quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

NOTA ACADÊMICA - Posse de Ângela Gutiérrez na Presidência da ACL


FUMAÇA “ROSA”
NO PALÁCIO DA LUZ

HABEMUS PAPISSAM!

A escritora Ângela Gutiérrez foi eleita por unanimidade para assumir, para o biênio 2019/2020, o comando da Academia Cearense de Letras, a casa literária mais antiga do Brasil. A posse da primeira mulher no cargo de presidente da Instituição – um marco nos seus 125 anos de história – foi na noite desta quarta-feira (30.01.2019), no Palácio da Luz, no Centro de Fortaleza. 


Com oito livros publicados, licenciada em Letras e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Ceará, Ângela Maria Rossas Mota Gutiérrez teve uma trajetória acadêmica dedicada, com pós-doutorado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais. Na ACL, ela ocupa desde 1997 a cadeira nº 18, cujo patrono é Moura Brasil. 

Pelo lado materno, Ângela é bisneta do político, jornalista e intelectual cearense Thomás Pompeu de Sousa Brasil, o Senador Pompeu, falecido em 1877. É casada com o professor Oswaldo Gutiérrez, médico nefrologista, membro da Academia Cearense de Medicina, com o qual ela houve uma bela prole de filhos e netos.   


Na solenidade de posse de Ângela Gutiérrez, que foi muito concorrida, a ACLJ esteve representada pelo seu Secretário-Geral, jornalista Vicente Alencar, havendo na composição da Mesa de Honra dois de seus Membros Beneméritos – o Dr. Lúcio Gonçalo de Alcântara e o Bibliófilo José Augusto Bezerra. Acompanhavam-os suas respectivas consortes, Dona Beatriz e Dona Bernadete. 



Mais três representantes desta mesma casta acelejana prestigiaram o evento – o artista plástico Descartes Gadelha, e os educadores Ednilo Soares (com a sua Fani) e Tales de Sá Cavalcante, com José Augusto Bezerra na imagem. 

Também disseram presente duas integrantes da família Dias Branco, Dona Consuelo e Dona Regina, com Ângela ao centro,  e os imortais da ACL, empresário João Soares Neto e jornalista Pádua Lopes  este, na imagem, com o Vice-Presidente Juarez Leitão – aquele, acompanhado da sua mulher, Desembargadora Iracema do Vale, ladeando a Presidente.



















A cerimônia, que teve início com a execução do Hino Nacional e do Hino do Ceará, primorosamente executados pela maviosa Camerata de Unifor, seguiu-se um lauto coquetel, no Salão Nobre do Palácio da Luz. 


As imagens que ilustram esta postagem foram emprestadas da coluna social eletrônica Balada In, do Jornalista Pompeu Vasconcelos, que fez ampla cobertura do evento, com a costumeira competência.


   


NOTA DO EDITOR

O culto Prof. Vianney Mesquita, um dos grandes repositórios morais e intelectuais da ACLJ, indica a correção do título desta Nota Acadêmica, sugerindo, do alto da sua autoridade e sapiência, “substituir Habemus papissam! por PAPISA AUTEM!”.

Como se sabe, há vários tipos de latim, do clássico ao vulgar, do epistolar ao satírico, língua morta que tanto se diversificou que foi dando origem a dezenas de novos idiomas hoje falados pelo mundo, as ditas “línguas românicas”.

Optamos pela forma “habemus papissam” recorrendo ao papissa do “latim tardio”, com a desinência indicada pelo “m” à guisa de artigo indefinido (um, uma), e a conjugação habemus, correspondente à primeira do plural no presente do indicativo, para não nos afastarmos da forma clássica masculina “habemus papam”, que pretendíamos parodiar.

Esclarecida a escolha, visando nos eximir de alterá-la já a destempo, esta Editoria agradece a sugestão muito bem-vinda do mestre Vianney Mesquita e registra a sua tese sobre a maneira mais correta de aplicar nesta oportunidade a nossa língua mãe, de que se compôs o português, com o adjutório do grego e com contribuições do árabe e do sânscrito – no nosso caso brasileiro, até de línguas indígenas e africanas. 
      


