quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
NOTA JORNALÍSTICA - Bons Conselhos a Cinco Reais
O PENSAMENTO
DO
“PELOS BARES DA
VIDA”
NA
“EMBAIXADA DA CACHAÇA”
“EMBAIXADA DA CACHAÇA”
Na
noite desde 30 de dezembro o confrade Altino Farias lançou uma coletânea dos
conselhos práticos, todos de sua autoria, que veio publicando no Blog Pelos
Bares da Vida, ao longo do ano. O nome da brochura é “Bons Conselhos a Cinco
Reais” – que conselho só não tem valor porque é de graça.
“Ler é bom para quem pensa, para quem quer
pensar, e até para quem pensa que pensa”.
Como
se trata de peça gráfica reunindo pérolas da chamada “filosofia de bar”, o
lançamento da obra teve lugar na Embaixada da Cachaça, o Pub que Altino comanda na Rua João Brígido, no Joaquim Távora, nas
fraldas a Aldeota.
“A vida é a melhor escola que existe. Não
falte às aulas”.
Lançamento |
O
Empório Embaixada da Cachaça é um polo de resistência pela bebida nacional, a aguardente de cana de açúcar desenvolvida no Brasil Colônia, que ainda é
produzida e comercializada a preço popular, em escala industrial, em todos os
Estados da Federação.
“Melhor mais que menos. Mas, somente se mais
for o melhor. Senão, é melhor que seja menos”.
Mas
nas suas versões mais elaboradas, ou que conservam métodos de fabrico artesanal,
a cachaça atingiu o status de símbolo cultural do País, no campo da
gastronomia, nosso único aperitivo destilado, já integrando a nossa pauta de
exportações.
Gorete, Altino e Concita Farias |
“Ler nunca é demais. Lendo você percebe o quanto
ainda precisa viver”.
Na
Embaixada da Cachaça, que é considerada o braço boêmio da ACLJ (não se pode
dissociar literatos e jornalistas das lúdicas rodas tabernais), encontram-se as
melhores, mais raras e caras cachaças do Brasil.
“Se todo mundo estiver voltando quando você
ainda estiver indo, continue. Talvez uma grande surpresa o aguarde!”
Notadamente
as cachaças mineiras são oferecidas na Embaixada, mas também outras bebidas
finas representativas de outras nacionalidades, como a vodca russa, o rum
cubano, o uísque escocês – e a indefectível “loura gelada”, de origem belga e
preferência alemã, mas que em suas versões mais refrescantes também já
pertencem à nossa cultura nacional.
ARTIGO - Venturoso Reencontro (VM)
VENTUROSO REENCONTRO
Com o Comendador Lucas Barbosa
Vianney Mesquita*
Feliz é o homem que persevera na sabedoria e que se dá ao exercício da Justiça. (Eclo., 14, 22).
Em 28 de dezembro do expirante 2015, ensaiei o lanço de, mais uma vez e em ditosa oportunidade, topar a figura emblemática da positividade, revelada nas copiosas superqualidades imanentes à pessoa do Prof. Dr. João Lucas Marques Barbosa, da Universidade Federal do Ceará (de onde, também, é Professor Emérito), Academia Brasileira de Ciências e outras associações de relevo no universo da inteligência pátria e mundial, nomeadamente da seara das Ciências Exatas, particularizando as Matemáticas.
À demanda do Prof. José Edmar Ribeiro da Silva – com quem conservo vetusta amizade e opero maquinações literárias (lícitas, evidentemente) – eis que encontrei, no Gabinete do Reitor da U.F.C., a singular figura, móvel destas notas, personalidade transmissora de assunta pedagogia de vida.
Seus ensinamentos, tanto formais quanto por via de atitudes inerentes a sua maneira de se conduzir, constituem vertente cristalina para acrisolar os modos de ser de uma pessoa exemplar, no âmbito das exigentes classificações do Homo sociologicus, no qual pontifica como primus inter pares, na ala de vultos universalmente conhecidos e admirados, mercê do destaque granjeado, ao trilhar esplêndido percurso acadêmico e percorrer trajeto pessoal inexcedível.
Trabalhei com este matemático, portador de todos os títulos acadêmicos, granjeados, Maxima cum Laude, em universidades do Brasil e dos Estados Unidos, docente de insuperável essência e administrador prudente, bem como decisor apurado como uma equação bem conduzida.
Tal sucedeu no tempo em que ele administrou, como primeiro Presidente, a então denominada Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa – FUNCAP, na aurora de sua atuação, à qual ele infligiu a circunspecção reclamada por uma instituição daquele gênero e cujas marcas, até hoje, estão indelevelmente assinaladas no argumento da sua existência.
Em certa ocasião (1995), alcancei a dita de haver sido indicado para saudá-lo, em solenidade doméstica ocorrida na Repartição onde militávamos, aqui em Fortaleza, quando discorri acerca de si e de sua obra física e cultural.
