ACLJ
SOLENIDADE
DE
OUTORGA
DA
MEDALHA RACHEL DE QUEIROZ
*HONRA AO MÉRITO FEMININO*
A
solenidade de outorga da “Medalha Rachel
de Queiroz – Honra ao Mérito Feminino”, instituída pela ACLJ para agraciar
as seis maiores personalidades femininas do Ceará na atualidade, transcorreu na
noite desta quarta-feira, dia 20 de julho, no Terraço da Cultura do Ideal
Clube.
Foram
alvos da homenagem a Dona Consuelo Dias Branco, Presidente do Conselho de
Administração do Grupo Empresarial M. Dias Branco, as também empresárias Lenise
Queiroz Rocha, Presidente da Fundação Edson Queiroz, e Ana Maria Studart, Presidente
da Fundação Beto Studart (representada pela filha Karine, em razão de luto
materno).
Além
dessas três representantes do mundo corporativo, receberam a Medalha Rachel de
Queiroz a Desembargadora Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, Nailde
Nogueira, e a Reitora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Fátima Veras.
Completando
o virtuoso sextunvirato feminino cearense, a Governadora do Estado, Izolda
Cela, a primeira mulher a tomar posse na curul estadual nos quatrocentos anos
de existência do Ceará – desde os tempos de Capitania – e da então Província do
Siará Grande.
Sob
a condução do acadêmico Vicente Alencar, Mestre de Cerimônia oficial da ACLJ,
compuseram a Mesa Diretiva do evento seis acadêmicos: o Presidente Reginaldo
Vasconcelos, o Presidente Emérito Rui Martinho Rodrigues, e o Membro
Benemérito Lúcio Alcântara – Prefeito da Capital, Governador do Estado e
Senador da República, sucessivamente.
Além
desses, os também Membros Beneméritos e empresários Beto Studart, ex-Presidente
da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec); Ricardo Cavalcante,
atual Presidente da Fiec; Igor Queiroz Barroso, Presidente do Conselho de
Administração do Grupo Edson Queiroz e do Instituto Myra Eliane – e ao lado direito
do Presidente da Mesa a Governadora Izolda Cela, como manda o protocolo.
Na
Tribuna de Honra – além de familiares das recipiendárias da Medalha Rachel de
Queiroz, o Presidente do Ideal Clube, Amarílio Cavalcante, anfitrião do evento.
As
senhoras Rosângela Cavalcante, Regina Dias Branco, Aline Queiroz Barroso, Margarida
Alencar, Elusa Laprovítera e Dona Beatriz Alcântara, histórica Primeira Dama do
Estado – e as convidadas Lilia Quinderé, Lucinha Wolff, Ana Quezado, Jeritza
Gurgel, Fernanda Câmara, Perpétua Aguiar e Paulinha Sampaio – além de Gizela e
Herbert Vieira.
Na
mesma Tribuna de Honra o engenheiro Ângelo Guerra, ex-Diretor-Geral do Dnocs,
com sua família. A Defensora Pública Mônica Barroso, o advogado Rildson
Martins, o fotógrafo Leo Henriques, o casal de empresários de foto-cinegrafia
Cira Leona e Rocélio, além de familiares e convidados das homenageadas, bem
como funcionários da Reitoria da Unifor.
À
galeria de acadêmicos compareceram Totonho Laprovítera, Paulo César Norões, Ulysses
Gaspar, Humberto Ellery, Adriano Vasconcelos, Pedro Bezerra de Araújo, Paula
Queiroz Frota e a historiadora e jornalista Luciara Aragão, com suas filhas e
netas.
A
solenidade foi aberta pelo Presidente Emérito Rui Martinho Rodrigues, que
decretou um minuto de silêncio pelo falecimento, ocorrido no dia 19, de Dona Maria
Helena Nogueira, genitora da agraciada Ana Maria Studart, por conseguinte sogra
do Benemérito Beto Studart.
Em
seguida houve a execução do Hino Nacional e da Ode Alencarina, Hino da ACLJ,
pela Banda de Música da 10ª Região Militar, e a clarinada do trompete triunfal,
pelo arauto oficial da ACLJ, Jean Carlos Navarro.
No
telão da solenidade falou o Senador Cid Carvalho, Presidente de Honra da
Academia, impedido, por limitação de saúde, de comparecer fisicamente, o qual
passou a palavra, de maneira remota, ao Presidente Reginaldo Vasconcelos, que
em seguida proferiu o discurso abaixo transcrito, aqui suprimida a nominata.
