segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

PIONEIRISMO PEDAGÓGICO

Acessando o blog “Leitura e Contexto” leio interessante crônica recentemente postada pela bibliotecária Ana Luíza Chaves, e descubro que a sua mãe, a confreira Concita Farias, ocupante da Cadeira nº 7 da ACLJ, poetisa refinada, manteve escola de ensino fundamental em Fortaleza por mais de vinte anos.

Nessa época,  o Maternal era objeto apenas das escolinhas menores, os colégios maiores não ofertavam vaga nesse sentido, e somente depois, já nos fins dos anos 80, descobririam esse nicho de mercado.

E ainda a revelação de que seu estabelecimento de ensino, inaugurado em 1971, era absolutamente alternativo para a época nos seus métodos pedagógicos, e que foi pioneiro em grande parte do que se aplica hoje em todas as creches, escolas maternais e jardins da infância, confirmando o acerto do que então ela fazia.

“O Cogumelo (...) destacava-se pela forma diferente de tratar e ensinar as crianças, sempre utilizando a arte como recurso lúdico, para atingir o fim didático e pedagógico. Poesia, música, parlendas, desenhos, dança, expressão corporal, dramatização, recreação, teatro de fantoches, recorte e colagem, contação de história, tudo era instrumento de aprendizado para a vida, e também para se chegar ao conhecimento formal, aquele que era exigido para a classe posterior, a Alfabetização.”

Não significa que lhe tenham todos copiado, posto que isso possa ter acontecido aqui e ali, de modo pontual, mas indica que Concita Farias antecipou, por sábia intuição, metodologia original, que outros só descobririam anos à frente.   

"Parquinho? Tinha sim, mas, todo projetado artesanalmente e artisticamente (a arquitetura e a pedagogia se uniam em corpo e alma), visando explorar a coordenação viso-motora – ladeiras e degraus, para subir e descer; pontes, para passar e se equilibrar; pneus coloridos (aqui cabe ressaltar o pioneirismo absoluto), para fazer caminho de obstáculos; anéis de cacimba, para servir de casinha e abrigo; areia, muita areia de praia, para brincar e se sujar. E as mães perguntavam: Tem parquinho? Eram mostrados esses brinquedos, e elas se admiravam pela excentricidade.”


O Brasil ainda precisa entender que educação de qualidade é a chave para se reduzirem as desigualdades, a criminalidade, o desemprego, a fome, bem como para se produzirem profissionais de alto nível, que ajudem a promover a evolução tecnológica e econômica do País. E tudo começa no ensino básico. Pelo que se vê Concita Farias há muito tempo sabe disso.

(Vide: www.leituraecontexto.blogspot.com)

domingo, 29 de janeiro de 2012

Fernando Maia

O veterano jornalista Fernando Maia encheu a cidade de outdoors anunciando, em letras garrafais, que está indo trabalhar na Globo. E levando com ele o seu filho Louro Maia.

Fernando fez uma blague espirituosa, pois se refere à Rádio Globo, emissora local, pertencente ao deputado estadual Moésio Loiola – e não à Rede Globo, como se deduz à primeira vista. Claro que a manchete dos cartazes causa um teasing, expressão em inglês para o recurso publicitário que motiva o público a se interessar pela mensagem.

Mas Fernando Maia já esteve na Rede Globo anos atrás, quando chegou a apresentar a parte local do Jornal Nacional, aliás, com grande competência.


Rodolfo Espínola
Rogério Cardoso
Ele é sósia aproximado de  imensas figuras da mídia que recentemente nos deixaram – o nosso saudoso Rodolfo Espínola, jornalista cearense, e o grande ator Rogério Cardoso, nacionalmente conhecido.

Fernando Maia tem uma das mais belas vozes da nossa radiodifusão, e uma das línguas mais críticas da imprensa cearense, na sua atuação como analista político.

Postado por Reginaldo Vasconcelos

A BELA MARIANA

Uma das melhores piadas do extinto programa cômico Gazeta e Planeta, da Rede Globo de Televisão, foi feita logo depois do concurso promovido pelo Fausto Silva, na mesma emissora, para eleger a substituta da loura dançarina Carla Peres, do conjunto de pagode “É o Than”, que saía do grupo para fazer carreira solo.

Durante semanas seguidas, concorreram centenas de mulheres de todo o Brasil, todas calipígias avantajadas, pois a medida dos quadris era requisito eliminatório, até que se chegasse à vencedora. Então, um dos seis integrantes do elenco de humoristas lamentou: “Eu andei fazendo umas contas, e concluí que, durante esse concurso, quilômetros de nádegas foram pelo ralo – e a culpa é do Governo! A culpa é do Governo!