Naquele ensejo, professores-diretores, funcionários, componentes de Comissões Científicas de alto nível, que examinam projetos de pesquisa para financiamento pela atual Fundação Cearense de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNCAP – bem assim demais stakeholders desse instituto coestaduano de amparo às buscas da Ciência – estavam reunidos, por uma razão bem significativa, quando eu disse dos motivos para que nos rejubilássemos, todos os amigos e condiscípulos do Prof. Dr. Lucas Barbosa. A homenagem dizia respeito à outorga, a si, da Comenda Nacional do Mérito Científico, por indicação da comunidade científica brasileira, entregue em 13 de junho de 1995, pelo então Presidente, Prof. Dr. Fernando Henrique Cardoso.
O excerto do Eclesiástico reproduzido à epígrafe pode servir como símile ao trajeto vitorioso do Homenageado no curso de toda a sua vida acadêmica e profissional que, então, culminou com o recebimento da mais valiosa simbologia do reconhecimento de uma sociedade pelo trabalho de quem desenvolve e cultua ciência no Brasil.
A perseverança, divisada na dita passagem da Escritura Sagrada, está vertida na obra acadêmico-profissional do Comendador, traduzida na produção diuturna e na constante edição de obras que cuidam, com vigorosa análise, de assuntos da Matemática, dos seus sub-ramos e disciplinas afins.
São dezenas de livros e artigos, além de conferências, palestras, mesas redondas e um sem-número de participações em eventos do gênero, constitutivos de parte de seu produto feito cientista, professor e dirigente, a justificarem a honraria concedida. É o que conduz os amigos a se encherem de honra, aplaudindo a providência dos pares do Prof. Dr. Lucas, pelo fato de ser ele dignitário de tão cobiçada distinção honorífica.
A prática da Justiça – objeto da segunda parte do versículo 22 do Eclo. – nosso Agraciado exercita desde que usa a razão. Não se tem registo de que, no correr de toda a sua existência, haja ele se afastado da normal – usando termo da Geometria – para desobedecer ao espírito de Justiça, o qual sempre orientou sua excepcional personalidade.
Perseverança na Sabedoria e prática da Justiça são um continuum na vida do Prof. Dr. João Lucas, cujas ideias, nas mais das vezes, medraram e frutificam cem por uma. Por que ocorre assim? – Evidentemente porque constituem ideações de sábio, ideário de qualidade, retirado, em diversas ocasiões, do senso popular, da opinião comum. Sabe-se, por elementar, que a Ciência tem caráter provisório e relativas ocorrem de ser suas verdades. Ideais boas, todavia, hipóteses resistentes a provas, como costumam ser as do Prof. Dr. João Lucas Marques Barbosa, são acatadas pela Ciência, que descarta pensamentos ao menos regulares.
A esse respeito, o célebre escritor espanhol Miguel de Unamuno y Jugo (Bilbao, 29.09.1864 – Salamanca, 31.12.1936) disse, em pensamento não menos notório, que a Ciência é o cemitério das más ideias. Daí por que este acervo de ideologias externado na múltipla produção do Prof. Lucas Barbosa, vazados na Sabedoria e na Justiça, a que o Eclesiástico se refere, deu ensejo àquele já bem passado instante de abraçá-lo, manifestando apreço, benquerença e admiração por tão ditosa pessoa.
Na inteligência são-paulina, em Coríntios, está registada a noção de que [...] todos adentram o estádio para correr, entretanto, somente um recebe o prêmio. Desta sorte, cuidai de correr de tal maneira para que somente vós alcanceis o galardão.
Eis, pois, que muitos adentraram a pista, mas, nessa maratona de gigantes entre nós, o Prof. Dr. Lucas assegurou o lugar, chegou primeiro para novo grid.
Seja ele, pois, recebedor perene do sincero e afetuoso abraço de todos quantos o admiram. Continue, durante o ano de 2016 que se vai iniciar e por todo o sempre, na perseverança da Sabedoria e no exercício da Justiça. Multiplique suas obras, para que figure sempre na mesma fila de Euclides de Alexandria, János Bolyai, Jorge Riemann, Bartolomeu Pitiscus, Gervásio Colares, João Carlos F.Gauss, João Jerônimo Saccheri e demais expoentes da Matemática, bem como sempre fiel ao poeta Antônio Frederico de Castro Alves, para quem é [...] bendito o que semeia livros, livros a mancheia ... e manda o povo pensar [...]
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
ARTIGO - O Ceará Aquático II (CB)
O CEARÁ AQUÁTICO (II)
Cássio Borges
Continuamos
trazendo, para o conhecimento do leitor, outras manifestações do atual
Secretário de Recursos Hídricos do Estado do Ceará, Hypérides Macedo, sobre
o delicado e preocupante tema dos
recursos hídricos deste Estado. Como vimos no artigo anterior, o ilustre
Secretário trata desse seríssimo assunto de forma simplória e prosaica, sem
trazer a público os fundamentos técnicos
e econômicos, usando frases de efeito publicitário e de marketing, dirigidas a um público pouco afeito a essa
questão de grande profundidade técnico-cientifica.
São
ainda do ilustre Secretário outras expressões que merecerão, certamente, serem incluídas num
novo glossário de termos técnicos, tais como “anéis d'água”, “misturando rios”
(o que é isso?), “germinando vales”, além daqueles já referidos no artigo
anterior como “Caminhos da Água”, “Interligação de Bacias”, “Eixos de
Integração”, “Avenidas Rurais” e “Guarda Azul”.
De
tudo que foi por ele expressado, o que mais nos deixou perplexos foi que “os açudes poderão ser reabastecidos em plena
seca” e que o Ceará será alvo de “uma avançada e sustentada reforma aguaria” e
que “serão integrados 25 rios a partir da barragem do Castanhão” e não podendo
nós deixar de, novamente, mencionar este intricado conceito de “misturando rios”.
“Reverter cursos d'água, transpor divisores e misturar
rios” vai exigir a
movimentação de água de um lugar para
outro e implicará em consideráveis perdas
por evaporação e, consequentemente, reduzir, de forma substancial, os
nossos já escassos e preocupantes recursos hídricos de superfície.
E para “transpor
divisores”, também haverá custos com energia, geralmente muito elevados, tendo em vista as altitudes a serem transpostas de uma bacia
hidrográfica para outra. E o mais grave,
o Açude Castanhão não tem, sequer, água
para irrigar os 43.000 hectares e destinar 10,5 m3/s para reforçar o Abastecimento de
Água da Região Metropolitana de Fortaleza, conforme é previsto no seu Estudo de
Viabilidade Econômica aprovado, pelo COEMA, por 12 votos contra 8, no ano de
1992, após duas derrotas consecutivas em Audiências anteriores, por 12 a 4 e 10
a 9, respectivamente.
É
preciso, antes de tudo, que o ilustre Secretário explique melhor os seus
inusitados projetos, de forma técnica e
convincente, e não mais recorra àqueles filmetes que eram apresentados pela TV,
de hora em hora, no ano de 1998 (antes das eleições para Presidente
e Governador), os quais davam ao incauto telespectador a impressão de
que o Ceará estaria se transformando num Paraíso das Águas. E,
consequentemente, não teria mais problemas com as secas que, periodicamente,
assolam o seu território. Curiosamente, logo após as eleições, os tais filmetes
deixaram de ser exibidos. Justamente, quando
instalada, sobre o nosso Estado, uma das mais violentas secas destes
últimos dez anos.
Paira
uma dolorosa dúvida quanto as reais disponibilidades hídricas do açude
Castanhão, cuja vazão, segundo abalizado parecer do Prof. Theóphilo Ottoni, da
UFRJ, é de, no máximo, 13,00 m3/s, dos quais, só para a R.M.F. de Fortaleza,
serão destinados 10,50 m3/s. O que sobraria para os 43.000 hectares de
irrigação, para os projetos de Interligação
de Bacias, Anéis d’Água, reabastecimento
de açudes em plena seca, etc. etc.?
Deixamos
ao leitor tirar suas próprias conclusões...
NOTA DO EDITOR:
Artigo datado do ano de 1997, anterior à publicação
do livro, de Cássio Borges, “A FACE OCULTA DA BARRAGEM DO CASTANHÃO –
Em Defesa da Engenharia Nacional”, de 1999.
COMENTÁRIO:
Prezado Cássio
Li atentamente os seus dois agradáveis textos belissimamente
escritos, que me lembraram Charles
Chaplin, que disse: “Se o que você faz é
engraçado, você não precisa sê-lo!”.
O secretário citado é tão superlativo e hilário que você
apenas o descreveu, e ficou jocoso por si só. Veja a que nível de ridículo se
chega, e como a nossa dívida cresce. Este tipo de voo livre seria aceitável
apenas como hipótese para ser confirmado ou não, tecnicamente, como um
arquiteto pode fazer discutindo suas ideias com engenheiros e estudando os
materiais existentes. Como o secretário ousou sonhar com tanta liberdade
com uma questão tão complexa tecnicamente?
Agradeço muito, pois aprendi demais. Você é um cara batalhador e honesto, o Brasil seria outro com mais gente assim. Permita-me apenas arriscar-me, levantando a bola para sua crítica: até que medida tem um pouco deste aventureirismo criativo no projeto da transposição das águas do São Francisco nos eixo Leste e Norte?
Boas festas com sua família e um abençoado 2016 para todos.