   

ARTIGO - A Institucionalização Necessária (RMR)


A
INSTITUCIONALIZAÇÃO
NECESSÁRIA
Rui Martinho Rodrigues*



A frente vitoriosa nas eleições presidenciais de 2018, como toda frente, é heterogênea. Um grupo militar, outro de economistas e empresários em torno de Paulo Guedes; outro ainda de profissionais do Direito aglutinados por Sérgio Moro; outro ainda formado por políticos; além no círculo familiar do Presidente.


O grupo político é certamente o mais heterogêneo, porque eleito em parte por influência do então candidato a presidente e pelo voto contrário aos demais candidatos, e o que eles representavam. Muitos neófitos em política, sem experiência no trato com o Congresso e com a imprensa. Mas é cediço que o Brasil não é para principiantes.

Declarações contraditórias e recuos não são surpresa. Até recomenda bem que um chefe de Estado e de governo não seja intransigente e obstinado. O problema começa quando os agentes econômicos ficam desorientados, a comunicação com os eleitores se torna incompreensível e a base congressual se dispersa. Um pouco mais de institucionalização ajudaria a superar estes entraves.

A definição de quem fala sobre o que ajudaria. Comandantes militares dando declarações sobre reforma previdenciária sem uma sintonia com o núcleo econômico; filhos do Presidente agindo como se tivessem cargos, que não ocupam; parlamentares postulando lideranças sem o amparo da base governamental podem complicar as coisas.

A institucionalização das funções, definindo quem fala sobre o que, quem é candidato a quais posições, dentro da base parlamentar, com apoio do Governo, permitiriam negociações mais produtivas, com maior poder de barganha, próprio dos grupos políticos coesos. Uma liderança hábil e proativa complementaria a institucionalização. O patrimonialismo, velha e lamentável tradição herdada de Portugal, deve ser afastado. Assim distinguiremos o espaço das instituições públicas daquele da esfera privada, inclusive a família.

Intriga, desconfiança e descoordenação rondam a falta de institucionalização. Respostas rápidas aos problemas, antes que eles cresçam, é uma necessidade imperativa. Isso só pode acontecer quando existe coordenação, comando e controle facilitados pela definição institucional de responsabilidades e competências.

Também é preciso que ninguém seja intocável. Não se deve nomear quem não se pode demitir. Franco Montoro, quando governador de São Paulo, teve problema por nomear filho secretário. Precisou demiti-lo e logo surgiram boatos de que isso valera um problema conjugal ao então Governador.

Parentes próximos são inseparáveis do chefe. O Presidente Getúlio Vargas (1882 — 1954) começou a cair quando o filho, chamado às falas por ele, em razão das denúncias do jornalista Carlos Lacerda sobre sua gestão na CEF, confessou ao pai um deslize. Quem precisa ser afastado ou precisa fazer autocrítica não deve demorar em fazê-lo. A política exige que a mulher de Cesar, além de ser honesta, pareça honesta.

Intriga e desinformação pululam, quando há demora e versões contraditórias, propiciadas pela falta de institucionalização e pela omissão de liderança. O destempero de personalidades agressivas, quando não representam o Governo, precisam sem demora ser classificadas como exteriores ao grupo no poder.


terça-feira, 29 de janeiro de 2019

ARTIGO - De Pura Teimosia (HE)

DE PURA TEIMOSIA
Humberto Ellery*


Este vídeo abaixo corrobora minha afirmação de que a grande culpada pelas tragédias de Mariana e Brumadinho, e as outras que seguramente virão, é a “Universidade Brasileira”, assim mesmo, entre aspas, porque nós não temos Universidade em nosso País.

Continuo com minha opinião: o que confere universalidade às instituições de ensino é a Extensão, pois Ensino é importante e Pesquisa também, mas não passam disso: ensino e pesquisa. Enquanto a universidade brasileira não descer de sua torre de marfim, transpuser seus muros e chegar à Sociedade, disseminando os conhecimentos gerados em suas pesquisas, interagindo com o setor produtivo, não estará cumprindo a contento seu papel – primordial – que lhes permita serem chamadas de Universidades.

Enquanto ficarem doutrinando marxismo em suas salas de aula (desde o meu tempo), conferindo a mancheias títulos de Doutor Honoris Causa a um semialfabetizados (já são mais de trinta), incensando o “patrono” do ensino do Brasil, o imbecil do Paulo Freire, assumindo o posto de reitor com boné do MST na cabeça (o Psolista Roberto Leher, da UFRJ, culpado pelo incêndio no Museu Nacional), e dando de ombros para a Extensão.

