segunda-feira, 17 de agosto de 2015

ARTIGO - Mágico de Feira (RV)

MÁGICOS DE FEIRA
Reginaldo Vasconcelos*

Todo mundo sabe que não é possível retirar moedas das orelhas, nem coelhos de cartolas, nem multiplicar cartas de baralhos entre os dedos, tampouco transformar moças loirinhas em gorilas. Contudo, os ilusionistas fazem isso, dentre outros absurdos, diante de todos, se lhes derem um palco e não lhes investigarem os aparelhos.

Pois é isso que tem feito o pê-tê, que há muito deixou de ser um partido político de fato, identificado pela sigla que indica priorizar os interesses dos “trabalhadores”, constituindo-se hoje em uma rendosa trupe de ilusionistas políticos e de prestímanos sociais.

Sob a bandeira trabalhista, na prática o pê-tê adota  assistencialismo eleitoreiro, desestimulando o trabalho honesto; brandindo as cores socialistas, promove a formação de fortunas pessoais e produz enriquecimento ilícito de seus caciques, encantando e iludindo o povo com sua hipnose messiânica.

Como o mágico de feira, que chama a atenção da plateia para a sua mão direita espalmada, enquanto a mão esquerda esconde coisas na casaca, o pê-tê insiste em responder que recebeu doações legais, quando todos sabem disso, pois o que se discute e reclama é a origem ilícita desses recursos legalmente repassados.

Agora, os petistas batem na tecla de que a Dilma foi legitimamente eleita – como se isso desculpasse as mentiras fiscais e as falsas promessas da campanha, autorizando o partido a continuar parasitando o erário até a falência da Nação.

Segundo o argumento do Governo, quem vence uma eleição pelas regras democráticas estaria autorizado a incendiar Roma, a estripar a própria mãe, a barbarizar o povo logo ao assumir o mandato, pois estaria moral e juridicamente inimputável. Qualquer reação política, mesmo com base em rejeição popular, e requerendo impugnação constitucional, seria então "golpista" e ilegal.

Dilma Rousseff ganhou as eleições com pouca margem, em urnas eletrônicas que não admitem verificação física de votos, tendo na presidência do Tribunal Eleitoral um ministro indicado por ela, com longa folha de serviços jurídicos prestados ao seu partido político no passado.

Ela deu pedaladas fiscais para iludir o povo, cometeu estelionato eleitoral, ao fazer uma campanha lastreada por mentiras. Há acusações de ter ela recebido doações de campanha oriundas da corrupção na Petrobrás, e, o mais grave, seus partidários têm de público ameaçado a Nação de lançar um exército irregular e armado, formado de sindicalistas e de hostes de beneficiários de assistencialismo desvairado do Governo, contra a cidadania brasileira, caso a República recorra legalmente a um processo de impeachment. Tudo isso cheira a crime.  

Aliás, justiça seja feita, Dilma preveniu o povo de que para se eleger faria “o diabo”, e o fez de fato, recebendo doações milionárias de empreiteiras do Governo, fraudando os dados contábeis da sua administração, prometendo ao povo mundos e fundos caso fosse reeleita.

Tudo finta. Tudo ilusão. Tudo moeda em orelhas e coelhos em cartolas. Eleita, pela segunda vez para o quarto mandato do pê-tê, caiu o pano de fundo e toda a traquitana enganadora apareceu, escondendo uma máquina de corrupção sem precedentes, desviando bilhões de reais dos cofres públicos.

Isso fez descer sobre a Nação a desgraça decorrente de uma crise econômica aguda que eleva os preços públicos, faz minguar os empregos, desvaloriza a moeda, reativa a inflação, desacelera o crescimento, desmoraliza o país perante o mundo.

O povo se revolta, protesta, bate panelas, vai às ruas, dois terços da população querendo o fim do Governo Dilma e da deletéria "era pê-tê", alguns pretendendo tocar fogo no circo, outros brandindo a via legal do “impedimento”, já aplicado uma vez, e por muito menos, contra o Collor de Mello presidente.

Todavia, ao mesmo tempo, a Presidente ainda tem a caneta oficial para agraciar os energúmenos, e o partido se articula para cooptar a escória política venal de lesa-pátrias, que já se organiza nos esconsos dos palácios de Brasília para manter o tenebroso status quo. Tudo indica que o circo vai permanecer montado, para que o espetáculo de horrores contra o povo continue. Que Deus se apiade de nossas almas!.


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