sábado, 28 de maio de 2011

ACLJ 77 - 1º. Encontro de Blogueiros e Mídias Sociais do Ceará




Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada - Rede Record)
deu um show de simpatia e de contundência quanto ao seu
posicionamento político, falando de forma franca, alfinentando
um aqui, outro ali, sempre com bom humor e firmeza!

sábado, 21 de maio de 2011

ACLJ 75 - Novo formato de postagem

O blog www.academiacearense.bogspot.com
doravante identificará suas postagens,
assinando-as com sua sigla e numerando-as, 
tornando fácil sua localização no acervo da mídia.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vale conferir o site "Pelos Bares da Vida" do Acadêmico Altino Farias


Biografia do Patrono da 16ª Cadeira da ACLJ - Syndulpho Câmara

Syndulpho Câmara

Nascido em 26 de agosto de 1899, no município de Parnaíba, no vizinho Estado do Piauí, tendo realizado os estudos primários e secundários na cidade de Manaus-AM, onde também concluiu o curso superior em Direito, na Faculdade Federal daquele Estado.
Ainda jovem, submeteu-se a concurso público federal, assumindo os Correios e Telégrafos, sendo lotado naquela capital, com funções até o início dos anos 40, quando veio transferido para Fortaleza-CE, exercendo cargos de relevância naquela instituição, até sua aposentadoria.
De raro talento, foi amante das letras e das artes deixando pequena, mas preciosa obra dentre poesias e prosas, imortalizadas no livro Caleidoscópio (gráfica Ranulpho 1968). Como pianista abrilhantou as vesperais e noites do saudoso Cine Majestic, fato ressaltado no livro Fortaleza Descalça do escritor Otacílio de Azevedo (1992).
Dentre as inúmeras atividades em que se destacou, distingue-se sua colaboração  com o Jornal UNITÁRIO, dos Diários Associados, nos anos 60. Colaboração com Almanaque do Ceará, como diretor da sessão Álbum de Charadas - “Passatempo à Inteligência”, com o pseudônimo Synd, durante vinte e cinco anos initerruptos, publicação que reunia os maiores charadistas do país. A função de charadista, também, exerceu junto ao Almanaque da Parnaíba, por longo período. Foi ainda secretário da Sociedade Cearense de Numismática e Filatelia na gestão do saudoso e renomado Alcides Pinto, dado ser conhecedor e colecionador de expressão, destacando-se dentre seus integrantes à época os empresários Cláudio Augusto Teófilo e Flávio Rebouças, desta capital.
Distingue-se ainda de sua rara inteligência a participação como enxadrista em diversos torneios na capital cearense e em outras capitais, bem como sua habilidade com línguas estrangeiras, posto falar e escrever fluentemente o francês, o inglês, o espanhol e latim, o que lhe permitiu, também, exercer a função de tradutor, sendo bastante requisitado.
O seu falecimento deu-se em 06 de fevereiro de 1967, no município de Capistrano de Abreu, neste Estado, onde residia com a filha desde a viuvez.
Fato peculiar ao seu nascimento deve-se a ter ocorrido no interior de um navio mercante, no porto de Luiz Correia-PI, tendo sido ali mesmo registrado por seu pai, à época fiscal aduaneiro; Syndulpho jamais voltou à cidade, portanto não conheceu sua terra natal.
A mercê de sua reconhecida inteligência e da cultura de que era possuidor, era um homem de hábitos simples e de vida pincelada pela humildade, voltado às artes, à família e ao trabalho, sendo aqui representado por um de seus filhos, Francisco José Martins Câmara, Desembargador do TJCE.

Fonte: Acadêmico Altino Farias

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Acadêmico Augusto Borges é a memória viva da televisão no Ceará

Opinião em Perspectiva registra a posse dos Acadêmicos da ACLJ





Nova Academia




Em setembro de 2010 fui convidado pelo amigo Reginaldo Vasconcelos, jornalista, advogado e cronista por excelência, a integrar um movimento visando a fundação de uma nova academia literária no estado. A idéia dele era formar uma entidade dinâmica, que interagisse com nosso meio sócio-cultural, e não apenas um depositário de nomes ilustres já um tanto inertes.

