quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ARTIGO - Quanto Pior, Melhor (RV)

QUANTO PIOR, MELHOR.
Reginaldo Vasconcelos*

Há uma torcida no País pelo fracasso das manobras do Governo, aquelas que visam reduzir a crise moral, econômica e política que o próprio Governo produziu, em sua incúria administrativa, corrupção sistematizada, assistencialismo eleitoreiro desvairado e política externa deletéria, de viés ideológico.  

Analogicamente, o médico muita vez evita ministrar remédios paliativos dos sintomas manifestados pelo paciente, antes de um diagnóstico seguro, e mesmo antes da cura da doença, para não mascarar a patologia e para acompanhar melhor a evolução do tratamento.

Se a oposição tivesse vencido as eleições à Presidência, não haja dúvidas, estaríamos vivendo problemas econômicos agudos, como efeito dos desmandos de doze anos de PT, porém, neste caso, a maior torcida seria a favor do sucesso das medidas salvadoras.


Claro que nesse hipotético cenário a ala política derrotada iria torcer pelo fracasso do Governo em seus esforços corretivos – aí sim, praticando o “quanto pior, melhor”, vezo que se verifica quando as coisas vão bem para o país, mas vão mal para os que querem o poder para se locupletar de verbas públicas.   

O grande dilema atual é que o mesmo partido e os mesmos políticos e administradores públicos que provocaram a tragédia econômica que amargamos hoje estão agora a bradar por colaboração e sacrifício do povo, para que se salve a República e para que eles se mantenham do poder.


Não dá mais. O povo quer cauterizar a ferida, quer deitar ácido sobre a pústula, quer sarjar o tumor, quer lancetar o abscesso, ao invés de apenas enfaixar as lesões e manter viva a infecção. O povo quer uma assepsia política, para que o Brasil supere a vergonha de mais de uma década vivendo uma democracia catabólica, leniente com o crime, a privilegiar o demérito, em troca de votos e em detrimento do crescimento econômico e cultural.



   

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