quarta-feira, 12 de agosto de 2015

POEMA - Indecifrável (PX)

Indecifrável
Paulo Ximenes*

Oh! Amor meu, sublime... do verbo amar!
Saiba que jamais pude desvendar a saudade
aquela lustrosa lâmina, aguda e envenenada
com que me feriste, dia desses, sem maldade
sem nenhum dó da minh’alma agoniada.

A tua ausência tem o dom de me matar!
É que o teu vulto se apegou ao meu passo
e o teu perfume se engrenhou em meus cabelos
alevantando um arcabouço pele-e-espaço
que me aufere do mundo os destrambelhos...


(Outubro, 1989)


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