O corpo da Nova Academia, como a temos chamado, seria formado por nomes ilustres e também por talentos a lapidar, resgatando o princípio da academia antiga, onde mestres conviviam com discípulos e aprendizes, por assim dizer. Outro diferencial idealizado por Reginaldo seria encampar a literatura ligeira, onde figuram a reportagem, crônicas, contos, cordel, como também editores de jornalismo. Todos essencialmente de bom texto.

De início não imaginei porque fora convidado, mas o amigo acabou por me convencer com seus argumentos, sendo a edição do jornal virtual Pelos Bares da Vida uma das mais fortes razões. À época respondi: "Se não bastassem os bêbados e vagabundos, aparecem-me agora esses intelectuais. Sorte minha que eles podem acumular também essas outras duas qualidades. Se me têm com bom texto e letra, que seja".

Seguiram-se vários encontros informais. A maioria teve lugar na residência de Reginaldo, num recanto que ele denomina de Tenda Árabe. Muito uísque, cerveja e papo sobre todos os assuntos rolaram... Até sobre a Academia, pois esses encontros serviam mais para fortalecer os laços de amizade e identidade desse grupo inaugural, que para tratar de formalidades e acertos.

Aos poucos nomes foram sendo propostos, contatos foram feitos, e a coisa foi tomando corpo. A ânsia em ver tudo correndo às mil maravilhas era grande, mas com tantas pessoas envolvidas, tudo tinha que ir acontecendo a tempo certo. Sempre sob o comando do perseverante, paciente, obstinado e malabarista Reginaldo (lidar com egos é uma ciência!).

Consolidado o corpo de imortais, patronos definidos, passou-se à fase de programar a solenidade de instalação da Academia. Trajes formais, hora, local, convites, etc, etc. Depois de muitas delongas a data de 04 de maio de 2011 foi confirmada. A solenidade realizou-se no auditório da Associação Cearense de Imprensa, quando fui empossado, com muita honra e imensa humildade, na cadeira Nº 16, cujo patrono escolhido é o poeta jornalista Syndulpho Câmara.





Para mim esta solenidade não foi um fim, um coroamento, até porque não possuo credenciais para isso. É, pois, um novo começo, e, em companhia de grandes mestres, espero aprender mais e mais sobre a vida.

Agradeço a todos os leitores do Pelos Bares da Vida e do blog Opinião em Perspectivapelo estímulo e apoio, aos meus parceiros no site Renato, Attila, Robson, Beto Vasconcelos e Luciano Osório pela colaboração, e à minha família pela paciência e cumplicidade.

Fonte: Altino Farias - http://opiniaoemperspectiva.blogspot.com/
Membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Crônica do Dorian

O PV em 1940


O NOVO PV



Querem politizar a questão da reforma do Estádio Presidente Vargas.


De um lado, aqueles que contam os minutos para ver a prefeita pelas costas, por acharem que sua administração não deixará saudades, acusam-na de não acompanhar os serviços, permitindo superfaturamento e, principalmente, reclamam pelos sucessivos adiamentos na data de entrega da obra.


De outro lado, o pessoal fiel à administração petista, que entende ser a qualidade dos serviços o fator de maior relevância para o fortalezense.

Picuinhas politiqueiras à parte, o fato é que os times locais não dispõem no momento de nenhum estádio de futebol apropriado para realizar seus jogos, quer sejam do campeonato cearense ou da copa do Brasil.

O Presidente Vargas, ou simplesmente PV, é uma legenda da Gentilândia. Necessário para a cidade e especial para os moradores do bairro.