Parodiando essa anedota, pode-se do mesmo modo lamentar que a bonita e competente repórter esportiva Mariana Sasso, da TV Verdes Mares, certamente em busca da melhor forma tenha emagrecido tanto. Não se sabe de quem é a culpa, mas a verdade é que no caso dela muitos centímetros de absoluta beleza escorreram pelo ralo.

Componente de uma equipe de jovens jornalistas da melhor qualidade, Mariana enche de graça e de espontaneidade sua participação no jornal, prendendo a atenção de todos, mesmo dos telespectadores que não acompanhem o futebol. E aqueles quilinhos a mais não lhe faziam mal nenhum.

Um dia desses, durante o jornal, ela chamou uma determinada matéria e a técnica, por engano, entrou com imagens que não tinham nada a ver. Mariana Sasso então gritou alegremente: “Epa! Houve uma falha!” – em vez de fazer aquele silêncio desapontado e aquela cara de paisagem que mesmo os grandes apresentadores costumam fazer, quando estão no ar ao vivo e alguma coisa dá errado.       

sábado, 28 de janeiro de 2012

MENOS A LUÍZA SAMPAIO, QUE ESTÁ NO CANADÁ

Os carrancudos de plantão têm feito críticas ao grande hit da Internet lusófona no momento, aquela história da “Luíza, que está no Canadá”. Na verdade, trata-se de um bom flagrante do jocoso e alegre espírito brasileiro, que transforma em facécia e pilhéria qualquer pequeno e inocente fato da mais refinada patuscada.

Cooptado para fazer um anúncio testemunhal sobre a qualidade de um empreendimento imobiliário na TV pernambucana, um cidadão local resolveu, certamente por saudosismo, incluir no texto publicitário o fato banal, mas verídico, de que somente sua filha Luíza não aproveitaria de imediato a aquisição do novo apartamento, por estar no Canadá.

Algum gaiato da melhor qualidade percebeu a bobagem desse registro, e o transformou em gozação cibernética, que logo se disseminou pelas redes sociais, e dela invadiu a grande mídia, e daí caiu na boca do povo por toda a nação brasileira e adjacências.

A expressão “menos a Luíza, que está no Canadá” tornou-se o que a Zélia Gattai, mulher do Jorge Amado, denominou de “Código de Família”, em um de seus últimos livros, neste caso não mais somente de um mesmo clã, mas de toda a família brasileira. A partir de agora, sempre que se quiser significar alguma coisa que inclui a todos, se acrescentará “menos a Luíza, que está no Canadá”.

Dorian e sua mulher Denise,
que também é acadêmica
Acontece que o Acadêmico da ACLJ Dorian Sampaio Filho vai passar o carnaval em Olinda com a família, mas não vai com eles a sua filha Luíza, que está no Canadá. Bem, parece que a Luíza Sampaio está na Alemanha, mas com certeza sua irmã mais nova Nina está no Canadá, a qual também, de qualquer maneira, pela mesma razão, vai perder o carnaval.        

domingo, 22 de janeiro de 2012

REPERCUTINDO "THE MINO TIMES"

Mino
Cadeira nº 17 da ACLJ

Sábado, 21/01, li, com um misto de prazer e melancolia, o texto “O Lançamento”, publicado em “The Mino Times”, coluna do confrade Mino, no Diário do Nordeste.  O prazer veio da leitura em si. Agradável, leve, objetiva e poética, com fortes pinceladas de bom humor. A melancolia veio da constatação da insustentabilidade, do ponto de vista comercial, da literatura como um todo, não apenas dos versos de Mino, como ele próprio atesta. Esse é um mal que atinge a todos nós, que temos na escrita, seja qual for sua forma, uma extensão de nossos pensamentos, uma exteriorização de nossa perspectiva do mundo.

Mas o texto foi muito oportuno, visto que está em andamento a idéia da ACLJ de editar um livro com um trabalho de cada membro, acompanhado de sua fotografia e breve biografia. Somar esforços e dividir resultados é o pensamento. Vale lembrar que esse projeto somente existe porque o também confrade Dórian Sampaio se dispôs a editar essa coletânea em sua editora a preço de custo.

Assim, ao invés de ficarmos à mercê de um público arredio às letras e aos gastos, como aconteceu na narrativa de Mino, seremos quarenta a arregimentar, cada um, seus gatos pingados, somando esforços, dividindo resultados e fazendo a diferença. E talvez até promovendo uma boa e animada festa para comemorar.
Postado por Altino Farias
   Link para ler o texto “O lançamento”:
Depois selecione: Sábado, 21/01- Caderno 3. Depois avance até a página 6. 

  

VAZA LAMA NA TV

O jornalista Pedro Bial, apresentador do Big Brother brasileiro, da Rede Globo, em recente entrevista a Sérgio Groisman, na mesma emissora, afirmou que aprecia assistir a programas de TV de má qualidade, para melhor obter lições, ao que José Bonifácio Sobrinho, o Boni, que também estava presente, concluiu: “Então você assiste ao Big Brother!”. Como se sabe, o Big Brother é dirigido por seu filho mais velho, o Boninho.

Esse rasgo de franqueza, que ataca atual atração de TV que seu próprio filho dirige, na emissora que o próprio Boni comandou por tantos anos, causou espanto e repercutiu pela mídia a fora. Não se sabe se a expressão escapou de forma irrefletida ou se o grande ícone da televisão brasileira teve a intenção deliberada de expressar a sua crítica ao tal reality show, ainda que de forma bem-humorada.

O fato é que o programa partiu de uma idéia interessante, e que poderia ser de fato uma curiosa e instrutiva experiência sócio-antropológica, prestando-se a um exame sério das reações humanas em condições especiais de confinamento e convivência.

Mas a coisa se converteu na exploração grotesca da libido juvenil, com a exibição pública dos impulsos instintivos dos participantes, que são inclusive induzidos à embriaguês, e obrigados a compartilhar camas, para perderem a inibição e se entregarem a fornicações mal disfarçadas.

Assim, o sexo, que eventualmente perpassava, sob lençóis, as primeiras edições, foi se tornando o grande foco do programa, depois que emissoras concorrentes copiaram a fórmula, elevando exponencialmente a audiência por meio da pornografia e da perfídia, que eram constantemente estimuladas pelos produtores dos programas, os quais já selecionavam os participantes dentre as figuras mais polêmicas, mais irreverentes e mais lascivas do meio artístico brasileiro.

Agora se estabelece uma estranha polêmica nacional sobre se houve ou não estupro, em cena íntima que o próprio formato do programa propiciou, o país debruçado sobre a interpretação de movimentos corporais realizados na penumbra, embaixo de cobertores, para definir afinal se houve ou não penetração sexual de um participante em outro, os dois pressionados a declarar que o intercurso aconteceu, quando ambos negam se haver configurado o ato do coito.

Ora, a investigação policial e a punição penal do crime de estupro estão condicionadas ao interesse da vítima em processar o estuprador, porque a lei reconhece o direito do estuprado de proteger sua própria imagem, mantendo-a desvinculada do fato degradante. Mas a emissora de TV, ao produzir esse tipo de programa, e o Poder Público brasileiro, ao permitir a sua emissão, expuseram a vítima aos fatos, e agora a expõem ao constrangimento de vê-los divulgados em rede nacional.

O jovem envolvido, por seu turno, é lançado a execração pública, após carícias avançadas consentidas e compartilhadas, sob a presunção de que ele devesse se conter, caso a parceira adormecesse. Uma vez previsivelmente bêbado, obrigatoriamente na mesma cama com uma bela moça também providencialmente embriagada – tudo de acordo com o modelo do programa – tanto faz agora saber que nível de libidinagem aconteceu, muito menos se durante o ato a mulher cochilou ou entrou em êxtase.

Tudo se torna mais grave porque o rapaz em questão tem pele escura, o que inelutavelmente suscita suspeita de crime de racismo contra ele. De todo modo, ainda que não haja qualquer preconceito de cor no episódio, há inevitável prejuízo para a causa anti-racista no País. Os racistas de plantão ficam exultantes toda vez que um afro-descendente surge na mídia em situação desfavorável.

Se não tem cabimento discriminação contra brancos na tal da política de cotas nas universidades, que promove antagonismo racial entre compatriotas, acirrando antipatias étnicas no seio do povo, por outro lado é preciso ter presente que o showbis deve primar pela melhor imagem dos negros brasileiros, pois essa é a melhor forma de reverter arraigadas e absurdas intolerâncias sociais. Um magnífico exemplo de sincretismo étnico nos dá a apresentadora de TV Regina Casé, com o seu programa “Esquenta”, este sim um entretenimento sadio, de excelente qualidade.



