A HISTÓRIA DO CEARÁ
NOS
ARQUIVOS DO BARÃO DE STUDART
MAIS UMA JOIA BIBLIOGRÁFICA
ORGANIZADA
POR
JOSÉ AUGUSTO BEZERRA
NO
INSTITUTO DO CEARÁ
Recebemos
a obra primorosa intitulada “Arquivos do Barão de Studart”, editada pelo
Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico e Antropológico, em 2010, organizada pelo
Bibliófilo e Imortal da Academia Cearense de Letras e Membro Benemérito da ACLJ, José Augusto Bezerra, quando de seus sucessivos mandatos na Presidência
da entidade, contando com o patrocínio do Grupo M. Dias Branco, através da Lei
de Incentivos Fiscais do Ministério da Cultura do Governo Federal (Lei Rouanet).
Como se sabe, Gilberto Chamblay Studart, o Barão de Studart, foi um médico e historiador cearense, de origem inglesa, que dedicou sua vida a colecionar livros e documentos importantes, acervo que hoje pertence ao Instituto do Ceará.
Como se sabe, Gilberto Chamblay Studart, o Barão de Studart, foi um médico e historiador cearense, de origem inglesa, que dedicou sua vida a colecionar livros e documentos importantes, acervo que hoje pertence ao Instituto do Ceará.
O
livro, com dedicatória de José Augusto Bezerra a Reginaldo Vasconcelos, que o intregará à biblioteca da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, instituição
que preside atualmente, tem uma belíssima feição gráfica, paginado em papel
couchê, encadernado em capa dura, artisticamente ilustrado com imagens do
Palacete Jeremias Arruda (sede do Instituto do Ceará), traz reprodução de documentos
originais, manuscritos e datilografados, bem como fotografias históricas da
colonização cearense.
Oportuno
frisar a grandeza da iniciativa de José Augusto Bezerra, resgatando e publicando
fatos e documentos da História do Estado do Ceará, matéria que as últimas
gerações ignoram, pois, inexplicavelmente, esse conteúdo didático foi excluído
do currículo obrigatório das nossas escolas de ensino médio e fundamental.
A
medida de exclusão do currículo escolar cearense dessa cátedra importantíssima,
que sobreveio ao período dos governos militares, parece pretender esconder os
fatos menos edificantes e menos glamorosos que marcam o processo civilizatório,
em todas as geografias do Planeta.
O
livro de José Augusto Bezerra, mais uma joia bibliográfica de valor
inestimável, revela, por exemplo, maus-tratos infligidos aos indígenas pela
soldadesca da colônia, notadamente o estupro das mulheres, o deslocamento forçado
de comunidades autóctones e até o extermínio
de aldeias inteiras.
Também
demonstra que a Coroa Portuguesa não compactuava com esses excessos, pois
mandava reprimir com severidade a humilhação dos “gentios” pelos soldados, recomendando
que aqueles fossem tratados com humanidade e gentileza.
Enfatiza conflitos
burocráticos relativos às divisas do Ceará com Pernambuco, Rio Grande do Norte
e Piauí.
Desmonta
ainda o viés humanitário dos movimentos contra o desembarque de escravos no
porto de Fortaleza, que notabilizou o jangadeiro agnominado Dragão do Mar, escancarando
o seu vezo político. O livro exibe um documento de época em que se faz essa
restrição antiescravagista – abrindo expressamente exceção se o destinatário da
encomenda fosse determinado integrante da aristocracia da província.
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