O novo PV, por maiores retoques de maquiagem que sofra, jamais deixará de ser o tradicional palco dos grandes espetáculos futebolísticos da cidade. Nada nos fará esquecer os grandes lances vividos por torcedores e ídolos como foram Gildo no Ceará e Mozarzinho no Fortaleza.

Do PV guardo na memória os torneios infanto-juvenis que disputei em seu gramado, lembro do alambrado, que segundo o novo projeto será substituído por um vidro blindado, do qual, bem próximo aos técnicos, discutíamos o andamento das pelejas. No PV, quando o dinheiro não dava, esperávamos a “hora do pobre” momento em que uma multidão de “lisos” avançava sobre as arquibancadas para vibrar nos últimos quinze minutos do jogo como se tivesse o assistido desde o início.

Por tudo isto, quero o PV de volta e com toda a festa que tem direito. Pouco importa os percalços enfrentados no decorrer da obra. A prefeita tem direito a festejar o seu grande feito na área dos esportes. Nada de acanhamento. Festa grande e se possível com direito a faturar pontos para o seu “poste” sucessor. Afinal de contas, se querem saber, as mulheres nunca foram muito afeitas ao cumprimento de prazos, haja vista que elas atrasam até hora de casamento...

Obra de autoria do Acadêmico Dorian Sampaio Filho 

Alfredo Marques presente ao lançamento da revista Café & Justiça


O Acadêmico Alfredo Marques compareceu ao prestigiado
lançamento da revista jurídica, Café & Justiça. 
A realização e editoria é de três amantes do direito, 
iniciativa  encabeçada pela advogada Isabel Oliveira 
e de pronto abraçada pela juíza Ângela Sobreira 
e pela colega Anna Regina Almeida. 

sábado, 14 de maio de 2011

ACLJ em vias de eternizar um imortal


Segue com larga aprovação entre Confrades e Confreiras o honrado nome do publicitário Tarcísio Tavares, falecido este mês, cotado para patronear uma das cadeiras da ACLJ. 
Na postagem adiante segue crônica do Acadêmico Reginaldo Vasconcelos, extraída de um de seus livros, em que faz menção ao mago da publicidade cearense. 
TT conheceu a obra e adorou!

Crônica do Acadêmico Reginaldo Vasconcelos


DIGNIDADE

O primeiro borzoi que apareceu em Fortaleza foi o Asper, que caiu na mão de um corretor de cães de raça, o qual, sabendo que eu seria potencial interessado, convocou-me. Fui ver, era lindo, embora maltratado. Combalido, mas mantendo o olhar altivo de quem por muitos séculos guarneceu a curul dos czares. Comprei-o barato.
Importado da Europa por algum excêntrico, o enorme galgo russo tinha grande qualidade genética, quase um metro na cernelha, pêlo longo e sedoso, na coloração mais desejável: branco e champanhe.
Passara pelos jardins da Aldeota, por tapetes de mansões, pertencera a um elenco de colunáveis, que, enfim, cada um por vez, transferira-o a outro, como batata quente, não o sabendo criar de maneira adequada. Aquela raça exótica requer cuidados especiais, principalmente ginástica diária, alimentação própria, companhia humana em tempo integral, sem o que os animais ficam artríticos e estressados. Em minha casa o Asper fazia os exercícios necessários, tinha a alimentação adequada, melhorou das juntas, recuperou a pelagem, recobrou o seu ar imperial.
Era autista e folgado. Demorava-se no sofá, mas gostava de estirar-se sobre a cama que encontrasse, de preferência com lençóis frescos e colcha bem passada. Habilidoso com as patas dianteiras, ao primeiro descuido abria o forno ou a geladeira, em busca de algum rega-bofe, como fosse o dono da casa. Indiferente a outros cães, ao nosso gato persa, ao povo em geral, tinha alguma discreta preferência por mulheres, mormente as mais belas, às quais se dignava recostar às vezes, requerendo carinho na cabeçorra acarneirada, focinho de quase dois palmos.
E tinha lá as suas intolerâncias sociais: não suportava maltrapilhos, latia para entregadores, não confiava em serviçais, estranhava fardados. Viveu conosco vários anos, enfeitou os passeios das moças, posou para muitas fotos em família – grande modelo que era – até que um dia foi finado.
Passados mais de vinte anos, no foyer de um teatro, noite de lançamento de uma peça, encontro Tarcísio Tavares, o decano dos publicitários cearenses, hoje mais ausente da mídia, porém nunca superado. Foi-me oportuno agradecer-lhe, mesmo a destempo, a deferência que tivera comigo, quando me iniciava na imprensa ainda menino e fui instá-lo por um pequeno patrocínio, das muitas verbas publicitárias que ele comandava. Lembrei o carinho com que então fui acatado – ele não lembrava mais, mas riu-se feliz da minha lembrança.
E estando ele entre os que me disseram constar da lista de ex-proprietários daquele mesmo borzoi, consultei-o a respeito. Era verdade: o cão lhe pertenceu, tendo ele adquirido o animal de uma linda mulher alemã cujo marido desertara da família e caíra no mundo. Também não conseguiu criá-lo, até porque não se entendia com o cachorro, que só atendia em inglês ou alemão. Entregou-o, por seu turno, àquele corretor que me o vendeu.
Ficou comovido com mais esse resgate do passado. Fiquei de lhe mostrar fotos do Asper. Brindamos com uísque, olhos marejados. Momento de enlevo. Percebemos ali, nós dois é que havíamos pertencido ao mesmo cão. Como a vida é bela às vezes!

