CARNE DE PESCOÇO
Totonho Laprovitera*
Totonho Laprovitera*
Conheci Zé Ramalho em 1977, quando ele estava partindo da
Paraíba para o Rio de Janeiro, onde prosseguiria a sua carreira artística.
Em 1981 nos reencontramos, e ele me convidou para ilustrar o
seu livro “Carne de Pescoço”, a ser publicado pela CBS, gravadora pela qual era
contratado. Quando comecei a realizar as ilustrações, no início do livro,
chamou-me atenção a revelação de que o primeiro som que ele ouvia ao acordar
era o do olho dele abrindo. Interessante.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7OrUolVSmmXzjhEdEokZ98EBXfzJsKNInkdHx9sK7uqLXlPaIMm2BZxJD9QhNMztd0sLn3NwYPDjcCcgGNxB6rcT7vrJ0QGyL8lWp5gBz2rITxkfdPnJt9fXyvlolNuK4m5mVWwzf7E39/s1600/ZA%25C3%2589+RAMALHO+I.png)
Quando apresentei os desenhos, curiosamente, ele me perguntou
sobre a ilustração da cadeira e eu respondi: “Zé, tem cena mais familiar do que ler poemas
sentado em uma cadeira de balanço, à beira de uma janela ornada com um jarro de
flores? É sentar e ler.”
Ele riu, deu-me a mão e, então, brindamos às ilustrações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário