quinta-feira, 22 de março de 2018

CRÔNICA - A Praça (ES)



A PRAÇA
Edmar Santos*


Edgar é um neófito cidadão, e apesar dos tenros anos de idade – hoje dois – traz consigo no bolso da mochila enfeitada com a gravura do Mickey Mouse seus registros sociais RG e CPF, expedidos pelos órgãos públicos responsáveis.

Logicamente, desconhece a historicidade que envolve a Praça dos Mártires, projetada pelo engenheiro militar Silva Paulet e construída em 1890. Esta foi palco da execução de alguns revolucionários do movimento emancipatório denominado Confederação do Equador, nos idos de 1825.

O Passeio Público, assim hodiernamente conhecido, teve sua época decadente nos anos 90, quando foi ambientado pelo tráfico de drogas e pela prostituição. Apenas no ano 2000, e depois em 2007, é que passou por processos de revitalização.

Edgar frequentou a praça para comemorar, com seus entes queridos, seu primeiro ano de vida, em 2017. Saboreou guloseimas em um divertido piquenique, à sombra do velho baobá, árvore centenária que lá embeleza o lugar, enquanto os smartphones lhe registravam fotos e vídeos para a posteridade.

Voltaria meses depois, desta feita para sua primeira experiência carnavalesca. Bandinha, confetes e serpentinas faziam o colorido e a animação da festa momina para a meninada.

Após várias peripécias, Edgar descansou sonolento no colo materno, que lhe acolhia junto ao banco que fica ao lado do simpático restaurante, de onde se pode admirar o mar ao longe. Certamente desejará retornar! Seu semblante de alegria revela isso. Espera presenciar mais atrativos lúdicos e divertidos.

Das facetas históricas, esta é a melhor, um lugar para as crianças. “A praça é nossa!”.



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