domingo, 1 de fevereiro de 2015

NOTA FÚNEBRE



Faleceu em Fortaleza no último 29 de janeiro, vítima de infarto, aos 65 anos, o Coronel Jorge Leandro, Chefe da Casa Militar nos governos de Tasso Jereissati e Ciro Gomes. Manteve-se na função por tantos mandatos pela sua notória eficiência e denodo na segurança de autoridades locais e visitantes, no serviço de inteligência do Palácio, no cumprimento das mais delicadas missões policiais que o governador lhe cometesse.  
Seguindo determinação dele mesmo, seu corpo foi cremado, e na tarde deste domingo, dia 01 de fevereiro, as suas cinzas foram lançadas ao mar de Iracema, na Ponte dos Ingleses, em bela solenidade organizada pela família e seus amigos.

Além dos parentes mais próximos, compareceram colegas militares do morto, que fizeram discursos, bem como alunos da academia de artes marciais que ele fundou, vergando seus quimonos, os quais fizeram uma saudação ritual aos seus despojos, ao modo japonês.

Também disseram presente ao funeral marinho alguns músicos cearenses que Leandro prestigiou e promoveu – grande musicófilo que ele era – e ao som de violão e violino transcorreu a simbólica inumação – primeiro Canção da América, de Milton Nascimento, ao final o Bolero de Ravel. 

Os três mais novos de seus sete filhos – um oficial do Exército, outro da Aeronáutica, e uma moça aluna do Colégio Militar de Fortaleza foram incumbidos de espargir ao vento, sobre as ondas, o precioso conteúdo da urna funerária.

Jorge Leandro, filho de ex-combatente na Segunda Grande Guerra, mestiço de índios maranhenses, passou toda a infância na Praia de Iracema, onde desenvolveu uma compleição física excepcional, que lhe permitia saltar do velho píer que adentra o oceano, a chamada “Ponte Velha”, para vadiar como um peixe pela enseada Mucuripe, tornando-se um mito naquele bairro, fosse como nadador, fosse como exímio lutador desportivo de artes marciais.


A ACLJ esteve presente nas pessoas de dois de seus membros: o poeta Paulo Ximenes, que declamou um poema temático sobre a pessoa ali pranteada e o lugar da sua infância, e o cronista Reginaldo Vasconcelos, que, por seu turno, no mesmo sentido, apresentou em prosa a sua homenagem.      

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