segunda-feira, 26 de agosto de 2019

CRÔNICA - Meu Quarto, Minha Caverna. (ES)


Meu quarto,
minha caverna.
Edmar Santos*


Isolamento não é a palavra adequada. Distanciamento, possa ser:  Distante de tudo do que não interessa viver e conhecer. Às vezes pesa em solidão, mas a internet ameniza. Modernidade. 

Meu quarto é uma caverna quase impenetrável; quase, porque há  aqueles intrusos que o amor e o respeito impedem de expulsá-los. São queridos.

Vivemos a época da desnecessidade de estar próximo (diferente de ver alguém) e da necessidade da pressa, do prático e lógico. Pressa de tudo.

O pertencimento a um grupo pode ser facilitado pela virtualidade; os traumas da juventude, da não aceitação que gerariam uma doença por melancolia são suavizados. Pode-se adoecer de outras coisas. Relativo!

A vida na caverna trouxe aprendizagens que seriam mais difíceis e demoradas lá fora.  Pelo computador o delete é rápido, assim como o play no youtube. Tocar um instrumento, falar uma língua estrangeira, enfim... o que se queira aprender. Now or next; On line!

Quantidade e qualidade se relativizam no que tange à informação. Tudo bem! Sempre se fez perguntas a quem pode clarear as ideias desde os antigos filósofos. Pergunta-se.

O que pode mudar uma pessoa instantaneamente? A paixão surgiu como chave que abriu de vez a caverna. Uma visita, um passeio e tudo mudou! A mão que puxou para à agitação externa, sequencialmente aquietava no afago que dizia: “Está tudo bem!” A cura em um abraço.


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