A SITUAÇÃO
Rui Martinho Rodrigues*
Vivemos um certame eleitoral do qual emergirá
o novo presidente e um parlamento de mandatos renovados e substituídos.
Analisemos a situação em que se desenrolam os fatos. O sentimento do eleitorado
está voltado para emprego; segurança pública; corrupção; incerteza decorrente
das surpresas que poderão advir da Lava Jato.
A absoluta hegemonia dos socialistas e afins foi abalada. O prestígio dos líderes sofreu graves danos, levando a elevados índices de rejeição aos candidatos, tornando altamente provável um segundo turno. Máquinas partidárias foram atingidas pelo desprestígio resultante do desmascaramento do mecanismo da política.
A absoluta hegemonia dos socialistas e afins foi abalada. O prestígio dos líderes sofreu graves danos, levando a elevados índices de rejeição aos candidatos, tornando altamente provável um segundo turno. Máquinas partidárias foram atingidas pelo desprestígio resultante do desmascaramento do mecanismo da política.
Os meios a disposição de partidos e candidatos
incluem um tempo de campanha menor; o horário da Justiça Eleitoral foi reduzido;
maior participação das redes sociais; menor financiamento privado de campanhas;
maior fragmentação do eleitorado em razão do maior número de candidatos. A
exacerbação de ânimos é maior do que se observou nas últimas eleições. As
regiões do País continuam tendo inclinações políticas diferenciadas. Mas, qual é
o peso relativo dos fatores aludidos? Quem ganha e quem perde na situação
descrita?
Conservadores e liberais têm algum ganho, por
terem readquirido voz. A criminalidade em proporções assustadoras abre caminho
para os conservadores, juntamente com o desgaste das diversas narrativas
socialistas e afins, que ensejam algum espaço para os liberais. A escassez de
recursos é favorável aos pequenos partidos. As máquinas partidárias desgastadas
criam oportunidade para as pequenas agremiações. A exacerbação de ânimos
dificulta a eleição dos moderados. Eleitores fiéis, ao estilo de seguidores de
seitas, tornaram-se um trunfo precioso.
Dando nome aos bois: o PT, por ter um perfil
de religião secular, ganha por ter votos consolidados de aproximadamente um
quarto do eleitorado, minimizando o desgaste geral. O PSDB perde com isso. A
exacerbação de ânimos leva água para o moinho de Bolsonaro, por seu discurso
enérgico. A dispersão prejudica PT e PSDB, que se beneficiavam com a falsa
polarização que protagonizavam, embora ambos adotassem políticas da social
democracia. Ciro tira votos do PT no Nordeste. Marina desvia alguns sufrágios
petistas em todo o Brasil.
Algum candidato poderá não suportar o desgaste
da campanha. Um fato novo, talvez vindo da Lava Jato, é uma incerteza. O tempo
dará todas as respostas.
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