sexta-feira, 9 de março de 2018

ARTIGO - Que Tiros São Esses? (ES)



Que tiros são esses?
Edmar Santos*



Barulho de fogos na favela acontece sem ser data comemorativa marcada em calendário.  Sinaliza que a droga chegou ou que a polícia está entrando na comuna. Pow! Pow!... também nem sempre é estampido de fogos de artifício; disparos de armas de fogo são ouvidos pelos quatro cantos, como se o País estivesse  em guerra declarada e efetiva – se bem que não está declarada, mas está efetiva!

Bala perdida, bala achada, bala que vem e que vai; sai de arma de bandido, sai de arma de autoridade, de arma de  cidadão em desatino. Do revólver simples ao fuzil, de tudo se encontra pelas ruas das cidades, apesar de uma Lei do Desarmamento que só delimitou o cidadão de bem. Um país de geografia continental e fronteiras abertas como casa de ninguém, onde tudo entra e sai livremente. O tráfico de armas tornou-se a norma legal em um despropósito, se levarmos em conta o índice de pessoas feridas e/ou mortas pelo Brasil afora.

Meu Ceará entrou na rota do narcotráfico pesado e no interesse das facções criminosas em enraizar seus domínios territoriais, vislumbrando o expansionismo de seus “negócios”. Que tiro foi esse, de autoridades que historicamente negligenciaram a possibilidade de não vivenciarmos essa História Nacional que se iniciou na década de 60 do Século XX? Certamente um tiro no pé e no peito da sociedade, que lhes confiou a segurança.

Bem sociedade, não lhes restam tantas opções assim. Ou continua a se comportar passivamente, e se vitimiza sem vez e sem voz, ou protagoniza a mudança sócio-política necessária ao restabelecimento da ordem e da sua própria segurança. Quero lembrar-lhes, não há super-heróis fora da ficção!




COMENTÁRIOS

Quem lida com arma de fogo de forma responsável tem consciência de que a bala que lhe sai do cano não se dissolve no ar, quando não atinge um anteparo resistente.

O vulgo pensa, por exemplo, que um tiro deflagrado para o alto seja inócuo, necessariamente. Porém, aquele projetil vai subir ao limite do impulso recebido pela pólvora e vai descer em seguida, com o seu peso multiplicado muitas vezes.

Então, notadamente no meio urbano, pode atingir uma pessoa – como aquela criança carioca vitimada no último réveillon, e, em outro episódio, a mulher que foi atingida dentro de casa por uma bala cadente que lhe perfurou o teto.

Pior ainda, o tiro desferido para baixo, ou em plano horizontal, se atingir uma pedra ou outra superfície sólida que não o absorva, pode ricochetear em ângulo obtuso de 120º para alcançar um alvo humano, podendo inclusive, em não atingindo um inocente, resvalar por mais de uma vez e voltar ao atirador, em efeito bumerangue.

Daí a gravidade do tema abordado pelo nosso colaborador Edmar Santos, homem de proa das guardar penitenciárias na Secretaria da Justiça. E o faz em artigo simpático, que transporta o lirismo de uma crônica, especialidade desse magnífico redator, de saboroso estilo próprio.

Ele ancora o texto na excelente obra musical da gorda Jojo Maronttinni – “Que tiro foi esse?” – lançado no último carnaval, um hit bem humorado em que ela consegue aplicar uma inteligente letra de funk em música dançante, com magnífico resultado.

O “tiro” a que a canção refere – embora repercutindo a cultura de violência que a sociedade vive hoje – no caso, em deliciosa licença poética, está sublimado no efeito espetaculoso dos excêntricos do seu meio, dentre eles, ela mesma.

A mensagem glosa notadamente homossexuais e “periguetes”, “atirando” na autoestima dos demais, na sua competição por mais e mais excentricidade na postura social e na roupa chamativa, com mais e mais “informação”, “ostentação” e “atitude”  na sua linguagem própria.

Reginaldo Vasconcelos



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Lamentável, realmente, Dr. Edmar, é o fato de que, na sua maioria, os tiros das autoridades brasileiras, quase sempre, saem pelas culatras e, nas detonações das nossas polícias, suas espingardas batem catolé.

Legislação frouxa? Conluio de alas de poder – legal e celerado?

Vianney Mesquita 
            


Um comentário:

  1. Lamentável, realmente, Dr. Edmar, é o fato de que, na sua maioria, os tiros das autoridades brasileiras,quase sempre, saem pelas culatras e, nas detonações das nossas
    polícias, suas espingardas batem catolé.

    Legislação frouxa? Conluio alas de poder - legal e celerado?

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