Ambientalista
Idealizador/fundador
do Projeto Manuelzão (PMz)
São
Francisco watershed-cuenca/Brasil
ARTIGO - Presidente ou Presidenta (HE)
PRESIDENTE OU PRESIDENTA
Humberto Ellery
Achei
interessante a explanação da Profa. Miriam Mine, que publico a seguir, retirada da
Internet. Quando essa discussão (tola) surgiu, em torno de 2011, porque a Dilma
exigiu ser chamada de PresidentA, eu escrevi um post afirmando
isso: que ela tem todo o direito de exigir, pois o vocábulo está dicionarizado,
está no VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que é o documento
oficial da nossa língua, administrado pela ABL – Academia Brasileira de Letras.
Eu
tenho aqui comigo um exemplar do VOLP – 5ª edição de 2009 (última atualização
disponível) que registra o vocábulo “presidenta s.f.” (pag. 674). Na
minha edição mais antiga, de 1969, organizada pelo Aurélio Buarque de Holanda, não consta, por isso, na época, cuidei de adquirir a edição mais recente, onde
está contemplado o termo PresidentA.
Em todos os meus dicionários (entre etimológicos, enciclopédicos, modernos, históricos – são muitos, eu adoro dicionário) está presente o termo. Na minha edição do Aurélio (pag. 1134) estão previstas duas acepções: Presidenta [fem. de presidente] S.f. 1. Mulher que preside; e 2. Mulher de um presidente.
O
Dicionário Enciclopédico Koogan-Larousse só registra a acepção “Mulher
que preside”, que eu prefiro, pois não acho que a mulher do
mandatário tenha direito a um tratamento derivado do tratamento da autoridade
com quem ela é casada. Nos EUA existe um tratamento não oficial para a esposa
do Presidente que é First Lady, traduzido no Brasil
para Primeira Dama (que alguns
acham ridículo), em vez de presidenta.
No entanto, em todos os meus dicionários o vocábulo Presidente destaca as abreviaturas adj.s.2g.s.m., que significam “adjetivo e substantivo de dois gêneros e substantivo masculino”, portanto não está errado chamá-la de PresidentE, pois o termo serve pra macho e pra fêmea (2g.).
As
considerações da Professora Miriam Rita Moro Mine, da UFPR, acerca dos “particípios
ativos como derivativos verbais” estão corretas, mas a língua portuguesa é
viva, e, por alguma razão criou-se, ao longo do tempo, o que seria talvez uma
exceção, mas o fato é que o vocábulo PRESIDENTA EXISTE!
E eu não tenho nada contra o vocábulo, o que eu não aguento é a própria PresidentA.
..........................................................................................
UTILIDADE PÚBLICA
COM MUITA ALEGRIA TENHO A GRATA SATISFAÇÃO DE
REPASSAR
À PRESIDENTE E A TODOS OS BRASILEIROS, ESSE ESCLARECIMENTO QUE FOGE AO ALCANCE DE CERTAS PESSOAS LIMITADAS.
ATÉ QUE ENFIM ALGUÉM CORRIGIU ISSO.
(Aula de português)
À PRESIDENTE E A TODOS OS BRASILEIROS, ESSE ESCLARECIMENTO QUE FOGE AO ALCANCE DE CERTAS PESSOAS LIMITADAS.
ATÉ QUE ENFIM ALGUÉM CORRIGIU ISSO.
(Aula de português)
Uma belíssima aula de
português! Foi elaborada para acabar de vez com toda e qualquer dúvida se tem
presidente ou presidenta. A presidenta foi estudanta?
Existe a palavra "Presidenta"? Que
tal colocarmos um "BASTA" no assunto? Miriam Rita Moro Mine -
Universidade Federal do Paraná. No português existem os particípios ativos como
derivativos verbais.
Por exemplo: o particípio
ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o
de existir é existente, o de mendicar é mendicante...
Qual é o particípio ativo do
verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele
que tem entidade.
Assim, quando queremos
designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há
que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, a pessoa que preside
é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que
tenha. Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz
estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não
"adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom
exemplo do erro grosseiro seria: "A candidata a presidenta se comporta
como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar
ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela
ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes
barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar
contenta".
NOTA DO EDITOR:
No âmbito acadêmico, essa discussão
nunca foi “tola”, porque fazer análises e firmar posições sobre o uso do idioma
vernáculo cabe mesmo às casas de letras.
A língua do povo não se regula pelas
normas jurídicas nacionais, pelo menos no Brasil. Na França e em
Portugal, por exemplo, há grande resistência popular a estrangeirismos idiomáticos, e até
normas cartorárias que coíbem o registro de pessoas com prenomes importados – com
intenção de proteção à sua cultura nacional.
Mas, no Brasil, com um código linguístico
ainda em formação, com base no português, mas com as mais diversas influências,
usar a gramática dessa ou daquela maneira não representa delito legal ou social
– menos nas provas de redação dos concursos públicos, em que a regra culta é
exigida.