Postado por Reginaldo Vasconcelos      

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O LIVRO DO BONI

Boni e seu filho Boninho
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o famoso Boni, 76 anos, paulista de Osasco, o pai da moderna televisão brasileira, acaba de lançar um livro contando sua trajetória de vida, particularmente sua experiência como homem de TV.

Prático e objetivo como sempre, deu ao livro um título tão simples quanto eloqüente – O Livro do Boni. Obvio, todos sabem o que é um livro, e todos sabem quem é o Boni. Fica subentendido um subtítulo: “Primeiro e Único”. Estreando sobre-septuagenário, com uma autobiografia exaustiva, claro que ele não pretende escrever mais.

Supinamente inteligente, Boni é também ele próprio primeiro e único na arte televisiva, que era uma tecnologia novíssima no mundo e mal iniciara no Brasil, e que ele soube dominar e desenvolver com intuição e sabedoria, criando fórmulas próprias e encontrando soluções engenhosas, para fazer neste país um pólo de excelência em televisão aberta.

Com a morte de seu pai, aos quinze anos o Boni foi com a mãe morar no Rio de Janeiro, em casa de parentes seus, bem defronte à residência de parentes meus, na qual meu pai ficava hospedado.

O paulista Boni e o cearense Ayrton fizeram-se amigos e companheiros, este último apenas dois anos mais velho, cujo primo e anfitrião carioca Irapuã Vasconcelos, da mesma idade, decidiu levar a dupla para conhecer o Corcovado.

A foto, que não está no Livro do Boni, foi captada em 1950 pela Rolleyflex paterna (relíquia que herdei), e na imagem se vê o jovem Bonifácio Sobrinho, minha prima Gilca, e a vizinha Sueli, que o Boni namorava.

Postado por Reginaldo Vasconcelos




quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

RICARDO GUILHERME CONVALESCE

Recupera-se bem de uma angioplastia a que foi submetido sábado passado, no Hospital da UNIMED, o ator e jornalista Ricardo Guilherme, Cadeira nº 38 da ACLJ.

Ricardo entrava para assistir a um show quando se sentiu mal, constatando em seguida a necessidade de uma intervenção coronariana para desobstrução circulatória.
Ricardo Guilherme,
entre o Presidente Rui Martinho e o Secretário Altino Farias
Grande número de acadêmicos enviou mensagens de bons augúrios ao nosso confrade, através do endereço eletrônico da ACLJ, manifestando votos de que ele se restabeleça prontamente. 

PALESTRA NO MIS

O Museu da Imagem e do Som do Ceará, por seu Presidente, o acadêmico Nirez, convida os confrades da ACLJ para a palestra que promoverá no próximo dia 17 de janeiro, às 15:30h, e que será proferida no seu auditório da Av. Barão de Studart pelo professor Pedro Alberto de Oliveira Silva, do Instituto do Ceará, falando sobre o tema “O Dia do Ceará”. Abaixo, o convite oficial.


ACERT - EDILMAR NORÕES É REELEITO

A Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acert) reelegeu, nesta quarta-feira, dia 11, a diretoria que comandará a entidade no biênio 2012/2013.

O foco continua centrado nas conquistas de projetos como o da flexibilização do horário do programa "A Voz do Brasil" e a Lei de Direitos Autorais.

Foto: Kiko Silva
Por votação unânime, foi reconduzido à presidência da Acert José Edilmar Norões Coelho, diretor de Programação da Rádio e TV Verdes Mares, o qual é ocupante da Cadeira nº 3 da ACLJ, cujo patrono é o saudoso empresário e Chanceler Edosn Queiroz.

"Embora tenha sido uma chapa consensual, em toda a história dessa entidade, foi a eleição com maior quórum registrado: 73 votantes, entre associados da Capital e do Interior, e isso mostra o comprometimento do afiliado com a Acert" – disse Edilmar Norões.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

EDUCAÇÃO E CIVISMO. EI Ó SUS, OH, SUS!



Assisti  a um vídeo  no link abaixo que é bastante interessante, pois mostra algo que muitos brasileiros não sabem. Nós tínhamos mais letra em nosso Hino Nacional Brasileiro. E mostra também como nossos jovens pracinhas da FEB honraram e amavam com patriotismo nosso amado Brasil, mesmo sob ataques aéreos.

A parte instrumental da introdução do Hino Nacional Brasileiro possuía uma letra, que acabou excluída da sua versão oficial. Essa letra é atribuída a Américo de Moura, natural de Pindamonhangaba, presidente da província do Rio de Janeiro nos anos de 1879 e 1880. 

