Uma visita
Edmar Santos*
Era vespertino o
tempo. Ela chegou e encontrou a porta aberta, porque era assim a minha casa.
Vinha vestida de um
preto luxuoso como quem vai para um baile vip. Sentou ao meu lado sem cerimônia
me indagando se não a havia esperado. Disse-lhe que não. Sem surpreender-se, serena e simplesmente exclamou: “Ninguém nunca me espera mesmo!”.
Não estava curioso
pelos motivos que lhe fizeram chegar, mas educadamente a ouvi, como era de se
fazer; também por cavalheirismo. Perguntou-me como estava minha vida e o que eu
esperava dela.
Respondi-lhe que de
maneira humilde tenho seguido minhas escolhas, já que a vida é feita delas. Sorriu-me
concordando!
Para não me fazer de
indiferente lhe perguntei se ela estava me trazendo algo. Disse-me com a mesma
serenidade, que, na verdade, estava vindo buscar. Que teria eu?
– Bem, o que tenho é
o que vês – respondi.
Ela me redarguiu
sorridente que aquele que a enviou lhe teria dado novas instruções e a enviara
a outro destino. Curioso agora, perguntei-lhe quanto a mim, o que faria. Sorriu
novamente!
Levantou-se e, em
silêncio, caminhou, saindo pela porta, da mesma maneira que chegou, e, serena,
partiu.
– Até mais ver –
despediu-se!
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