De toda maneira, é de bom tom que as
instituições oficiais procurem aplicar de forma correta o idioma pátrio em sua
mais correta grafia e acepção, evitando usos gramaticais duvidosos, gírias e
erros ortográficos, em sua comunicação institucional.
A primeira mulher a assumir gerência
de banco particular em Fortaleza foi Eugênia Camarão, no Bradesco, e a primeira,
em banco público, foi Semírames Becco, no extinto Banco do Estado do Ceará (Bec),
ambas no final da década de 70 do século passado.
Na época, o Departamento de Relações
Públicas do Bec, provocado pela Diretoria Administrativa, promoveu um estudo
sobre se a nova comissionada seria tratada de “gerente” ou de “gerenta”.
Fizeram pesquisas e consultas, para concluir que o correto seria “gerente”. O
Bradesco seguiu a mesma orientação.
É um equívoco argumentar que
determinado uso linguístico passa a ser gramaticalmente correto pelo fato de
constar em dicionários. Os léxicos fazem registrar entre os seus verbetes todos
os termos encontrados na literatura e na imprensa, inclusive gírias, neologismo,
regionalismos e jargões em geral, sem poder abonar a sua correção.
O que determina que uma palavra está
grafada e pronunciada da maneira correta é o estudo fundamentado dos filólogos,
como a que o autor do artigo reproduziu, feito com base na coerência etimológica,
na lógica sintática, na semântica original.
Há convenções necessárias que
interferem na gramática, como, por exemplo, o termo “governanta”, que se passou
a aplicar especificamente àquela senhora que comanda os serviçais de uma
residência – para não confundi-la com qualquer mulher que governe uma outra coisa.
Então, o termo “presidenta”, que está
dicionarizado, nem por isso é gramaticalmente escorreito, pois, para que
estivesse, o neologismo “presidento” passaria a ser o seu masculino, o que não
se cogita. “Presidente” é um termo neutro, unissex, uniforme, sobrecomum, comum-de-dois.
É, portanto, desnecessário lhe impor essa
sexagem forçada – pois apenas a necessidade de maior compreensão e clareza justifica um
neologismo. “Gente” é um vocábulo claramente feminino; seria necessário masculinizá-lo quando ele refere aos homens?
De tudo se conclui que não comete
crime algum quem adota “presidenta”; que a palavra existe, pois está dicionarizada;
que o uso não está gramaticalmente correto, e como neologismo é absolutamente
desnecessário. Mas também se observa que a sua imposição pela Presidência de
República foi apenas um ato autoritário e feminista.
Hoje, a aplicação de “presidenta”
dividiu a Nação entre os que se avassalam diante das imposições do Governo
Federal, e os que dele se procuram manter independentes – dentre os políticos,
os órgãos de imprensa, a população em geral. Os que conhecem a língua repudiam
o uso porque sabem que ele não é escorreito, e porque, obviamente, como neologismo, ele não é
necessário.
domingo, 27 de dezembro de 2015
ARTIGO - O Ceará Aquático I (CB)
O CEARÁ AQUÁTICO (I)
Cássio Borges*
Decorridos
são mais de cinco anos desde quando o ilustre Secretário de Recursos Hídricos
do Estado do Ceará, Hypérides Macedo, anunciou, pela primeira vez, um
financiamento do Banco Mundial (BIRD)
para o seu denominado “Projeto de Interligação de Bacias”. Disse o
Secretário à “Tribuna do Ceará”, em 29.02.96, ao regressar de
Washington: “O Programa teve carta-consulta aprovada pela Cofiex ainda no
ano passado e a negociação dos recursos para sua implementação é considerada
vital para o Estado”.
Neste
jornal, no dia 4 de outubro último, em matéria sob o título “Canal de 200
quilômetros vai integrar Castanhão a 25 rios”, o referido técnico anunciou que “os recursos para construção já estão
garantidos pelo Banco Mundial”.
Inspirado,
o Secretário diz no seu livro “A Chuva e o Chão na Terra do Sol”, lançado em
1996: “A Interligação dos Recursos Hídricos no território cearense é um projeto
estratégico e inovador... Ampliando este conceito fundamental, o novo projeto
busca transformar o Ceará numa grande bacia, germinando vales, revertendo
cursos d’água, transpondo divisores, misturando rios e reabastecendo açudes em
plena seca. Uma nova geografia hidrográfica será desenhada na superfície do
Estado”.
No
Pacto de Cooperação, no dia 3 de outubro último, o engenheiro Hypérides Macedo
forneceu mais dados técnicos sobre “Os primeiros eixos de Integração da Bacia
do Castanhão”, sendo que para o “Eixo do Castanhão-Fortaleza” estão assegurados
recursos do Banco Mundial (BIRD), no valor de US$ 250 milhões, além de mais US$
60 milhões de contrapartida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
“O
Estado vai bancar apenas 21% dos investimentos totais para a construção dos
Eixos ou Canais de Integração do
Castanhão”, informou.
