QUANTO PIOR, MELHOR.
Reginaldo Vasconcelos*
Há
uma torcida no País pelo fracasso das manobras do Governo, aquelas que visam
reduzir a crise moral, econômica e política que o próprio Governo produziu, em
sua incúria administrativa, corrupção sistematizada, assistencialismo eleitoreiro desvairado e política externa deletéria, de viés ideológico.
Analogicamente, o médico muita vez evita ministrar remédios paliativos
dos sintomas manifestados pelo paciente, antes de um diagnóstico seguro, e
mesmo antes da cura da doença, para não mascarar a patologia e para acompanhar
melhor a evolução do tratamento.
Se
a oposição tivesse vencido as eleições à Presidência, não haja dúvidas,
estaríamos vivendo problemas econômicos agudos, como efeito dos desmandos de
doze anos de PT, porém, neste caso, a maior torcida seria a favor do sucesso
das medidas salvadoras.
Claro
que nesse hipotético cenário a ala política derrotada iria torcer pelo fracasso
do Governo em seus esforços corretivos – aí sim, praticando o “quanto pior,
melhor”, vezo que se verifica quando as coisas vão bem para o país, mas vão mal
para os que querem o poder para se locupletar de verbas públicas.
O
grande dilema atual é que o mesmo partido e os mesmos políticos e
administradores públicos que provocaram a tragédia econômica que amargamos hoje
estão agora a bradar por colaboração e sacrifício do povo, para que se salve a
República e para que eles se mantenham do poder.
Não dá mais. O povo quer cauterizar a ferida, quer deitar ácido sobre a
pústula, quer sarjar o tumor, quer lancetar o abscesso, ao invés de apenas
enfaixar as lesões e manter viva a infecção. O povo quer uma assepsia política,
para que o Brasil supere a vergonha de mais de uma década vivendo uma
democracia catabólica, leniente com o crime, a privilegiar o demérito, em
troca de votos e em detrimento do crescimento econômico e cultural.
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