Por detestarem os empresários, esses “exploradores” da “mais valia” do proletariado, continuaremos a ver os rankings das melhores Universidades mundo a fora, sem encontrar uma brasileira entre as 100 melhores, nem entre as 200 melhores – apenas a USP aparece entre as 300 melhores, em algum ponto entre a 251ª e a 300ª posição, quando os diversos rankings já não fazem distinção entre uma posição e outra, tudo junto e misturado numa geleia que me mata de vergonha.

E o que é pior, até hoje não vi um professor, um político, um governante, um Ministro da Educação se referir a esse vexame, e se comprometer com uma drástica mudança nesse quadro.

Será que um dia verei essa mudança? Mesmo aos 73 anos, já tendo mais passado do que futuro, e com pouco tempo para esperar, mantenho a Esperança. De pura teimosia.




COMENTÁRIO

A imprensa do contra está insinuando que esse desastre aconteceu porque o Presidente Bolsonaro extinguiu o Ministério do Meio Ambiente, e porque asseverou que irá mudar os critérios para os licenciamentos de obras.

Ora bolas. Os dois episódios tenebrosos somente confirmam as boas razões daquilo que fez e afirma o Presidente, pois foi sob aquela estrutura corrupta e ineficiente que se desenharam as duas tragédias.   

Mas a palavra que melhor descreve o sentimento do povo brasileiro no momento é “vergonha”, apropriadamente lançada pelo lúcido Humberto Ellery em seu vigoroso artigo acima – ele que tem conhecimento de causa porque é químico, foi professor, foi militar de engenharia.

Ellery foi também diretor do Dnocs, que administra mais de 300 represas no Nordeste, e trabalhou nos corredores de Brasília, de modo que conhece bem a fauna que infecta aquele meio – as tais “criaturas do pântano político” a que Paulo Guedes referiu.

Sou leigo na matéria, e enfrento perplexidades. Pode-se até entender que o País fosse corrupto, e que por isso parlamentares financiados por empresas mineradoras negligenciassem na aprovação de leis severas que pudessem prevenir essas tragédias com estouros de barragens.

Também é fácil admitir que a fiscalização não acontecesse porque gente do Poder Executivo, por seu turno, “comesse bola” para não inspecionar essas represas de rejeitos. É claro que a força do dinheiro não se compadece com o risco ao meio ambiente e à vida de terceiros.    

Mas, como entender que essa empresa se tenha exposto, de forma reiterada, ao risco enorme de arcar com os prejuízos financeiros que esses desastres ocasionam? Como dorme o empresário, sabendo que a qualquer momento pode ver se derramar ladeiras abaixo, rios abaixo, mar adentro, o seu precioso vil metal? Isso eu não entendo.

Ellery aponta a culpa da Universidade brasileira que não investe em extensão, e negligencia na atividade de pesquisa, furtando-se a desenvolver tecnologias e apresentar soluções práticas para a necessidades das empresas. A propósito, ele traz à colação reportagem do último Progama Fantástico sobre a possibilidade de se aproveitarem os rejeitos na confecção de tijolos, em vez de pretender acumulá-los ao infinito nessas crateras perigosas.

Pois em 22 de dezembro de 2015, após o estouro da barragem de Mariana, eu fiz publicar neste Blog o texto abaixo, no artigo intitulado "Incongruências Brasileiras", sugerindo exatamente a solução do aproveitamento dos rejeitos minerais na produção de pré-moldados, mesmo sem conhecer a sua viabilidade técnica. Ainda que atividade muito menos lucrativa que a mineração, seria de tamanha utilidade para o déficit de moradia no País.

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A LAMA MINERAL


Reportagem da Globo News confirma agora, de forma científica, o que intuitivamente tenho dito neste Blog sobre as barragens de rejeitos. A lama que vazou das mineradoras mineiras provocou uma tragédia lamentável  que, entretanto, poderia ter sido evitada, se medidas preventivas tivessem sido adotados pelas empresas, impostas pelos órgãos competentes.

Têm-se demonizado a atividade econômica das mineradoras, deslembrando de que aquelas empresas davam milhares de empregos e eram a redenção econômica da região que vitimaram. O fato é que o projeto daquela indústria extrativa deveria ter sido obrigatoriamente consorciado com a produção de pré-moldados, usando-se o subproduto da extração de ferro para fabricar tijolo e cerâmica – em vez de acumulá-lo em represas perigosas.