Reginaldo Vasconcelos, in O Passado Não Passa – Venus Gráfica e Editora – 2005

Federação da Indústrias do Estado do Ceará presta homenagem aos 50 anos de jornalismo do Acadêmico Edilmar Norões


Expresso do Norte registra o lançamento do livro do Acadêmico Arnaldo Santos

O Acadêmico Dilson Pinheiro é homenageado pelo IOV por sua contribuição ao folclore e as artes populares

Prática apresentada pelo Acadêmico Reginaldo Vasconcelos ao Prêmio Innovare


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Conto


Ponto final...


É chegada a hora do desenlace, do ponto final, da derradeira manifestação que será transformada em regra e chancelada pelo espírito legalista forense, sempre ávido por normativos, que conduzam como gado uma sociedade pacificada pelo imobilismo e pela inércia de quem dorme letargicamente em berço esplendido.

No nascedouro do novo milênio, eis que o judiciário pátrio é instado a pronunciar-se sobre os direitos constitucionais de um pacato cidadão chamado por Gustavo Stanislaw Pompeu, brasileiro exemplar, septuagenário, bem apessoado, casado e amante de sua única esposa, que sempre lhe retribui o carinho.

Cumpridor de obrigações, severo na observância do texto da lei, trabalhador produtivo – daquele que ama a profissão e a ela se dedica – profissional liberal honesto (modesto, mas a sorte lhe sorria), de vida confortável e morigerada, possuidor de apartamento bem localizado e casa de praia que recepcionam o seu dia-a-dia, Gustavo é tão saudável que nem gripe o alcança.

Sequer possuia vícios ou mazelas, que jamais causara prejuízos a quem quer que fosse – caridoso, atencioso, risonho e alegre – era admirado e querido por todos, não encontrando no seu passado um desafeto ou ato desabonador. Em suma, Gustavo apareceu e desaparecerá da face da terra sem deixar rastro de sua passagem, pois, afinal, do bem ninguém ouve falar.  

Estamos em 2025, o Brasil cambaleante vem melhorando, a democracia prevalece na América Latina pacificada, de quarteladas não mais se tem notícias, os indicadores socioeconômicos favorecem, a miséria está serenada, um bom governo se inaugura, coroando gestão antecedente de nobres realizações. Quanto ao Congresso Nacional e ao judiciário, o de sempre.