Em 17 de novembro de 2009, o cantor Eliezer Setton lançou um CD intitulado Hinos à Paisana, das quais uma das faixas é do Hino Nacional Brasileiro, com esta introdução cantada:

“Espera o Brasil que vós cumprais com o vosso dever
Ei! Avante, brasileiros! Sempre avante
Gravai o buril nos pátrios anais o vosso dever
Ei! Avante, brasileiros! Sempre avante

Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz
Cumpri o dever na guerra e na paz
À sombra da lei, à brisa gentil
O lábaro erguei do belo Brasil
Ei ó sus, oh, sus!”

Seria engraçado se não fosse triste, mas um dos problemas maiores de nosso país passa pela falta de incentivo à educação. E quando falamos em educação, também nos reportamos aos valores morais e cívicos que não são mais ensinados às nossas crianças e adolescentes. 

Dá gosto viajar a outros países, como a Argentina e até mesmo aos Estados Unidos, países com realidades econômicas, culturais, e de colonização totalmente distintas, mas que possuem um ponto em comum. Americanos e Argentinos amam suas bandeiras, e se orgulham como nação através do  respeito aos seus símbolos nacionais. 

Enquanto isso, em nosso amado Brasil, poucos são aqueles que honram a nossa bandeira, o Hino Nacional, símbolos maiores de nossa pátria e nação. Muitos sequer sabem cantar nosso hino. E a maioria só usa nossa bandeira e as cores verde e amarelo, em jogos da Copa do Mundo. 

Outra conseqüência da falta de investimento e compromisso com a educação. Enquanto a China é considerada uma nação fechada, comunista, e que tem um capitalismo estatal, suas crianças são privilegiadas com uma educação de qualidade e primor. E, no Brasil, que se diz social-democrático, aberto, e de economia de mercado, encontramos uma educação indigna, vergonhosa, que só contribui para a perpetuação de um ciclo de dominação que já dura séculos. 

Vivemos em um país cercado de nações de origem hispânica, e acaba sendo inadmissível não termos no Brasil a obrigatoriedade de ensino da língua espanhola. 

Como se falar em Mercosul, integração de povos latino-americanos, se  somos o único de língua portuguesa e não nos esforçamos para ter como segunda língua o espanhol? Muito contraditório, mas compreensível, no país da inversão de valores, no país do faz de conta. Ei ó sus, oh, sus! Eu te amo Brasil.

PRÉ-CARNAVAL DE FORTALEZA

O acadêmico Dilson Pinheiro, um dos maiores carnavalesco de Fortaleza, convoca interessados para o que se poderia chamar, em saudosista linguagem retrô, o “primeiro grito” de pré-carnaval desta cidade. Será o lançamento do Bloco Num Ispaia Sinão Ienche.

Ocorrerá no próximo domingo, dia 15 de janeiro, na boate Kukukaia, no Av. Pontes Vieira, a partir do meio dia, com muito samba, chorinho, marcha e frevo, a cargo dos grupos Sedusamba e Chorinho com Feijão, e a orquestra Ispaia Alegria.

E por falar em feijão, uma feijoada vai ser o prato de resistência da muvuca. Os foliões podem reservar seu ingresso com o Dilson Pinheiro pelo celular (081) 99.81.99.34. O ingresso, com direito ao feijão, custa apenas 25 reais. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

OS LIVROS E A NOITE


“Em sua magnífica ironia, Deus me deu os livros, e a noite”, disse o escritor argentino Jorge Luiz Borges, bibliófilo convicto, referindo-se à sua imensa biblioteca e à cegueira que na maturidade o alcançou.

Neste início de ano, uma inversa ironia da vida envolve os intelectuais que fundamos uma nova entidade literária. Parece que para nós Deus oferece a luz da eletrônica – o chip de silício, a Web, a tela portátil – magníficos avanços tecnológicos que, ao que tudo indica, tendem a tirar de circulação os livros físicos que os intelectuais tanto adoramos.

A propósito disso, dias atrás um confrade espantou-se comigo quando eu criticava a política cultural levada a cabo no Ceará pelo Secretário da Cultura anterior, Auto Filho, que resolveu investir na instalação de bibliotecas pelas cidades do sertão. Para mim o Sr. Secretário atuou na contramão do tempo, pois, segundo me parece – sem querer proscrever a obra gráfica – os livros estão em vias de perder definitivamente o status de objeto popular.  