Entusiasmado,
acrescentou: “Os primeiros Eixos vão interligar o Castanhão, a Ibiapaba, Orós,
Banabuiú, o Canal do Trabalhador e o Sistema Metropolitano de Fortaleza”.
Segundo
o Secretário, com a integração das bacias hidrográficas, “...o Ceará pode
até não ser transformado num Tigre
Asiático mas, certamente, será uma Onça Tropical”. E afirma: “Os Canais de
Integração proporcionarão a criação de
Avenidas Rurais, a infra-estrutura para uma moderna reforma agrária, um Banco
de Solos, etc. etc.”. Na matéria do jornal “O POVO”, o Secretário ainda fala no projeto “Guarda Azul”, “que contará com
profissionais treinados para fiscalizar os recursos hídricos”.
Pelo
visto, o Ceará vai se transformar num verdadeiro parque aquático e tudo será
possível graças à barragem do Castanhão, de onde deverão provir os 25,00 m3/s que serão
transportados pelo “Canal Castanhão-Fortaleza” que, também, levará água até a
Serra da Ibiapaba (?), cruzando o Ceará de leste a oeste.
Sem
nenhum comentário. Voltaremos ao assunto
em outro artigo.
NOTA:
Artigo
datado do ano de 1997, anterior à publicação do livro, de Cássio Borges, “A FACE OCULTA
DA BARRAGEM DO CASTANHÃO – Em Defesa da Engenharia Nacional”, de 1999.
Na sequência, da mesma época e do mesmo autor,
postaremos outro artigo, intitulado CEARÁ AQUÁTICO (II) que complementa este.
ARTIGO - Insegurança Jurídica (RMR)
INSEGURANÇA JURÍDICA
Rui Martinho Rodrigues*
O controle difuso de constitucionalidade
confere ao Judiciário a prerrogativa de acolher pedido contra uma norma
infraconstitucional, contrariando-a por reputá-la inconstitucional. Só produz
efeito entre as partes do caso concreto. Fica mitigada a quebra da separação
dos poderes pelo dito controle.
A CF/88 é analítica, dirigente e, além
de conter matéria constitucional imprópria, é principiológica, o que lhe
confere abrangência universal. Nem uma unha encravada escapa ao controle de constitucionalidade,
o que potencializa a tutela do Judiciário sobre os outros poderes.
Adotamos, cumulativamente, o controle
concentrado de constitucionalidade, que dá ao STF a prerrogativa de legislar negativamente,
retirando a validade das normas consideras inconstitucionais, com efeito sobre
toda a sociedade (erga omnes), podendo valer a partir da decisão do Pretório
Excelso (efeito ex nunc) ou retroativamente (efeito ex tunc), o que bastaria
para abalar a separação entre os poderes.
A exemplar democracia francesa não
admite o controle de constitucionalidade pelo judiciário, salvaguardando a
independência dos poderes.
Acrescentamos, em nome da nova
hermenêutica constitucional, procedimentos tais como a “interpretação conforme”,
pela qual o STF manda que se leia a constituição contrariamente ao texto, transformando-se
em uma constituinte permanente, sem voto e sem representatividade.
Trocamos a
segurança jurídica do texto pelo critério do “justo” no momento da transposição
da abstração da norma para a concretude do caso apreciado, atribuindo à
obrigação de fundamentar a decisão com razoabilidade e proporcionalidade o
resguardo da segurança jurídica. Pena que justo, razoável e proporcional sejam
conceitos indeterminados e se possa fundamentar qualquer coisa sem o menor
rubor na face.
A judicialização da política ipso facto leva a politização do
Judiciário, presente escancaradamente na tese do “juiz proativo”, ao arrepio do
milenar princípio da inércia do magistrado.
Recentemente o Ministro Barroso, acompanhado
pela maioria do STF, contrariou a literalidade do Regimento Interno da Câmara
dos Deputados, que diz no art. 188, caput: “A
votação por ESCRUTÍNIO SECRETO far-se-á pelo sistema eletrônico nos termos do
artigo precedente”.
Inc. III: “a
eleição do Presidente e demais membros da Mesa Diretora, do Presidente e
vice-presidente de comissões permanentes e temporárias, dos membros da Câmara
que irão compor a Comissão Representativa do Congresso Nacional e dos dois
cidadãos que irão compor o Conselho da República E DEMAIS ELEIÇÕES”.
Na mesma oportunidade o texto
constitucional que se segue foi lido ao revés pelo STF:
CF/88, art. 58: “O
Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no respectivo regimento OU NO ATO DE QUE RESULTAR SUA
CRIAÇÃO”.
Isso afasta a
possibilidade de inconstitucionalidade do ato que criou a comissão da Câmara
destinada a emitir parecer sobre o impeachment
da presidente ou não sabemos o significado dos textos e daí não temos segurança
jurídica, nem direito, nem democracia.
Concluindo: “tá tudo
dominado”. O que fazer em tal situação?