Nem tudo é perfeito... Inclusive o ser humano que possui uma mente capaz de produzir sensações de carências e de desconforto deformador da realidade, mesmo que habitasse no paraíso e lá nada lhe faltasse, pois se assim fosse, ainda sentiria a falta da falta, dos momentos difíceis e do desejo de suplantar os desafios. A insatisfação que é a regra, não se aplicava ao caso.

Mas deixemos de lado as coisas do inconsciente e suas esquisitices, e voltemo-nos ao incidente que suscitou a prevenção ao malferimento do texto constitucional, quanto aos direitos da pessoa humana e suas prerrogativas.

Visando assegurar direitos que julgava possuir, Gustavo Pompeu, ajuizou ação que foi submetida à apreciação do Supremo Tribunal Federal, postulando a segurança jurídica para o direito inalienável de por fim a sua própria vida, quando lhe aprouvesse, postulando que o Estado garantisse, por intermédio do Sistema Público de Saúde.

Ele requeria toda a assistência médica necessária para assisti-lo em seu suicídio, minorando assim os efeitos traumáticos da incivilizada agonia da morte, outorgando-lhe o acervo instrumental necessário para auto-aplicar um químico, cuja alquimia de impecável farmacologia lhe propiciasse um fenecimento rápido, indolor e digno, sem o padecimento da pirotecnia dos enforcamentos, dos acrobáticos saltos de edifícios ou dos desfigurantes tiros na fronte, que provocam tanto espanto, e mais estrago aos viventes do que àquele que parte.

Gustavo não tinha doença terminal, desespero, desamor, ou qualquer outra mazela mundana que o estimulasse à finitude consciente. Simplesmente não queria esperar impaciente o arbítrio fatídico da morte, mas, doutro modo, desejava surpreendê-la e protagonizar seu último momento, deixando o evento sob seu tirocínio e oportunidade, facultando-lhe a escolha do momento ideal para finalizar sua própria existência.

Pretendia não viver o vexame da morte aos poucos. Não desejava experimentar o masoquismo da perda dos sentidos, da frustrante imobilidade decorrente da fragilidade da musculatura e da desintegração dos ossos; temia sofrer as vexatórias falhas de memória, do experimentar do ócio e da improdutividade compulsória; da desconstrução de uma imagem que passara anos e anos lapidando-a com o esmero dos escultores romanos; das dores que freneticamente diversificadas teimavam em inusitar sem repetir lugar, consumando em definitiva as enfermidades sazonais trazidas pelo transcorrer do tempo. Nem pretendia ser o testemunho vivo de sua asquerosa e paulatina falência múltipla, que sequer permitir-no-iam limpar-lhe a própria bunda.

Apesar de todo temor e destemor, Gustavo não estava com o pé na cova. Ser disposto e bem vivente, continuava são e lúcido, mesmo com o desconfiar de muitos, que questionavam a torpeza de sua motivação.

O tema dividia opiniões, os Ministros do STF debatiam a matéria exaustivamente sem consenso, embolavam-se em argumentações configuradas em votos, sem contudo debelar a controvertida questão que chegara ao final com escore repetido em 5 x 5, demonstrando que a ação abalara o Supremo, o qual ficara sem conseguir posicionar-se claramente por um lado ou outro, restando, ao final, apenas o voto desempatante do Presidente, que ao pedir vista, reservou para si a responsabilidade personalíssima de instituir a norma final, que impactaria doravante o regramento legislativo.

Esperando a decisão como final de campeonato, os ânimos inflamaram-se. Todo o país discutia, a mídia intermitentemente relatava opinião de especialistas, pregadores. Pastores e religiosos com seus dogmas exacerbados protestavam, vociferavam que era chegado o fim dos tempos. Até o Vaticano manifestou-se contrário a atuação do Estado para o fornecimento do instrumental suicida, que alem de tudo poderia ser compreendido como um estimulo para a busca da morte prematura, procedimento que poderia ser adotado por muitos.

