terça-feira, 7 de agosto de 2018

CRÔNICA - Maneiras de Ver (ES)


MANEIRAS DE VER
Edmar Santos



O piscar dos olhos serve para num segundo, desligar você do mundo.

Olhos; olhar, ver o que é belo faz chorar.

Se para acreditar você precisa ver, certamente lhe carece a percepção, coisa que todo aquele que enxerga tem, ainda que sem olhos para ver.

Meu amigo Valfrido, que fez faculdade de pedagogia comigo, cego desde a infância, dizia que não me via, mas me enxergava. Sabia sempre quem estava na sala de aula, ainda que entrassem calados. Enxergava como ninguém!

Aprendi: Os olhos de criança são simples e se vivificam em aprender. Prefiro tê-los, ainda que adulto, não quero ensinar nada – deixo para os que possuem olhos adultos. Basta-me aprender sempre.


Em aspas, pensamentos iluminados de quem enxerga além.

“Os olhos são a parte mais bela do corpo”;

“Quando os olhos ficam atentos às pequenas alegrias, é fácil ser poeta.”;

“Os poetas(...) seus olhos são diferentes veem as coisas ao revés”.

“Um poema(...) é para ser visto com os olhos”

“O essencial é saber ver”;

“Acredito na beleza do olhar que me contempla em silêncio”.

“O olho através do qual Deus me vê é o mesmo olho através do qual eu vejo Deus”.

“Ingênuos os que pensam que os olhos são puros, dignos de confiança, que eles realmente veem as coisas tais como elas são. Puro engano. Os olhos são pintores: eles pintam o mundo de fora com as cores que moram dentro deles. Olho luminoso vê mundo colorido; olho de trevas, trevoso vê mundo negro”.

Eu, de volta!

Vejo o mundo em tudo; enxergo Deus no outro...

De que maneira seus olhos enxergam o mundo? Os meus devem ter uns cinco anos de idade, me fazem mais feliz.


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