Até o advento da cibernética, um pouco antes das preocupações ambientais com a economia de papel, a grande luta no Brasil era realmente pela popularização do livro, o barateamento e a facilitação do acesso dos jovens às obras literárias impressas, e foi nesse embalo que se deixou levar o secretário Auto Filho, mas o grande apelo hoje em dia já é pelo acesso à Internet.

Não estou afirmando que o livro palpável desaparecerá, porém que ele deixará de ser um artigo popular – no resto do mundo, já que entre nós jamais chegou a tanto. 

Note-se que a fotografia não derrogou a pintura, como se chegou a pensar que ocorreria, mas a tornou objeto de luxo. Do mesmo modo, a televisão não acabou com o cinema, ao contrário do que se temia, nem o vídeo cassete o fez, e o DVD não o fará, entretanto a chamada “telona” cada vez mais se destina a um público menor, de extrato refinado. A produção cinematográfica até foi estimulada por esses recursos modernos... mas as salas de projeção se reduziram, muito mais raras e mais caras do que foram no passado.

Para dar um último exemplo, agora na área industrial, couros e peles, antes tão comumente utilizados em objetos pessoais – notadamente malas, sapatos, cintos e bolsas – perderam espaço para os tecidos sintéticos e materiais plásticos, mas não caíram em desuso, pois se converteram em insumos de grande nobreza e de custo exacerbado – quando não passam de sola tosca para uso artesanal.

Em suma, embora o livro de papel deva sobreviver como objeto de culto e de deleite, em breve não será mais o grande instrumento cultural para a educação de massa, a qual estará a cargo dos meios eletrônicos, de modo que investir em bibliotecas públicas agora não foi de fato uma medida inteligente.

Se o correio eletrônico e as redes sociais da Internet têm estimulado a comunicação escrita, os tablets digitais na verdade vão expandir exponencialmente o mercado editorial, disponibilizando toda a bibliografia clássica universal ao grande público, bem como abrindo portas para a vocação literária e estimulando a produção de obras novas – porém, livros em papel e tinta serão relíquias caras, alfarrábios preciosos, objetos de luxo especial.


Postado por Reginaldo Vasconcelos  

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O FIM DO PRINCÍPIO

Encerrado nesta madrugada o motim da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Ceará, com a capitulação do Governo do Estado, que afinal cedeu às suas reivindicações. Mas hoje entrou em greve  a Polícia Civil cearense, que também reclama melhorias salariais.

Outra atividade essencial está suspensa por movimento paredista de funcionários públicos cearenses, os quais se consideram credores de uma pauta de exigências, que de novo o Palácio da Abolição terá que atender, premido pela imprensa e pela sociedade civil organizada, já que a coletividade está novamente refém dos desentendimentos internos  do Poder Executivo estadual

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

GREVE - RAZÕES JUSTAS, MEIO ILEGAL

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Ceará entraram em greve, a partir do réveillon, e isso está causando um verdadeiro caos em Fortaleza, que está entregue ao mais desvairado banditismo.

Esses servidores públicos alegam que o Governo do Estado despendeu uma fortuna em viaturas de luxo, com fins eleitoreiros, em processo aquisitivo sob acusações de graves irregularidades, mas não investe na melhoria salarial da tropa, que ganha pouco, tem poucos direitos e é muito mal treinada.

Por mais justas sejam as reivindicações dos militares, como parecem ser de fato, movimento paredista de militares é constitucionalmente proibido (art. 142, § 3º, IV da CF), e mesmo a greve de funcionários públicos em geral não é constitucionalmente permitida, pois ainda está pendente de lei que a regulamente (art. 37, inciso VII da CF e art. 16 da Lei de Greve).

Aliás, a própria greve de empregados em empresas privadas, considerada entre os direitos fundamentais com base no art. XX, n. 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, deixa de sê-lo se o seu exercício atacar idênticas prerrogativas humanas de terceiros.

O referido artigo da DUDH reza que "toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas" – e greve que violenta a sociedade, pela supressão de serviços essenciais, é sempre violenta.

Sendo assim, a greve promovida pelos Policiais Militares Cearenses é inconstitucional, porque desautorizada pela Carta Magna da República, como também ilegal, porque a greve de servidores públicos em geral ainda não foi regulamentada, assim como, de modo específico, já foi proibida por decisão judicial.

Finalmente, é desaprovada pelos princípios humanitários da ONU, porque, para atingir a pessoa política do empregador, investe contra a população inocente, contra a tranqüilidade pública, contra a paz social.

Postado por Reginaldo Vasconcelos