SEMEANDO saberES
Arnaldo Santos*
Devotados à profissão que escolheram, historicamente mal
remunerados, quase sempre cumprindo jornadas de trabalho extenuantes, em locais
muita vez insalubres, distantes e perigosos – onde quase não existe
infraestrutura de comunicação e, menos ainda, tecnológica – diariamente,
milhares de homens e mulheres dedicam o melhor dos seus esforços para estabelecer
um Brasil melhor e mais desenvolvido.
Para chegarem aos seus locais de trabalho, os profissionais a que
nos referimos, em algumas regiões do País, são obrigados a se deslocar em
barcos perigosos, muitas vezes até remando, ou de bicicleta, e a cavalo, por
estradas intransitáveis, pelo interior do Brasil.
Se já não bastassem todas essas adversidades, a falta de
reconhecimento, e quase nenhuma valorização, mais recentemente, esses
profissionais passaram a ser impedidos de desempenhar suas funções pela
violência a que estão expostos, quando não são eles as próprias vítimas de
brutais agressões físicas em seu ambiente laboral.
O leitor já deve ter percebido que estamos nos referindo aos
professores, cujo dia em sua homenagem transcorre nesta segunda-feira (15.10), e não há motivos para
comemorações. Ao contrário, temos sobradas razões para lamentar e refletir
sobre a realidade vivenciada.
Ultimamente, muito se fala na melhoria da qualidade do ensino, significativos
investimentos são feitos na rede de ensino, mas muito pouco é realizado em
favor dos nossos docentes, embora sejam somente eles capazes de promover as
transformações necessárias na formação da nossa juventude, pela transmissão do
conhecimento.
Escolas com boa infraestrutura física são importantes, tecnologia
educacional embarcada em sala de aula, também, como é necessário o transporte
escolar para que as crianças cheguem às escolas, mas nada substitui o professor.
Por tal pretexto, oferecer-lhes uma boa formação, melhores condições de
trabalho, segurança em sala de aula e remuneração digna é um dever que se impõe
e que a sociedade cobra.
Ainda há tempo!
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