MULHERES
Reginaldo Vasconcelos*
Reginaldo Vasconcelos*
Há quem seja contra a instituição
internacional de certos dias do ano em tributo a específicas classes humanas ou
categorias sociais, por atribuir um vezo mercantilista a essas datas, que agitam
o comércio com a compra de presentes. O dia dos pais, o dia das mães, o dia das
crianças, o dia dos namorados.
Não penso assim. Até porque não
vejo malefício na estimulação da economia. Porém, avalio cum
grano salis a consagração de um dia em homenagem à mulher, porque a mulher é o objetivo gamético do homem, que a ela se associa na juventude para juntos construírem
as futuras gerações. Não é uma entidade isenta, cuja virtude gratuita se
precise enaltecer.
Por outro lado, como as mulheres
constituem maioria na composição da humanidade, não faz sentindo que esse conjunto
faça um preito à sua própria maior parte. É como se o universo masculino
fizesse uma rápida concessão de um dia ao grupo antagônico que considere sofrido
e inferior – e não é assim que a banda toca.
Ademais, conquanto haja grandes
homens e grandes mulheres, há também, dos dois lados, quem não mereça louvação.
De modo que, se um dia dedicado aos homens, de forma genérica, seria tolice, é
também tolice um dia em louvor às mulheres em geral.
Tanto mais no Brasil atual, em que
a primeira mulher presidente se elegeu e reelegeu com argumentos falsos, e está
lançando o País na crise maior de sua história. Brasil em que um grupo de
mulheres acaba de atacar a mão armada uma empresa de pesquisas e destruir violentamente
quatorze anos de trabalho científico, equiparando-se aos homens do Estado
Islâmico, que matam inocentes e destroem arqueológicos relicários.
Assim, que cada qual homenageie as
suas heroínas – suas mães, consortes e filhas – não em isolada data do ano, mas
a cada dia e a cada hora. Então, neste 08 de março, me apresso em louvar,
seletivamente, Dona Estefânia, que me deu à luz – mais aquelas a quem dei a
vida, Faninha, Thiena e Júlia, e aquelas demais, sem as quais não saberia eu viver, a Graça, a Vólia e a Jô.
*Reginaldo Vasconcelos
Advogado e Jornalista
Titular da Cadeira de nº 20 da ACLJ
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