PULANDO
A CERCA
Wilson Ibiapina*
"As
coisas mais bonitas do mundo são os filhos da gente e as mulheres
dos outros". A frase, do jornalista Rangel Cavalcante, serve para mostrar que
o décimo mandamento “não cobiçar a mulher do próximo” está atualíssimo. E
também para provar que desde que o mundo é mundo o homem e a mulher não
conseguem dominar o instinto sexual.
O
cara tem uma mulher maravilhosa em casa, mas vai atrás da outra, até mais feia
que a dele, por puro desejo, tara, sei lá o que. A verdade é que a traição está
institucionalizada em todo o mundo. Existem no Brasil sites destinado aos que
buscam pular a cerca com sigilo e discrição.
Em
Brasília tem gente que especializou-se em relacionamento extraconjugal. Adora mulher casada, principalmente as dos amigos dele. Certa
feita, um cidadão, vítima do conquistador, foi bater na casa de um amigo,
no Lago Sul, tão logo descobriu que sua mulher estava de caso com o tal
garanhão. Chegou e foi pedindo logo uma dose dupla de uísque. Aos prantos, desabafou: "Olha, minha mulher está me traindo com fulano. Juro que preferia que fosse com
você".
O
marido já sabia, também, que sua fogosa mulher já tinha passado no papo do
confidente amigo.
Infidelidade
é mais comum do que você pode pensar. O ator Marcos Caruso chegou a escrever a
peça “Trair e Coçar, É Só Começar”. Volta e meia nos surpreendemos quando
descobrimos que aquele vizinho com cara de inocente é um tremendo conquistador
de mulheres comprometidas. As casadas são mais discretas, não se apaixonam com
facilidade, são melhores para rápidas aventuras. É aí que mora o perigo.
Um empresário cearense marcou um encontro com a mulher de um amigo dele. Ela estava no Rio e o marido dela em Fortaleza. Foram para um hotel em São Paulo. Coisa rápida, encontro de uma noite. Teria sido uma maravilha se ela não tivesse morrido de enfarte. Até hoje não sei como ele se explicou para o marido traído.
Um empresário cearense marcou um encontro com a mulher de um amigo dele. Ela estava no Rio e o marido dela em Fortaleza. Foram para um hotel em São Paulo. Coisa rápida, encontro de uma noite. Teria sido uma maravilha se ela não tivesse morrido de enfarte. Até hoje não sei como ele se explicou para o marido traído.
Há
poucos dias, numa roda de vinho, num bar em Brasília, o assunto era aventura
extraconjugal. Um dos presentes contou o sufoco que passou certa noite. Levou
uma garota para o Hotel Eron. Por volta da meia noite resolveu ir para casa e a mulher
pediu para ficar mais um pouco no hotel. Ele até providenciou mais uma garrafa
de champanhe. Já em casa, começou a lembrar da história de um jornalista
mineiro que morava no Rio. Ele deixou a garota de programa no hotel e foi para
casa. No dia seguinte, ao chegar à redação, soube que ela tinha pulado do
prédio. O cara de Brasília disse que entrou em pânico. Temendo que o caso se
repetisse com ele, pegou o carro e foi direto para o Eron. Graças a Deus, a
mulher já tinha ido embora.
Tem
gente que adora contar seus casos. Contam suas traições como se fossem a maior
aventura do mundo. Às vezes pinta arrependimento, mas aí, não tem mais jeito,
traição é traição. Homens e mulheres traem na mesma proporção. Tem uns que,
dependendo do traidor, até incentivam a mulher, pensando em recompensa, sei lá.
O que não falta é corno manso.
Em
Araxá, um fazendeiro que transava com a mulher do vaqueiro,
foi surpreendido um dia com um pedido para uma conversa reservada.
Armou-se de revólver e quase não acreditou no que o vaqueiro lhe disse: “Doutor,
tenho certeza de que a Matilde está nos traindo”.
Existem
pessoas que adotam a poligamia como estilo de vida. Adoram ter duas mulheres, como aquele deputado baiano que ficou viúvo. A amante toda alegre achou que iam
casar. E ele, "se eu casar com você,
vou ter que arranjar outra amante". Ela preferiu ficar no posto.
Em
Fortaleza, um cidadão setentão, que também ficou viúvo, ouviu a mulher com quem
tinha um caso há mais de 30 anos fazer a proposta:
– E aí meu velho, agora vamos
casar?
– Quem vai querer nós, minha
velha?...
Donde se conclui: amante é
também um cabra descarado.
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