TRÂNSITO:
PERFIL DA VIOLÊNCIA
Paulo Maria de Aragão*
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Nesse tenebroso espetáculo aflora a violência. Desentendimentos banais
alcançam desfechos trágicos. Uma “fechada”, dois ou três palavrões, a
interpelação e um soco. Num átimo, o desfecho com um disparo de arma de fogo.
Um dos contendores tomba. O seu destino é o hospital ou o cemitério. Depois a
prisão em flagrante, o arrependimento tardio e a desgraça para dois lares.
Convive-se, assim, com criminosos desprovidos de humanidade. O carro já
não lhes basta para matar. A outra arma, o 38 municiado, está sempre disponível
no fundo falso do porta-luvas. Corriqueiras discussões não mais se limitam a
impropérios e ameaças. O trânsito angustia e ameaça cada vez mais. É
assustador.
É cômodo apresentar-se estatísticas e a cantilena de que “O Brasil é
também campeão do mundo em acidentes automobilísticos”. Enquanto isso, a
impunidade corre solta, mais ainda, diante do descompasso entre o crescimento
das cidades e o da produção de veículos.
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Por outro lado, o transgressor deveria ser punido com severidade, como a
própria lei recomenda. Há que se considerar ainda “a personalidade do agente e
as circunstâncias do crime”. Se fosse possível comprovar as atitudes
desrespeitosas e desequilibradas dos condutores no momento dos acidentes,
teríamos mais subsídios para aferir a punição do infrator.
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Pelo que se vê, discussões devem ser evitadas para preservar-se a vida.
Mormente com motoristas que já demonstram horror e estupidez na fisionomia,
além de perceptíveis manifestações de distúrbios mentais.
A máxima inglesa ensina: “Quer você comprovar se
alguém é cavalheiro? Coloque-o ao volante”. A verdade é que, cada um dirige de
acordo com seu estilo de vida, em outras palavras “dize-me como guias e eu te
direi quem és”.
* Paulo Maria de Aragão
Advogado e professor
Membro do Conselho Estadual da OAB-CE
Titular da Cadeira nº 37 da ACLJ
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