ARTIGO - Empáfia Brasileira (VM)
EMPÁFIA BRASILEIRA
(Todos terminam da horizontal)
Vianney
Mesquita*
Ouço falar
muito mal da soberba dos grandes, porém esta não existiria sem a nossa vileza.
(Gottfried August Büerger, YMolmerswend, 31.12.1747; †Gottinger, 31.12.1794).
Consoante é de amplo conhecimento, empáfia,
dicção sinônima de orgulho, soberba, jactância, vaidade e de alguns outros
substantivos, é a vã arrogância, a insolência e presunção de uma pessoa que a
conduz constantemente no caráter, ao assumir a noção – estúpida e incoerente –
de que tem mais valor do que seus iguais, sob todos os prismas.
No Brasil, em alguns ambientes, principalmente nas cidades, hoje ocorrem,
amiúde, condutores de tal infraqualidade, portando ideias sustidas no
patrimônio de bens com representação monetária de usança e troca,
recorrentemente trafegando influência, inclusive e, principalmente, nos Poderes
do Estado, maiormente, sem dúvida, no âmbito do Executivo.
Tanto nos lugares grandes (conforme Fortaleza) como em comunidades
menores, nas denominadas terras de muro
baixo, têm curso ações dessas pessoas, quando pretendem sobrepujar,
ilegítima e ilegalmente, os seus reais pares sociais na base do prestígio,
vigor da “sabedoria” do indivíduo formado-deformado numa faculdade-dificuldade e com força financeira.
Sabem os estudiosos da formação social
brasileira que esse mau e teimoso costume é afiliado a um fenômeno denominado patrimonialismo, sucedido no nosso
País, nos tempos do Brasil-Colônia, certamente já trazido de Portugal, com
nefastos desdobramentos pela Primeira República, prosseguindo, sobranceiro,
pela Segunda, até trespassar, também altaneiro, quase incólume, o recente
estádio evolutivo da sociedade nacional.
E eis que se instalou, quiçá por
definitivo, no modus vivendi da nossa
enorme Nação, decerto inesgotável em seus recursos de ordem econômica e cunho
imaterial, ante o excesso de megafurtos e alcances financiais levados a efeito,
principalmente, pelos seus afilhados, incapazes, porém, de esgotar
miraculosamente seu imenso e lotado mealheiro econômico, semelhantemente a uma
fazenda enorme de uberosas reses leiteiras, semelhantemente ao que diz o
beiradeiro, “igual a uma vaca dos peitão”.
A pergunta “Sabe com quem está falando?” tem ainda solto curso na hora
de o presunçoso demonstrar influência, em particular, para obter vantagens
escusas, ao cortar desonestamente a fila dos direitos e aportar, pelo atalho
mais curto, à pole-position de tão
desregrada corrida.
Autores de renomeada internacional reportam-se ao fato e o patrimonialismo constituir um modo de
ajuntamento social, com suporte no patrimônio havido com o complexo de produtos
físicos e bens espirituais, desde que dotados de estimação comercial em valor
de uso e de troca, inclusa a mais-valia marxista ou fração de trabalho não
paga, e que são de propriedade de uma pessoa física ou jurídica, estatal ou
particular. Lendo-se Gilberto Freire, Sérgio Buarque de Holanda, Viana Moog,
Nelson Werneck Sodré, e tantos outros, vai-se aportar a esta verdade.
A soberba é a jactância do tal,
ufania patente do cara, tuxaua de todas as tribos, vaidade de dono da situação, a impostura
do colhudo do pedaço, do 30 de fevereiro, do homem ou do filho do homem,
garanhão de todas as fêmeas, derradeira coca-cola do Saara e, por fim, do indivíduo que não
pensa ser Deus, mas disso tem certeza.
A empáfia está radicada de
modo inextirpável na sociedade nacional, assentada na ideia patrimonial, no ter
como superior ao ser, de tal modo que ainda toma conta da realidade pátria, a
despeito das conquistas recepcionadas pela Constituição de 1988, inserta nos
poderes sugeridos por Montesquieu.
Anexim popular, de profundez imensa, dá conta da verdade chocante de que
existem pessoas tão pobres, excessivamente indigentes, que só têm mesmo o
dinheiro, nada mais..., enquanto outro aforismo de semelhante procedência traz
à tona o fato inconteste de que mortalha não tem bolso, tampouco caixão possui gavetas.
