segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CRÔNICA - Pulando a Cerca (WI)

PULANDO A CERCA

Wilson Ibiapina*

"As coisas mais bonitas do mundo são os filhos da gente e as mulheres dos outros". A frase, do jornalista Rangel Cavalcante, serve para mostrar que o décimo mandamento “não cobiçar a mulher do próximo” está atualíssimo. E também para provar que desde que o mundo é mundo o homem e a mulher não conseguem dominar o instinto sexual. 

O cara tem uma mulher maravilhosa em casa, mas vai atrás da outra, até mais feia que a dele, por puro desejo, tara, sei lá o que. A verdade é que a traição está institucionalizada em todo o mundo. Existem no Brasil sites destinado aos que buscam pular a cerca com sigilo e discrição.

Em Brasília tem gente que especializou-se em relacionamento extraconjugal. Adora mulher casada, principalmente as dos amigos dele. Certa feita, um cidadão, vítima do conquistador, foi bater na casa de um amigo, no Lago Sul, tão logo descobriu que sua mulher estava de caso com o tal garanhão. Chegou e foi pedindo logo uma dose dupla de uísque. Aos prantos, desabafou: "Olha, minha mulher está me traindo com fulano. Juro que preferia que fosse com você".

O marido já sabia, também, que sua fogosa mulher já tinha passado no papo do confidente amigo.

Infidelidade é mais comum do que você pode pensar. O ator Marcos Caruso chegou a escrever a peça “Trair e Coçar, É Só Começar”. Volta e meia nos surpreendemos quando descobrimos que aquele vizinho com cara de inocente é um tremendo conquistador de mulheres comprometidas. As casadas são mais discretas, não se apaixonam com facilidade, são melhores para rápidas aventuras. É aí que mora o perigo. 

Um empresário cearense marcou um encontro com a mulher de um amigo dele. Ela estava no Rio e o marido dela em Fortaleza. Foram para um hotel em São Paulo. Coisa rápida, encontro de uma noite. Teria sido uma maravilha se ela não tivesse morrido de enfarte. Até hoje não sei como ele se explicou para o marido traído.

Há poucos dias, numa roda de vinho, num bar em Brasília, o assunto era aventura extraconjugal. Um dos presentes contou o sufoco que passou certa noite. Levou uma garota para o Hotel Eron. Por volta da meia noite resolveu ir para casa e a mulher pediu para ficar mais um pouco no hotel. Ele até providenciou mais uma garrafa de champanhe. Já em casa, começou a lembrar da história de um jornalista mineiro que morava no Rio. Ele deixou a garota de programa no hotel e foi para casa. No dia seguinte, ao chegar à redação, soube que ela tinha pulado do prédio. O cara de Brasília disse que entrou em pânico. Temendo que o caso se repetisse com ele, pegou o carro e foi direto para o Eron. Graças a Deus, a mulher já tinha ido embora.

Tem gente que adora contar seus casos. Contam suas traições como se fossem a maior aventura do mundo. Às vezes pinta arrependimento, mas aí, não tem mais jeito, traição é traição. Homens e mulheres traem na mesma proporção. Tem uns que, dependendo do traidor, até incentivam a mulher, pensando em recompensa, sei lá. O que não falta é corno manso.

Em Araxá, um fazendeiro que transava com a mulher do vaqueiro, foi surpreendido um dia com um pedido para uma conversa reservada. Armou-se de revólver e quase não acreditou no que o vaqueiro lhe disse: “Doutor, tenho certeza de que a Matilde está nos traindo”.

Existem pessoas que adotam a poligamia como estilo de vida. Adoram ter duas mulheres, como aquele deputado baiano que ficou viúvo. A amante toda alegre achou que iam casar. E ele, "se eu casar com você, vou ter que arranjar outra amante". Ela preferiu ficar no posto. 

Em Fortaleza, um cidadão setentão, que também ficou viúvo, ouviu a mulher com quem tinha um caso há mais de 30 anos fazer a proposta:

– E aí meu velho, agora  vamos casar?

– Quem vai querer nós, minha velha?...

Donde se conclui: amante é também um cabra descarado.


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