peixinhos coloridos do aquário e os maviosos passarinhos do quintal.

      

CRÔNICA - Apogeu da Minha História (SPG)

 APOGEU DA MINHA HISTÓRIA
Stênio Pimentel Gomes*

 

Hoje é um dia muito especial para mim, e gostaria de compartilhar com meus confrades e amigos. 

Há exatamente 64 anos – dia 29 de março de 1959 – eu pisava em solo Carioca. 

Era um domingo de sol lindíssimo, e eu no auge dos meus 17 anos (incompletos), iniciava minha “Carreira solo”. 

Era tudo diferente... Deixava minha querida Fortaleza, na época com pouco mais de 515 mil habitantes, para viver no Rio de Janeiro – então Capital Federal – com mais de 3 milhões, sem contar com a população das cidades vizinhas. 

O choque cultural foi muito grande, o sotaque e o linguajar principalmente, era totalmente diferente. Algumas palavras e frases tinham significados diversos, apesar do mesmo idioma Português. 

Os cariocas, quando me ouviam falar, me chamavam de baiano, pau de arara, arataca etc... Porém, nada disso me abalava. Eu levava tudo e todos na mesma gozação. O primeiro ano foi realmente um período muito difícil.

O filho Ricardo
e o neto Rafael

No ano seguinte, 1960, retomei meus estudos e tudo mudou da água para o vinho. Concluí meus seis anos de militar pela Briosa Marinha de Guerra do Brasil e iniciei minha nova carreira como Bancário, até me aposentar.  

Em 1965 me casei com a jovem carioca Maria Thereza, e em 1971 ela me presenteou com o nosso filho, Ricardo, primeiro e único. Cabra preguiçoso de nascer. Deixou-nos seis anos na maior expectativa. 

Essa é, em apertada síntese, a longa história da minha vida.

segunda-feira, 20 de março de 2023

ARTIGO - Os Cem Anos de Millôr Fenandes (RV)

 OS CEM ANOS DE MILLÔR
Reginaldo Vasconcelos* 

 

No próximo dia 16 de agosto vai ser comemorado o centenário do jornalista Milton Viola Fernandes, nas letras Millôr Fernandes, nome que adotou por corresponder ao que consta do assento de seu registro civil, por erro gráfico do cartório. Somando ao que já sabia sobre ele,  pesquisei maiores detalhes da sua vida para fazer este registro. 

Millôr foi um importante caricaturista, chargista, dramaturgo, escritor, ilustrador, poeta e tradutor brasileiro, o qual atuou como colaborador em grandes publicações nacionais, como as revistas O Cruzeiro e Veja, e o  Jornal do Brasil. Escreveu peças de teatro, poesia, textos humorísticos e traduziu obras de Shakespeare e Sófocles. 

Era filho do fotógrafo espanhol Francisco Fernandes e da brasileira Maria Viola Fernandes, e nasceu em 16 de agosto de 1923 no  Meier, subúrbio do Rio de Janeiro. Por desídia de seus pais, Millôr só foi registrado quase um ano depois, e por isso a data de nascimento oficial é 27 de maio de 1924. 

Seu pai morreu de repente em 1925, aos 36 anos, ficando a viúva com a tarefa de criar sozinha os quatro filhos: Milton, Hélio (que também seria jornalista),  Judith e Ruth. Apesar de criancinha quando da morte do pai, Millôr lembrava dele como “um homem bonito, bem vestido, que vivia se fotografando” e que “acordava a família patriarcalmente todas as noites para saborearmos salames e queijos”.  

Com a morte do marido, a mãe do Millôr, então com 27 anos, foi obrigada a alugar uma parte do casarão em que moravam, e passou a costurar para fora, assumindo a profissão de “modista”, como se dizia na época. 

Millôr cursou o ensino básico na Escola Enes de Sousa, no Méier, entre 1931 e 1935. Gostava de dizer que da professora Isabel Mendes guardou a lição definitiva, sobre aprender o prazer de aprender. Mais tarde essa escola pública recebeu o nome da referida educadora, mas para Millôr aquela seria para sempre a “Universidade do Meyer”.

 

A mãe do Millôr morreu de câncer em 1934, quando ele tinha 11 anos, o que o impactou profundamente: “Sozinho no mundo tive a sensação da injustiça da vida e concluí que Deus, em absoluto, não existia”. Os irmãos se separam, e Millôr foi morar com a avó, num quartinho no fundo do quintal da casa de um tio materno, na distante Estrada Nova da Pavuna.

