MANUAL
DO CUIDADOR DE
PACIENTE
COM ALZHEIMER
(A
Jeito de Prefácio)
Vianney
Mesquita*
Tudo nos entedia quando não estamos bem (J.W. GOETHE).
Está à disposição do consultante brasileiro a
quem o assunto interessa o livro intitulado Alzheimer
– Reaprender Lições e Conviver, em segunda edição, de autoria da Professora
Maria José Rondon Régis Botelho (UECE), editado pela Expressão Gráfica e
Editora, de Fortaleza-CE.
Este configura um pequeno vade-mecum do cuidador de portadoras da doença de Azheimer, cujo
conhecimento, ainda hoje, permanece meio incógnito, em muitos dos seus
aspectos, malgrado haver sido descoberta no primeiro ano do século imediatamente
passado.
É um dos modos mais comuns de demência
(caduquice-esclerose), doença que progride ao destruir a memória e muitas
outras funções cerebrais relevantes, podendo permanecer por anos ou durante
toda a vida.
O título desta manifestação patológica decorre
do fato de haver sido, de início, descrita em 1901 pelo médico-psiquiatra
alemão Alois Alzheimer (Baviera-Al, 14.06.1864; Wroclávia-Po, 12.12.1915),
porém até hoje, ainda são descobertos aspectos da doença ainda não revelados,
de sorte que, à medida do tempo, mais se recolhem conhecimentos referentes a
este mal que atinge milhões de pessoas em todo o Mundo.
O livro relata, clara e concisamente, a
convivência, acompanhamento e cuidado em relação ao citado agravo que acometeu
o marido da Autora, o professor universitário, acadêmico e engenheiro-geógrafo
coestaduano Caio Lóssio Botelho, no transcurso de vários anos. Em tal
circunstância, pois, ela estudou, aprendeu e pratica/ensina o modus operandi da atenção ao doente em
tal estado, experiência expressa oportunamente no volume sob comentário, agora
mais alentado, exatamente em razão de suas novas experiências hauridas no
contato diuturno com as manifestações dessa patologia.
Conforme faz questão de chamar a atenção,
neste relato-ensaio, Maria José Botelho não se arvora de especialista da
Medicina, nem de outras Ciências da Saúde, tampouco tem a veleidade de imprimir
estatuto científico profundo ao trabalho relatado.
No trato e familiaridade com os percalços e
manifestações desta enfermidade, auferiu, porém, os necessários conhecimentos
de cuidadora específica, ora transmitidos àqueles que dedicam a existência a
este ofício corajoso e dignificante de minorar o sofrimento de seus doentes,
com vistas a lhes aumentar o universo temporal do decurso vital, com a
necessária qualidade e sem ter que internar seus entes queridos, no dizer de
Clifort Geertz, numa instituição total, configurada,
entre outras, no asilo hospitalar ou casa de repouso.
Sem dúvida, são lineamentos preciosos
expressos por uma pessoa com profunda vivência nos meandros e obscuridades desse
mal, que tanta desdita carreia para as famílias cuidadoras, então privadas da
sanidade e normalidade de seus parentes investidos de moléstia tão insidiosa e
decerto incurável, até então, a despeito das fulgurações atuais das Ciências da
Saúde.
É indene de incerteza o fato de que este livro
é um norte verdadeiro e seguro para quem cuida de pessoas acometidas pelo Mal
de Alzheimer, nomeadamente as iniciantes, a quem os mitos, inverdades e
folclóricas informações a respeito dele constituem falsos guias, levando a uma
conduta incorreta, ao contrário do que deve suceder, isto é, os procedimentos
hão de ser executados com desvelo e solicitude adequados àquele desditoso
paciente.
É recomendável, pois, ouvir a voz da
experiência e praticar os ensinamentos judiciosos de quem hauriu destas
circunstâncias os mais profundos saberes práticos na terapêutica de cuidado
deste cliente especial.
Para cuidadores é aconselhável a adquisição do
comentado aide-mémoire, de
recomendações, lembretes e associações evocativas acerca dos quefazeres com
seus doentes, haja vista as dificuldades e anteparos que a (ainda) obscura
injúria mental exterioriza, conforme já adiantado, mesmo com o atual estado
d’arte das disciplinas vinculadas à saúde.
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