O Governo brasileiro permanecia calado. Não metia a mão em cumbuca. As poucas manifestações eram isoladas e não poderiam ser consideradas com um posicionamento do coletivo; ademais as opiniões eram igualmente variadas e divididas.

Grupos organizados atuavam e faziam pressão em bloco. Mobilizavam-se de norte a sul. A forte bancada evangélica no Congresso Nacional apressava-se na apresentação de Projetos-Lei capazes de impedirem uma eventual decisão contrária ao maior cânone divino: a vida. Entendiam que o dom da vida é indisponível ao ser humano, e que não seria uma lei terrena que poderia subtrair de Deus a prerrogativa da concessão e a retirada da vida.

Os Deputados da pequena, mas zoadenta bancada dos Materialistas, apoiando o pleito de Gustavo, bradavam em seus discursos, que não viam no apelo dos religiosos, a tão elevada ortodoxia espiritual pela preservação da vida, já que permaneciam inertes e convenientemente calados, quando um prisioneiro era levado à cadeira elétrica, à câmara de gás ou ao pelotão de fuzilamento. Nem mesmo incomodavam-se com seres humanos fenecendo em guerras e conflitos sem fim.

Não havia norte para a razão. Opiniões, razões e contrarazões entrechocavam. Discutia-se nas ruas, nas escolas, no trabalho, enfim em todo lugar, vira-e-mexe o tema era um só: o direito de Gustavo Pompeu; o céu e o inferno; a vida e a morte; a ressurreição e a reencarnação; Deus e o Diabo; a vida após a morte; e tudo mais que da imaginação decorresse.

O drama das ruas inundava os pensamentos do solitário Magistrado, que debruçado sob os tomos da literatura jurídica e o papelório dos autos, organizava seus pensamentos no balançar da bengala que sempre o acompanhava. A frenética discussão corroia o sono do julgador, transtornando a tranqüilidade de um homem de 75 anos, que não se imaginava decidir matéria tão controvertida e que envolvia seus próprios sentimentos e credo.

Conservador, religioso praticante, pio desde o nascimento, batizado, crismado, casado sob as bênçãos do Senhor, daquele que comunga e confessa, de ofertar orações genuflexo, portador de terço na carteira, que se julga em graça com o respingo da água-benta, vivia sofridamente cada momento de sua solidão decisória, vacilando entre a fortaleza do argumento da parte, bem fundamentada e em consonância com texto das garantias fundamentais encartadas na Constituição de 1988, que no passado jurara defender, e o aplicar dos altos preceitos doutrinários cristãos que permeavam sua trajetória de vida.

No seu íntimo, acovardado, o Ministro-Presidente do STF ardia em pira, pois não conseguira encontrar saída para seu dilema pessoal. Digo melhor, foi buscar alternativas bíblicas para suplantar as paredes do purgatório em que se encontrava, e inspirando-se em Pilatos, lavou as mãos nas águas turvas da indefinição.

Amparado na sua incontroversa religiosidade, o Magistrado temeroso do rigor do Juízo Final, precavido, decidiu esquivar-se da audiência com o Capeta, dando-se por impedido de pronunciar de forma isenta e imparcial sua decisão, que estava comprometida em decorrência de sua fé ortodoxa, declinando pois, do voto e da minerva, deixando no limbo a questão de vida e morte.

Irresignado com a omissão deliberada do SFT, Gustavo promete e se compromete a por cabo a sua vida, resguardando o grand finale para o momento que lhe aprouver, sem fixar de pronto data e hora, mas de logo reservara o lugar onde será posto um ponto final. Garante que falecerá na Praça dos Três Poderes, diante do imponente, mas inoperante palácio que lhe negara justiça, assegurando ainda que recorrerá aos meios dramáticos ao alcance, já que outra alternativa não lhe fora permitida.