Mas os malefícios do arrombamento são todos físicos e não químicos. Morreram peixes nos rios porque a sílica em suspensão obliterou a insolação, desoxigenou a água, provocou a desorientação espacial da fauna aquática e certamente lhes obstruiu as guelras  mas não matou por envenenamento, porque aqueles rejeitos não são tóxicos, conforme  já confirmaram estudos realizados por universidades do Sudeste, muito mal divulgados.

No litoral do Estado do Espírito Santo não morreu peixe nenhum, porque na amplidão oceânica a diluição é bem maior, e os animais marinhos podem fugir para outras áreas não atingidas pela lama. De todo modo, em um par de anos tudo decantará inteiramente e o material ferroso, precipitado no fundo, talvez até fertilize o solo, estimulando o ecossistema. No mais, tudo é bobagem sensacionalista e denuncismo exagerado.

Reginaldo Vasconcelos

   

NOTA SOCIAL - Sarau de Poesia


SARAU DE POESIA

INVESTIDA AMAVIOSA
DE LIRISMO


O bardo Paulo Ximenes conspirou com a poetisa Alana Girão por alguns dias, sob confessada cumplicidade da confreira Karla Karenina, para tramarem com as forças líricas do Universo e tomarem de assalto o sereno da Tenda Árabe – já fincando bandeira e batizando o enclave de “Espaço Poético Ayrton Vasconcelos”.




Atacaram em plena noite de domingo, armados de vinho e violão, para promoverem um sarau de poesia naquele reduto mais íntimo da Embaixada da Cachaça, em que a Decúria da Academia se reúne e delibera.

Integrava as hostes o maestro Marcelo Melo do Quinteto Violado, com o pinho do lado e a sua Lúcia do outro, comandando a artilharia cancioneira – música popular brasileira de elevadíssima octanagem romântica, de Taiguara a Belchior, de Cartola a Djavan, inclusive inefáveis músicas autorais inéditas, de parceria do próprio Marcelo com as duas menestréis.



Camila Fernandes conduziu ao convívio o jovem Gabriel Rubens, docemente compelido ao volovelismo declamatório – e ele navegou e pousou com sucesso; Karla convocara a boa cantante Marta Pinto, e Alana convidara a juíza Vera Maia, a qual, do alto de sua doce timidez, desferiu dois poemas de seus livros, peças de grosso calibre amoroso.




Os poemas de Sua Excelência esgrimiram com a ode sentimental de Paulo Ximenes, rapsódia que não se pode dizer até o fim sem embargar a voz, nem ouvir inteira sem enternecer o coração.


Na retaguarda das evoluções de beleza o Frei Júlio Soares e o Bruxo Reginaldo Vasconcelos, ungindo a noitada com os fluidos da serenidade e da ternura. Só o início da madrugada pacificou as almas e arrefeceu as  escaramuças.   


ARTIGO - Para a Esquerda ou Direita? (ES)


Para esquerda ou direita?
Edmar Santos*


Por uma análise apartidária, pode-se verificar que nas vertentes políticas que destoam em seus discursos, principalmente no critério econômico e de relações sociais; uns pregando meritocracias outros assistencialismos, não se distam no que concerne ao mesmo objetivo: o poder.

Tentam e esforçam-se para demonstrar e convencer a opinião geral, ou pelo menos da maioria garantidora de suas intenções, que a realidade ora vivenciada ao tempo de suas retóricas – a depender do poder vigente – é melhor ser mantida, se é argumento de quem está no poder ou, melhor ser descartada, se o argumento é de quem representa a oposição. Tudo é ideologia em busca do poder – seja de denominação esquerda, direita, situação, oposição, centro – por mais que nas ações de afirmação do próprio poder uma parcela ou outra da sociedade seja beneficiada e outra acalentada, alguma parte do todo social será descartada, a depender da linha vencedora.

Ora, o próprio termo ideologia, como se pode encontrar em Marilena Chauí (1980), foi usado primeiramente em 1801 por um grupo ideólogos franceses que eram antiteológicos, antimetafísicos e antimonárquicos, mas eram pertencentes a um partido de vertente liberal. Os ideólogos foram partidários de Napoleão e apoiaram o golpe de 18 Brumário, pois o julgava um liberal continuador dos ideais da Revolução Francesa. (...) Enquanto Cônsul, Napoleão nomeou vários deles como senadores ou tribunos. (...) Todavia, logo se decepcionaram com Bonaparte, vendo nele o restaurador do Antigo Regime. Opõem-se às leis referentes à segurança do Estado, são por isso excluídos do Tribunado, e sua Academia é fechada. Uma oposição política.