 

Millôr Fernandes compôs o grupo de jornalista talentosos, ousados e irreverentes que fundou do jornal O Pasquim, nos anos 60, em que ganhou fama de filósofo aplicado, pela habilidade de criar frases de efeito que refletiam o contexto social da época, a vida, os relacionamentos, a política, entre outros temas:

 

“Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem”; “Pais e filhos não foram feitos para serem amigos. Foram feitos para serem pais e filhos”; “A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades”; “Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”.

 

Millôr foi internado na clínica São Vicente, no Rio, em fevereiro de 2011, sem que a família permitisse divulgar as razões da internação, nem a evolução do seu estado de saúde. A equipe responsável pelo  Twitter  do escritor, questionada pelos seus leitores mais fieis, em meados do mesmo mês respondeu que ele estava “melhorando lentamente”, sem fornecer maiores detalhes, mas dois dias depois foi divulgado que Millôr sofrera um “acidente vascular isquêmico”.  

 

Quando o quadro de saúde melhorou ele evoluiu do CTI para um quarto intermediário, em que permaneceu por cinco meses, recebendo alta no dia 28 de junho. Mas permaneceu em casa apenas dois dias, quando se sentiu mal e foi internado na Clínica de Saúde São José, por mais cinco meses. Seguindo a tradicional conduta de discrição sobre a sua intimidade pessoal, adotada pelo Millôr durante a sua vida pública, durante todo o período de sua internação a família manteve silêncio sobre o prontuário médico, até o seu falecimento.

 

Millôr morreu em seu apartamento em Ipanema, por falência de múltiplos órgãos, com consequente parada cardíaca, às nove horas da noite do 27 de março de 2012, o que somente foi divulgado no dia seguinte, por seu filho Ivan Fernandes.

 

O corpo foi velado na manhã do dia 29 no Cemitério Memorial do Carmo, com o comparecimento de grande número de pessoas públicas e sob grande comoção popular, e foi cremado em cerimônia restrita a cerca de 40 pessoas no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

 

Em 1984 ele escreveu:

 

Poeminha com Saudade de Mim Mesmo

Quando eu morrer
Vão lamentar minha ausência
Bagatela
Pra compensar o presente
Em que ninguém dá por ela.
 


A\RTIGO - Os Ciclos das Civilizações (RMR)

OS CICLOS DAS
CIVILIZAÇÕES
Rui Martinho Rodrigues*

 

 

As civilizações nascem, crescem, fenecem conforme Arnold J. Toynbee (1889 – 1975), que estudou inúmeras destas formações históricas. Não é uma lei. Nas ciências da cultura não existe tal coisa. Elas não são nomológicas. Caso fossem nós não seríamos sujeitos da história. Toynbee apenas ressalta uma tendência e um fenômeno que não tem prazo definido e pode ser adiado ou revertido e nem é inevitável, como se pode constatar pela observação, com o auxílio de Clio e de Mnemosine.

Oswald A. G. Spengler (1880 – 1936) publicou, em 1918, uma obra com o título A decadência do Ocidente, antevendo o declínio da civilização ocidental. Era o momento do fim da I Guerra Mundial e o autor contemplava o mundo desde a Alemanha que acabava de sofrer uma dolorosa derrota e a influência do lugar e da época manifestou-se no pensamento de Spengler. Mas não deixa de ser um fato que as civilizações nascem, crescem e passam por graves momentos de decadência, embora possam ressurgir como uma fênix. 

Os pelágios habitavam a região onde posteriormente se formaria a civilização grega. Evoluíram do período neolítico para a idade do bronze, desaparecendo depois, quando dominados pelos dórios, jônios e eólios vindos do Norte. O ciclo de Toynbee realizou-se neste caso aparentemente por fatores exógenos. 

Os romanos, aparentemente derrotados pelos bárbaros, entraram em declínio por fatores internos, tornando-se vulneráveis aos invasores bárbaros. Max Weber (Maximilian Karl Emil Weber, 1864 – 1920) atribuiu a decadência dos romanos a degradação da agricultura. Aristóteles (384 a.C.– 322 a.C.) elaborou uma tipologia de regimes políticos, descrevendo a tendência para degradação de cada um. A monarquia tem na tirania a sua expressão decadente; a aristocracia degenera em oligarquia e a democracia tem na demagogia a sua forma corrompida. A decadência romana está relacionada com o declínio da sociedade, da cultura e da desorientação axiológica. 

Civilizações mais ricas e mais sofisticadas têm sido vencidas, dominadas e destruídas por povos mais rústicos e mais pobres, quando já estão corroídas por dentro. Os gregos foram dominados pelos romanos no período helenístico, quando a expansão do Império Macedônio exacerbou o cosmopolitismo dando origem ao relativismo que abalou os valores gregos. Foi no tempo dos sofistas que se deu a decadência. A coesão da sociedade guarda relação com os valores da cultura nacional. Não se trata do nacionalismo interessado em reserva de mercado, discriminação do estrangeiro ou do favorecimento do que não presta só por ser nacional. 