É esperar para ver... Agora resta o desafio de surpreender a Morte e o STF. 

Obra de autoria do 
Acadêmico Alfredo Marques

Biografia do Patrono da 21ª Cadeira da ACLJ - Oscar Bezerra Júnior

Oscar Bezerra Júnior


            Filho de Manuel Oscar Bezerra e de Maria Alcina Bezerra, Oscar Bezerra Júnior nasceu na Vila de Pasta, município de Solonópole, em 26 de maio de 1961.
            Ainda criança, mudou-se com toda a sua família para Fortaleza, a fim de prosseguir os estudos. Em 1982, ingressou na Faculdade, nos cursos de Comunicação Social, pela Universidade Federal do Ceará, e Filosofia, pela Universidade Estadual do Ceará. E em 1989, formou-se em Comunicação Social.
            Aos 23 anos, ainda como estudante iniciou a carreira jornalística como estagiário do Grupo Cidade de Comunicação, em 15 de maio de 1984. Na TV Cidade foi galgando posições, tornando-se Diretor de Jornalismo e Assessor da Presidência do referido Grupo.
            Com empreendedorismo teve uma ascensão meteórica no campo jornalístico, fazendo valer o seu conceito e o reconhecimento por seu profissionalismo.
       Carismático e afável relacionava-se com extrema facilidade tanto com as mais importantes autoridades como com as pessoas mais humildes. Uma pessoa de caráter e com espírito de justiça.
            Seu talento não ficou restrito ao jornalismo, alcançou, também, os caminhos da poesia, pois o sangue poético lhe pulsava nas veias. Conseguiu traduzir em versos curtos, porém profundo, a crueldade da violência e da desigualdade social e os seus anseios por um mundo melhor e mais justo para a humanidade.
            Seus poemas foram publicados na extinta revista Literária “Comboio – Vida & Arte”, mantida por um grupo de universitários intelectuais.
            Vítima de acidente automobilístico próximo à praia do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, litoral oeste do Ceará, Oscar Bezerra Júnior faleceu em 10 de março de 1991, aos vinte e nove anos de idade. Oscar, porém, permanece em nossos corações e mentes como um jornalista destacado, filho amável, um irmão querido e um amigo exemplar.

Biografia do Acadêmico da 21ª Cadeira da ACLJ - Hermann Hesse Feitosa Alexandrino

   Hermann Hesse Feitosa Alexandrino 
 https://mail.google.com/mail/images/cleardot.gif



Jornalista formado pela UFC em 1996, nasci em Tauá, na Região dos Inhamuns em 18 de abril de 1971. Sua carreira profissional começou em 1989, ainda no primeiro semestre do Curso de Comunicação Social, na Rádio Universitária FM. Um ano depois foi contratado pelo então diretor de jornalismo da TV Cidade de Fortaleza, jornalista Oscar Bezerra, para a função de repórter. Durante 3 meses, período de greve dos professores da UFC, trabalhou também como repórter e apresentador da então TVE (hoje TVC). Em setembro de 1991, foi chamado para ocupar uma vaga de repórter na TV Verdes Mares. Durante 19 anos e meio atuou na emissora afiliada da Rede Globo, desempenhando outras funções até chegar ao cargo de editor chefe e apresentador do CETV - 2a Edição, jornal com maior índice de audiência da TV cearense. Em fevereiro de 2011, foi chamado para coordenar os veículos de Comunicação Social da Assembléia Legislativa do Ceará (TV Assembléia, FM Assembléia 96,7, jornal AL Notícias, Revista Plenário e a Agência de Notícias do Portal da Assembléia Legislativa na Internet.
Casado com a bancária Elizabeth Fontenele Alexandrino, com quem tem 3 filhos: Hermano, Helano e Hélade Fontenele Alexandrino.

Bem que o Capitão Rapadura poderia ser o nosso mascote da Copa no Ceará!