Não é de causar espanto que, nessa refrega de ideologias, fatos sociais sejam utilizados como propaganda de ratificação das benesses que supostamente estão sendo oferecidas ao corpo social. Podem surgir, para ratificar a política de algum “grande irmão”, nas palavras de George Orwell (1903 – 1950), manchetes de um filho de cortador de cana, negro, que “por mérito” próprio conseguiu se formar em medicina e se destacar da realidade dos que com ele compartilham a pobreza, porém, o “sistema está aberto a todos”; ou conseguiu, não obstante seu esforço individual, acessar à Universidade em um curso elitista, “graças a um programa de cotas oferecido pelo governo” porque a *dívida social com  população negra é histórica. O referencial é de quem escolhe.

De fato, em relação a políticos e política com suas vertentes ideológicas, sempre apoiados por ideólogos que formatam conceitos com base científica e propõem tendências, o que se constata é que quase não há uma perspectiva das palavras de Platão (428/427 – Atenas, 348/347 a.C.)  em seu A República, quando narra um ensinamento de Sócrates aduzindo que “um governante autêntico não deve visar ao seu próprio interesse, mas ao do governado”. Frente às realidades vivenciadas na sociedade exposta nas páginas da história, muito mais comum de se verificar é sua outra lição que diz: “os homens honrados não querem governar, nem pela riqueza nem pela honra; porque não querem ser considerados mercenários exigindo abertamente o salário correspondente à sua função, nem ladrões, tirando dessa função lucros secretos.

Regimes políticos atraem adeptos de acordo com a manutenção de suas zonas de conforto e alienação através das propagandas apresentadas nas mídias como na “teletela” de Orwell. São acalentados com a manutenção do status quo que lhes garante a conservação do “seu quadrado”. Aos contrários fomenta-se o combate, a “fiscalização do pensamento” e o expurgo, nesse caso a prisão e, em alguns casos e lugares, até a morte.

As transformações das relações sociais dos últimos séculos direcionam as pessoas ao mergulho nos acontecimentos do agora (reality shows, programas policiais, etc.), amplamente e intencionalmente – talvez em nome do mercado, ou da política, ou de ambos – e distancia a maioria dos membros da sociedade das reflexões sobre os acontecimentos passados e das perspectivas sobre futuro.

Na atualidade se presencia uma liquidez das relações e a criação de um contexto de ignorância provocada, como constata Slavoj Zizek (2009) se tem hoje “a sociedade capitalista que vive numa era de incentivo à satisfação de todos  os possíveis prazeres, onde o imperativo é “Goze, você deve gozar!”, onde a política perdeu seu caráter ideológico e preocupa-se apenas com a regulação da jouissance (gozo) e o sujeito corre perigo de desaparecer, seja por causa da ideologia capitalista, seja por causa das possíveis descobertas cientificas. E a complexidade do mundo virou disciplina para os dominantes escolhidos. Capitalistas ou não.

O fato é que, no que aponta Yuval Arari (2018), o mundo está ficando mais complexo, e as pessoas não se dão conta de quão ignorantes são. E prossegue: “Pessoas raramente contemplam sua ignorância, porque se fecham numa câmara de eco com amigos que pensam como eles e com feeds de notícias que se autoconfirmam, fazendo com que suas crenças sejam constantemente reiteradas e raramente desafiadas. Tudo que os que controlam o poder querem e precisam para manipular.

No que concerne à equidade social, ser uma “utopia” de muitos (a maioria) sem representatividade, não importa a vertente política, ou a ideologia, ou a lógica administrativa dominante da sociedade. Se prevalecer a teoria da evolução de Charles Darwin (1809 – 1882) os mais fortes é que se adaptarão aos novos tempos, suas tecnologias disruptivas e suas novas formas de fazer política e controle social. O futuro dirá.