A cultura popular, particularmente o cancioneiro, está cheia de alusões
às bancas dessas pessoas picadas pelas moscas azuis, os dinheirudos analfabetos,
desprovidos de outras faculdades e ensoberbecidos pela pecúnia, a qual lhes não
aproveitará em nada, a não ser para deixar de herança aos outros; bem como os
que amealharam algo de opulento, física e imaterialmente, enfim, todos os que
hajam adquirido QUALQUER sortimento
pecuniário, achando de posar como distintos da plebe rude. Esta é, não custa refrescar a memória, referida por Miguel Gustavo, no Café Soçaite, gravado por Jorge Veiga, em 1955, tantas vezes por mim ouvido na “radiadora” do Cabo Maheiros, na Palmácia bucólica dos Cinquenta. (Enquanto, ó plebe rude, na cidade dormes, eu ando com Jacinto, que também de Thormes; Teresas e Dolores ...)
pecuniário, achando de posar como distintos da plebe rude. Esta é, não custa refrescar a memória, referida por Miguel Gustavo, no Café Soçaite, gravado por Jorge Veiga, em 1955, tantas vezes por mim ouvido na “radiadora” do Cabo Maheiros, na Palmácia bucólica dos Cinquenta. (Enquanto, ó plebe rude, na cidade dormes, eu ando com Jacinto, que também de Thormes; Teresas e Dolores ...)
Ainda é a regra, mas há, venturosamente, exceções de ricos e
intelectuais que, como camelos(*), passarão pelo fundo da agulha e adentrarão
o Paraíso. Infelizmente, entretanto, em poucas cabeças assentará esse chapéu!
Lembro-me dos anos ’50, quando saiu uma modinha, de profundíssima
filosofia, conquanto de muita simplicidade compositiva, contendo verdadeiro
libelo contra os meramente endinheirados (ou simplesmente arranjados), os quais
ostentam poderes não desfrutados. A poesia reproduzida à frente é capaz de
derrubar qualquer distinto de sua pose de gente “rica” e “importante”.
Reporto-me à letra de Banca do
Distinto, da autoria de Billy Blanco – nome artístico do arquiteto e
compositor paraense (YBelém, 8.5.1924; †Rio de Janeiro, 8.7.2011), William
Blanco Abrunhosa Trindade – interpretada, salvante engano, pelo próprio Billy,
por Dóris Monteiro e também Elis Regina, dirigida àquele que
Não fala com
preto,/ Não dá mão a pobre /Não carrega embrulho. Pra que tanta pose, doutor?/ Pra que esse
orgulho? A bruxa, que é cega, esbarra na gente/ E a vida estanca./ O enfarte
lhe pega, doutor./ E acaba essa banca.
A vaidade é
assim: põe o bobo no alto/ E retira a escada,/ mas fica por perto, esperando
sentada/ Mais cedo ou mais tarde, ele acaba do chão./ Mais alto o coqueiro,
maior é o tombo do coco.
Afinal, todo
mundo é igual / Quando a vida termina/ Com terra em cima e na horizontal.
Acumulo ainda bem viva na lembrança uma composição registrada em disco
por Jorge Veiga, em parceria com Badu – reportando-se ao fato de não adiantar ter dinheiro, nem tampouco ter cartaz/ É
inútil seu esforço, pois na hora você vai./ Você vai, você vai pra onde eu vou
(...) Na cidade dos pés juntos, todos nós somos iguais... Você vai (...).
Por fim, parando de mexer com os soberbos patrimonialistas, recorro de
novo à coleção de modinhas nacionais, pedindo que eles atentem para mais uma
lição, agora com o texto da música, de Ary Monteiro e Peter Pan, registrada em
disco por Linda Batista. No fim, como distingue o leitor, os autores evocam a
famosa “Prova dos Noves”, ao modo de uma pesquisa científica, para justificar a
metodologia como caminho a fim de aportar a uma verdade insofismável, expressa
na reflexão de um anônimo: A caminho do
cemitério, encontraram-se dois amigos: “adeus”, disse o vivo. “Até logo” – o
morto respondeu. Vamos à letra.
FILOSOFIA
BARATA
Ninguém faz
graça com a barriga vazia/ E passar fome nunca foi filosofia./ Vai trabalhar,
vai trabalhar,/Primeiro comer, pra depois filosofar.
Nove dias tem a
vida,/ Sendo três dias de amor, /três dias de mentira,/ E três dias de dor.
Depois da conta
somada, vem a Morte e tira a prova: NOVES FORA, NADA!
Recorrei, pois, oh soberbos, à Prova dos Noves!
(*) Camelo é um termo náutico significativo de uma grossa corda. Está em
Mateus, capitulo 19, verso 24: E lhes
digo mais: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um
rico entrar no reino dos céus.
NOTA:
Duas grandezas distintas se observam
na pessoa: a sua dimensão humana, que lhe é intrínseca, e a sua compleição
socioeconômica, episódica e fugaz.
Nada impede que as duas grandezas se
combinem, de modo que o individuo tenha alto valor moral e elevada estatura
política, patrimonial ou social.
Contudo, infelizmente, tudo conspira
para que a notoriedade pública e a fortuna econômica prejudiquem o bom caráter,
gerando cupidez e empáfia, e que o espírito nobre obste a fama e a abastança.
Reginaldo Vasconcelos
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