Capitão Rapadura, 
o super-herói brasileiro


Capitão Rapadura é um personagem fictício de 
histórias em quadrinho. Foi criado pelo cartunista cearense Mino.


Seu lema é "Capitão Rapadura, o herói que tudo atura". Ao contrário de outros heróis, o herói cearense se recusa a usar a violência para combater o mal e não possui muitos super poderes (apenas o poder de voar). Suas principais habilidades são na verdade a astúcia, a força de vontade e principalmente o bom humor. A rapadura é a fonte de suas forças.
Em pesquisa do jornal O Globo, Capitão Rapadura foi escolhido como sendo o mais próximo de um super-herói brasileiro. 


Hermínio Macêdo Castelo Branco é cearense, natural de Fortaleza, formado em Direito,Mino iniciou sua vida profissional ilustrando uma seção de humor esportivo no jornal "O Povo". Participou de um noticiário da TV Ceará (Repórter Cruzeiro) ilustrando as notícias ao vivo, fato inédito na TV brasileira. Participou da seção de humor da revista "O Cruzeiro" (O Centavo). 

Fonte: Voz Ativa

terça-feira, 10 de maio de 2011

Programa Visão Política destaca a Academia Cearense de Literatura e Jornalismo

Biografia do Patrono da 24ª Cadeira da ACLJ - José Costa Matos


José Costa Matos
* Ipueiras, CE. – 2 de Setembro 1927 d.C
+ Fortaleza, CE. – 2 de Março de 2009 d.C

José Costa Matos nasceu em Ipueiras, Ceará no dia 29 de outubro de 1927.
Licenciado em Letras Anglo-germânicas pela Universidade Federal do Ceará, foi professor da Faculdade de Filosofia Dom José, Sobral, da Faculdade de Direito da UFC e da Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Auditor fiscal do Tesouro Nacional.
Poeta, ensaísta e contista, tendo conquistado vários prêmios literários no Ceará e em outros estados, entre eles oPrêmio Osmundo Pontes de Literatura. Sobre seu livro O Povoamento da Solidão, o escritor Pedro Nava  assim se expressou: “Que poesia bravia, revoltada, orgulhosa e tão sensível à nossa hora que passa – veja-se O homem e seus medos que destaquei porque muito me atingiu (…). E sua poesia me diz que nossa única fuga é mesmo pela própria poesia”.
Suas principais obras são:
Poesias:
Pirilampos, 1960;
As Viagens, 1966;
O Sono das Respostas, 1980;
Na Última Curva da Esperança, 1982;
O Povoamento da Solidão, 1ª ed. 1991 e 2ª ed. 2002;
Estações de Sonetos, 2000.
Contos:
Na Trilha dos Matuiús, 1998
Romance:
O Rio Subterrâneo, 1997.
Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 10 de dezembro de 1992, ocasião em que foi saudado pelo acadêmico Mozart Soriano Aderaldo. Ocupa a vaga deixada pelo escritor Itamar Espíndola, cadeira 29, cujo patrono é Paulino Nogueira. Foi vice-presidente do sodalício e, na atual diretoria (2007/2008), é membro do Conselho Fiscal.
Presságios
Costa Matos
Como foi bela e sábia a vida que tivemos!
Lições em tudo… em tudo… em tudo… até nas brigas
havia água e semente e terra e sol e espigas,
pra nossa fome de entender tudo o que vemos
neste mundo de Deus. As coisas mais antigas
vividas por nós dois mostravam que os extremos
são somas, em nós dois, dos anseios supremos
de socorrer quem tomba ao peso das fadigas.
Era nosso o destino altíssimo de ver,
era nossa a ambição do topo das montanhas,
sabíamos o dia antes de alvorecer…
A tanta luz chegaste, a tanta fé subi,
chegamos a ser bons e a perfeições tamanhas,
que ainda estou a pensar que nunca te perdi…