NOTA JORNALÍSTICA - VSM 30 Anos


Pioneira na Comunicação
Corporativa do Ceará,
VSM comemora
30 anos de mercado


No dia 1º de fevereiro, a VSM Comunicação celebra três décadas de atuação no mercado da Comunicação Corporativa. Para marcar essa data, a empresa lança uma nova identidade visual de sua marca. Com uma tipografia moderna e cores mais vibrantes, a nova logo da VSM é um retrato das profundas mudanças que a empresa tem passado, sobretudo no mundo digital.
Os comunicadores também iniciam uma transformação na sua estrutura de serviços, focando ainda mais esforços no on-line e utilizando inteligência digital para mensuração aprofundada de resultados. Para isso, inaugurou um novo site, redefiniu a identidade visual de suas redes sociais e criou novas estratégias.

Mirando resultados robustos e perenes, a equipe de analistas da VSM Comunicação tem focado esforços em SEO, Copywriting e Inbound Marketing. A empresa criou ainda um blog abordando os principais temas do universo da Comunicação Corporativa, como gerenciamento de crise, relações públicas, assessoria de imprensa, mídias digitais, entre outros.

Assim, a pioneira no mercado cearense renova sua posição de vanguarda adotando as práticas mais sofisticadas da área de comunicação. “Acredito que a receita para o sucesso de qualquer negócio, em especial na área de comunicação, é estar constantemente se atualizando e de olho nas tendências do mercado. No caso da VSM, atribuo esses 30 anos de sucesso também ao compromisso que temos com os nossos clientes de sermos mais que prestadores de serviço, mas parceiros que caminham juntos em busca de melhores resultados” – enfatiza o diretor da VSM Comunicação, Marcos André Borges.

Ações ON e OFF

Além de “reformar a casa”, a VSM Comunicação planeja uma série de ações para os próximos meses, extrapolando os seus limites físicos. As campanhas multimídias irão abordar os cases de sucesso da empresa nos últimos 30 anos, além de ressaltar seus serviços.

Uma dessas iniciativas é um projeto audiovisual, com a captação de depoimentos com nomes de peso da vida pública e privada cearense.

Pioneirismo no mercado

A história da VSM Comunicação se confunde com a história da comunicação corporativa no Ceará. Pioneira no desenvolvimento da atividade no Estado, a empresa foi fundada em 1º de fevereiro de 1989 por estudantes de jornalismo e atualmente é comandada  por Marcos André Borges.

A empresa cearense integra uma rede de comunicação corporativa liderada pelas gigantes multinacionais Weber Shandwick e Golin Harris.

Com a entrega de excelência em seus serviços, a VSM conquistou diversos prêmios nacionais em comunicação, sendo a primeira do Nordeste a conquistar o Prêmio Aberje – Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial (maior premiação do segmento nacional de comunicação corporativa) nas etapas regional (em Salvador) e Nacional (em SP).

Por ocasião dos seus 20 anos, em 2009, a VSM, por ter inaugurado um novo segmento de mercado no Estado, recebeu homenagem em sessão solene conjunta inédita da Assembleia Legislativa do Ceará e Câmara Municipal de Fortaleza, sendo novamente homenageada pela AL-CE, em 29 de maio de 2014. 

Na mesma ocasião, Marcos André Borges, Diretor Geral e Controlador da VSM, que é natural de Pernambuco, recebeu o Título de Cidadão Cearense pelos serviços prestados ao Estado e pelos empregos gerados em diversos segmentos profissionais no Ceará.

Marcos André é Membro Titular da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, ocupando a cadeira de nº 40, cujo Patrono Perpétuo é o saudoso Jornalista Blanchard Girão.

sábado, 26 de janeiro de 2019

PARÓDIA - Terra Sangrada (KK)


TERRA SANGRADA
Karla Karenina*





Ouviram de Minas, às margens enlameadas,
De um povo em luto um choro agonizante
Enquanto engravatados, homens públicos
Lucravam seus milhões de lá distantes

O clamor de uma cidade
Destruída, em desespero em meio à morte.
Desastre, crime, fatalidade…
Por lucro, a vida entregue à própria sorte

Ó Pátria explorada, aviltada!
Salvem-na! Salvem-na!

Brasil de solo fértil e riquíssimo
Um ímã de ladrões desde o começo
Agora, além de tudo, assassinos
Descarados que se livram dos processos
Exploram e destroem sua natureza
Os filhos mais vulneráveis em calabouços
E que futuro tens? Quanta incerteza!
Tão desonrada!

Líderes vis e és tu, Brasil, terra sangrada.
Teus filhos sangram, tuas matas e rios…
Massacrado Brasil!!!