A base axiológica é fator de coesão, faculta o entendimento, influencia o significado semântico impactando na cognição e na intelegibilidade do discurso. A comunicação fica comprometida quando a cultura fica dos valores que as palavras representam e passam a ter significados diversos e conflitantes, levando ao conflito interno. 

Nada acontece na política sem que aconteça antes na literatura (Hugo L. A Hofmannstal, 1874 – 1929). A produção literária de utopias não tem novas obras. Só temos distopias como expressão literária, vaticínio ou diagnóstico de decadência. A linguagem passou a ser vista como um produto de conspiração da classe dominante para induzir submissão; as civilizações passaram a representar o domínio de poder ilegítimo e todas as configurações sociais passaram a ser vistas como opressivas, a universalidade do dimorfismo sexual, renomeado como “sociedade binária”, para esta é uma opressão multimilenar e universal. 

Perdemos o contato com a realidade. Até o rigor epistemológico é visto como desculpa para a dominação das consciências pelo domínio cognitivo. A banalização dos mores trouxe solipsismo oculto sob o disfarce do discurso libertário cujos resultados são liberticida. A dissolução dos laços sociais da sociedade líquida descrita por Zygmunt Bauman (1925 – 2017) não encontrou solução nos grupos identitários. Estes servem para a guerra de todos contra todos mencionada por Thomas Hobbes quando se referiu ao estado de natureza. 

O controle social era exercido pela sociedade com o protagonismo dos pais, dos parentes e dos mais velhos em geral, dos professores, e clérigos. Mas a fluidez dos valores destruiu a autoridade dos pais em nome do combate ao patriarcalismo. A autoridade dos mais velhos foi contestada em nome do repúdio a dominação, no caso do tipo tradicional descrita por Max Weber. Os professores foram deslegitimados com o argumento da crítica o tipo de dominação classificado como racional legal, também na tipologia de Weber. Este mesmo argumento foi usado contra os agentes do Estado em geral. Restou a anomia, um vácuo no qual os poderes informais, como o das facções criminosas, se fortaleceram. As tribos urbanas, que estão substituindo a influência da família, da escola e das igrejas, também se fortaleceram, valendo-se ainda do discurso libertário e hedonista. 

O conservadorismo entendido como o pensamento para o qual o homem não pertence a si mesmo, mas à família, pátria e igreja, conforme Robert Nisbet, em O conservadorismo; juntando-se a isso a prudência diante das práticas que fazem da sociedade um laboratório e das pessoas cobaias de experimentos sociais e políticos, seguindo o entendimento de Roger V. Scruton, 1944 – 2020, em O conservadorismo: um convite a grande tradição. Conservadores tentam resistir, mas são violentamente reprimidos pela censura e por outros meios. A semelhança entre conservadores e revolucionários é maior do que parece. Ambos entendem que o homem não se pertence, embora atribuam o pertencimento a instituições ou entidades diferentes. O revolucionário se transcende na classe social, grupo identitário ou partido. 

O liberalismo, para quem o homem se pertence, podendo agir livremente até o limite da alteridade, não gosta da dominação dos construtos coletivos, sejam eles “conselhos” (soviets), classe, grupos identitários, igrejas, Estado ou partido. Encontra dificuldade em formar aliança com o conservadorismo. 

O liberalismo é pouco sedutor pois o autopertencimento não se coaduna com a ilusão do Estado provedor. É próprio dos liberais dizer que quem troca a liberdade pelo bem-estar acaba ficando sem as duas coisas (Milton Friedman, 1912 – 2006). O ceticismo em face da proposta paradisíaca da garantia estatal de conforto não se presta ao exercício da demagogia, forma decadente da democracia, na citada tipologia do estagirita. A democracia decadente prefere os mitos e mitologias políticas de que fala Raoul Girardet (1917 – 2013). 

Anthony Daniels (Theodore Dalrymple, 1943 – vivo) afirma: a humanidade está desorientada por influência dos intelectuais. A grande confusão é indício do declínio de uma civilização. “Zumbis” criados pela dependência química e o envelhecimento populacional da espécie que não quer se reproduzir são sugestivos de decadência. Repensemos tudo.

quinta-feira, 2 de março de 2023

CRÔNICA - Fazendo a Diferença (WI)

 Fazendo a diferença
Wilson Ibiapina*

 

No vídeo que meu filho Fábio editou sobre os meus 80 anos de idade, familiares e amigos deixaram seus depoimentos sobre minha trajetória profissional. Como a redação da Globo em Brasília está informatizada, repleta de computadores que substituem as máquinas de escrever, Olavo Denecial preferiu gravar sua fala no arquivo, onde sabia encontrar as matérias do meu tempo de trabalho na emissora. 