Meu
estimado Senador Cid Carvalho, queridíssimo amigo, com quem as divergências que
tenho não ferem nem de leve o afeto colossal que nos devotamos mutuamente, e
com quem discuto às vezes com carinho, como fazia com o meu pai (amigo dele),
um rebatendo as caturrices da idade, o outro tentando cinzelar no interlocutor
um ser melhor.
..................................................................
Eu
sempre acreditei, desde muito cedo, que as mulheres seriam administradoras por
excelência. É notar que nos primórdios civilizatórios eram as mulheres que
administravam a vida, a caverna, a tribo, os alimentos, a criação dos filhos, a
punção das pústulas, a aplicação dos unguentos, a manufatura de utensílios. Enquanto
os homens, em face da maior compleição física, iam à caça, iam à pesca, iam à
guerra, eram as mulheres que cuidavam da família.
Depois,
presidindo o Grêmio do Colégio São João, o primeiro colégio misto da Cidade, do
meu estimado Odilon Gonzaga Braveza, com meninas e meninos nas mesmas classes,
nos mesmos turnos, eu notava que as alunas incumbidas de setores de esportes,
de eventos, de convênios que fazíamos eram elas muito mais organizadas,
responsáveis e pontuais que os meninos, estes sempre em competição de autoridade
entre si.
Assim
confirmei que as mulheres são muito mais confiáveis, mais sensatas, mais
sensíveis. Como advogado, sempre que aforo uma petição inicial, eu “amarro o
santo” para que o processo seja distribuído para uma magistrada, que elas
costumam ser mais percucientes e operosas – com as exceções de praxe,
logicamente.
Mas já
no tempo do grêmio do colégio eu observava que as meninas só não reagiam bem se
ocorria um imprevisto, um problema inesperado, uma pequena tragédia, quando então
recorriam ao sexo oposto requerendo os seus auspícios.
Note-se
que ao encontrarmos uma colisão de transito pelas esquinas da cidade, sendo a
guiadora sinistrada uma mulher, estará ela sempre ao telefone, certamente
convocando o marido para as primeiras providências.
Se, ao
contrário, o abalroador for um homem, ele estará preocupado em como esconder da
mulher o ocorrido, para não aborrecê-la – ou temendo a reprimenda dela pela
barbeiragem cometida.
Então,
talvez possamos inverter aquela assertiva de que “atrás de um grande homem há
sempre uma grande mulher”, provérbio que já teve pretensão elogiosa, mas que
hoje é descabido, porque agora a mulher tomou a frente. Passaremos a dizer que
atrás, ou ao lado, de toda grande mulher há sempre de plantão um bom e prestativo
companheiro.
Na
minha vida, pelo menos, as mulheres reinam inteiramente. Todos os homens da
casa são cativos desses seres maravilhosos, essas criaturas que vêm ao mundo
para nos dar a vida e serem amadas.
A
minha neta de quatro anos, na minha casa, quando alguém quer lhe reprimir
alguma ação ou danação, ela rebate logo: “meu vô disse que quem manda aqui sou
eu!”. E manda mesmo. A de 22 anos também manda.
Bem,
eu passei a terminar os meus discursos declamando um poema. Mas hoje eu vou
inovar, levando em conta que quase todas as homenageadas são Marias, e que
ontem a mãezinha de uma delas, também Maria, fez sua passagem gloriosa para o
Éden, eu vou concluir a minha fala dizendo a Ave Maria em latim, a língua
litúrgica vaticana, até em homenagem a Dona Consuelo, que sei muito católica.
Reginaldo
Vasconcelos
A
solenidade seguiu com a entrega, a cada uma das homenageadas, da sua Medalha-Troféu
– criação artística do Williams Dantas, da WinLazer, patrocinado pela Fiec – e
do diploma respectivo.
Falaram pelas agraciadas a Governadora Izolda Cela e a Desembargadora Nailde Nogueira.
Ainda
tiveram voz pelo telão os acadêmicos Descartes Gadelha e Inês Mapurunga, e o
comendatário da ACLJ Lúcio Brasileiro, que saudou a Desembargadora Nailde
Nogueira, sua conterrânea de Aurora.
O evento terminou, antes do pronunciamento e do decreto de encerramento Dr. Lúcio Alcântara, com a audição do Cântico Acelejano, a “Canção da Academia”,
composição do saudoso Membro Benemérito Evaldo Gouveia, que recebeu letra de Reginaldo
Vasconcelos, com a parceria dos Maestros Poty Fontenele e César Barreto,
aquele autor do arranjo musical, e este o seu executor, com voz e violão.
Após o encerramento da cerimônia, houve o tradicional brinde com vinho do Porto.