quinta-feira, 25 de outubro de 2018

ARTIGO - Nem Bolsonaro, Tampouco Haddad (VM)


NEM BOLSONARO,
TAMPOUCO HADDAD.
Vianney Mesquita*




Nem ao mar revolto; nem à terra cansada!


Cheguei adiantado numa das prescrições desta vida – o direito de não votar – e quisera aportar com atraso na outra – a Eternidade – o que é absolutamente impossível. Este representa, pois, o primeiro pretexto para não marcar nenhum nome, porquanto atingi a excelente idade de obter o consentimento da legislação patrial para não ser mais constrangido – esta é a dicção em curso hoje – a sufragar no País o nome de ninguém.

Outro pretexto para responder pela dita determinação deita na responsabilidade cidadã de não sufragar o crédito de postulantes amorfos de personalidade, desprovidos de projetos e, acima de tudo, caloteiros de ideias.

Em particular, estas são exprimidas às ombreiras do pleito, ao fazerem, ambos os pouco classificados pretendentes, promessas irresponsáveis, porém, realizáveis nos primeiros momentos, mas, se cumpridas, absolutamente funestas em prejuízo irrecuperável para a economia, a administração e a vida dos brasileiros que respondem financeiramente pelos haveres nacionais como pagantes de tributos pelo bem que o Estado presta – ou deveria prestar – aos cidadãos.

Sabe-se, de sobejo, exempli gratia, do imenso mal que os derradeiros governos fizeram ao Brasil (conquanto tenham desenvolvido, reconhecidamente, também, bons trabalhos em 13 anos), cujos representantes estão sobrevivendo, ao deus-dará, em grande parte, reelegidos com os votos no limite, ao passo que outros restaram derrotados, estando no aguardo, no pensar deles ajustadas, de nomeações para postos, em secretarias, autarquias e empresas oficiais diversas de seus municípios e estados, por parte de prefeitos e governadores eleitos por seu grêmio e partidos apoiadores no dia sete do mês que corre, bem assim na esperança pouco verde-e-amarelo de que seu candidato possa vir a ocupar a cátedra presidencial.

Entrementes, sob providências, em especial, creditadas às moções do Poder Judiciário na contextura das Elevadas Cortes – em que estão, historicamente, inscritos o Ministro Joaquim Barbosa e o juiz Sérgio Moro, entre tantos brasileiros exemplares no âmbito dos tribunais e outros organismos da Justiça – grande quantidade desses políticos amarga as enxovias, sob condenações de imenso espectro temporal, no ensejo em que outro ror de politiqueiros de ficha borrada estão na triste expectação de julgamento dos seus processos, quase todos na iminência de comprida sentença carcerária.

A seu turno, eis que apareceu um castrense à antiga e démodé, remanescente da equívoca ditadura civil-militar ferida em 1964 – da qual sobejam extraordinários exemplos, conforme eram, e.g., o general, cidadão probo, acadêmico e intelectual coestaduano Tácito Teophilo Gaspar de Oliveira (escrevi as guarnições de um livro seu), bem assim o messejanense marechal Humberto de Alencar Castello Branco (queria entregar o governo aos civis) e tantos outros soldados de múltiplas estrelas que enlevam a história da Pátria.

Ele se apoia falsamente em pensamentos “militarescos” retrógrados e fora de propósito, exageradamente autoritários e entendendo depositário de poder único de fazer e desmanchar, mandar e exigir, apenas o Poder Executivo, como se ele fosse governar às bordas das outras duas forças de Charles de Secondat, o Barão de Montesquieu, esquecido de que, em recente deciso (2016), houve impedimento e afastamento de uma Presidente da República em razão de uma sucessão de ilícitos - comprovados, por ela perpetrados - em cujo desfecho tiveram concurso as duas outras forças da Federação Brasileira.

Saudades, muitas recordações, tenho dos tempos em que votei – em pessoas, não em grêmios partidários – como no Prof. Ariosto Holanda, no colega professor e meu docente Cid Carvalho, em Lúcio Alcântara, em Tasso Jereissati, Roberto Cláudio e (até) no Professor José Pinheiro e no agrônomo competente e governador reeleito Camilo Santana! Também, desta feita, angariei votos para o Dr. Elmano Freitas  – sem considerar partidos!

Hoje, é deplorável, não me comprazo mais com o ato de votar, pois desapareceram as razões, apagou-se o gosto, extinguiu-se a vontade, de mim foi amortecido o ânimo. Deslustrou-se o frêmito de escolher representantes dos dois poderes. Esgueiraram-se os bons pretendentes.

Então: Nenhum!


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