O LIVRO
O livro é gente tem
pó. Liofilizada em fibra de papel e pigmento, comprimida em um tomo ou mais, a
pessoa livresca não se compõe de carne e osso, mas tem alma, pensa e se
expressa, ama e desama, afaga e fere.
Solúvel na alma de
imensurável leitorado, o livro se recompõe redivivo a cada releitura,
exatamente como o gênio da lâmpada, guardando sempre a fisionomia original, e
sempre propalando o seu personalíssimo pensamento.
A minha tese não
defende que por isso todo livro seja bom, até porque também há gente feia,
imprestável, fútil, torpe. Apenas defendo que o livro, na ordem geral das
coisas, difere da pedra que é inerte, e da nuvem, que é volúvel; difere do líquido,
que é volátil, e do ferro, que é fusível; difere da fruta, que é silvestre, e
do canivete suíço, que é perfeito.
Reginaldo Vasconcelos
A José Augusto Bezerra
Presidente da
Associação Brasileira de Bibliófilos
Imortal da Academia
Cearense de Letras
Membro Benemérito da
ACLJ
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