E lembrou um episódio que aconteceu na cobertura da primeira visita do Papa Joao Paulo II ao Brasil, em 1980. Na ocasião, fui escalado pela Alice Maria, diretora da Central Globo de Jornalismo, para chefiar uma das duas equipes formadas para acompanhar Sua Santidade pelo País. A outra equipe ficou sob o comando do Tomzé, de Belo Horizonte. 

Depois de receber o Papa em Brasília seguimos para o Rio. Os repórteres Ricardo Pereira e Pedro Rogério, e o cinegrafista Ricardo Straus. Na sede da Globo, toda a estrutura do telejornalismo estava trabalhando na cobertura, e fiquei meio deslocado. Foi quando descobri que uma equipe da RAI, televisão italiana, acompanhava o Papa de perto, colada nele. 

Peguei uma das fitas de vídeo gravadas pelos  italianos, entrei numa ilha de edição e comecei a assistir a visita à favela do Vidigal. Com um forte esquema de segurança, o Papa subiu o morro acenando e cumprimentando as pessoas. 

Depois de ouvir o coral de crianças da favela e abençoar a população, presenteou a comunidade com seu anel episcopal. A TV italiana mostrou o Papa tirando o anel do dedo  e entregando a uma garota. Editei a cena, que passou a ser um dos momentos mais emocionantes da cobertura global. Nas demais visitas que acompanhamos, a Porto Alegre, Salvador, Belém e Manaus, não tirei os olhos das imagens gravadas pela RAI. E isso salvou nossa cobertura em Salvador.

Em seu oitavo dia no Brasil, o João Paulo II foi visitar a favela de Alagados. Quando nossa equipe chegou, toda a área já estava ocupada por uma  multidão, e cercada pela polícia. Foi quando o cinegrafista Ricardo Straus começou a filmar uma menina que tentava enfrentar a multidão para chegar ao Papa. Ricardo virou a câmara e mostrou um repórter de uma rádio baiana, com um microfone cara de gato, enrolado numa flanela amarela, fazendo um apelo:  “Por favor, deixem a menina passar. Ela só quer entregar um presente ao Papa”. 

Até que a garota furou o cerco e mergulhou na multidão.  Na redação, de posse da fita da TV italiana, vi a menina saindo da multidão e correndo para entregar um embrulho ao Papa. O Pontífice abriu e viu que o presente era uma jangadinha, que ele exibiu ao público,  que aplaudiu. 

No avião, o comandante anunciou que o diretor da Globo estava parabenizando a equipe pelo êxito na cobertura em Salvador, sem saber que naquela manhã dormimos demais e chegamos à favela depois do Papa, quando tudo já estava fechado de gente. E eu até pensei: “Deus está nos ajudando”.


quarta-feira, 1 de março de 2023

NOTA ACADÊMICA - Wilson Ibiapina Recebe Homenagens

WILSON IBIAPINA
RECEBE HOMENAGENS


O jornalista Wilson Ibiapina completou 80 primaveras neste dia 26 de fevereiro, e é alvo de homenagens dos colegas da Rede Globo, a que serviu por muitos anos, e dos confrades da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, em reunião festiva dos confrades na Tenda Árabe, na noite do dia 28 de fevereiro.


Na imagem abaixo os acadêmicos da ACLJ: no lado esquerdo Rui Martinho Rodrigues, Adriano Jorge, Paulo Ximenes e Pedro Bezerra de Araújo; no lado direito César Barreto, Reginaldo Vasconcelos e Roberto Moreira. Em pé, Altino Farias. Fez parte da mesa, antes da foto, Luciano Maia, e depois dela o convidado Galileu Viana.



Na oportunidade Reginaldo Vasconcelos revelou a satisfação de ter sido indicado por Ibiapina e por JB Serra e Gurgel para compor o Conselho Editorial do jornal “Ceará em Brasília”, editado pela Casa do Ceará, na Capital Federal, já há 58 anos. 


O link abaixo dá acesso ao vídeo em que, além de manifestações de carinho da família, os ex-colegas apresentam mensagens e imagens sobre a trajetória profissional de Ibiapina, que foi Diretor da Sucursal do Sistema Verdes Mares de Comunicação em Brasília, afiliada da Rede Globo no Ceará.