CÁSSIO
BORGES
RELANÇA
OBRA
CIENTÍFICA
O Engenheiro e Jornalista Cássio Borges lançou,
na noite desta terça-feira (28 de novembro), no Salão Nobre do Náutico
Atlético Cearense, a 2ª Edição, revisada e ampliada, do seu livro “A Face
Oculta da Barragem do Castanhão – Em defesa da Engenharia Nacional – Um Relato
Atualizado para a História”.
Cássio é um dos maiores especialistas em Recursos
Hídricos no Brasil, Membro Titular da Academia Cearense de Literatura e
Jornalismo (ACLJ) e da Academia Cearense de Engenharia, da qual é fundador,
ex-diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
A obra tem nas abas comentário do Prof. Paulo
Affonso Leme Machado, da UNESP – IB, de Rio Claro (em São Paulo), prefácio do
Prof. Jorge Staico, da Universidade Federal de Juiz de Fora (Minas Gerais), e
apresentação do Jornalista e Advogado Reginaldo Vasconcelos, Presidente da ACLJ, que também se manifestou durante a
solenidade do lançamento.
A noite de autógrafos, cujo cerimonial foi
conduzido pelo radialista Vicente Alencar, Secretário-Geral da ACLJ, foi
prestigiada por um público de jornalistas e engenheiros, cientistas especializados
em hidrografia, parentes e ex-colegas de trabalho do autor.
A Mesa de Honra foi composta por Alberto
Farias (empresário e escritor), Vitor Frota Pinto (Presidente do CREA e da
Academia Cearense de Engenharia), Roberto Otto (Diretor do DNOCS), Cássio Borges,
Reginaldo Vasconcelos e Ésio de Sousa (Agrônomo, Escritor, ex-superintendente
da SUDENE, sócio do Instituto do Ceara – Histórico, Geográfico e Antropológico).
A ACLJ esteve representada no evento pelo
próprio autor da obra, Cássio Borges; por seu filho, Marcos André; pelo Mestre
de Cerimônia, Vicente Alencar; pelo apresentador do livro, Reginaldo
Vasconcelos; e pelos Membros Titulares Fundadores Adriano Jorge, Nirez, Hermann
Hesse e Paulo César Norões.
A solenidade foi embalada a boa música, com a arte dos músicos Ribamar Freire e Alves Nascimento, e se seguiu a um lauto coquetel.
A solenidade teve cobertura da TV Diário e da
coluna virtual Balada In, do Jornalista Pompeu Vasconcelos, cujas imagens, a
cargo do fotógrafo Rogério Lima, ilustram esta matéria.
DISCURSO DE APRESENTAÇÃO
Eu
não tenho suficiente erudição científica na área da engenharia, da hidrografia,
da açudagem, para comentar o livro de Cássio Borges, do qual fiz uma
introdução, mas tenho bastante ciência do grande descortino do autor, de modo
que posso fazer o que em Direito se denomina “testemunho de caráter”.
Dr.
Cássio, jornalista desde a juventude e engenheiro a vida toda, nosso confrade na Academia de Jornalismo
e integrante da Academia de Engenharia, do alto dos seus 84 anos, dedicou sua existência
ao estudo da matéria, e empregou os seus grandes dotes intelectuais ao
escrutínio das mais variadas soluções técnicas para a gestão dos recursos
hídricos.
Aliás,
essa é uma preocupação humana que remonta à pré-história, passando pela Roma
Antiga, com os seus famosos aquedutos, e pelos diques e reservatórios egípcios,
ao longo do extenso Rio Nilo. E essas preocupações são mais agudas agora, em
face do aquecimento global e do crescimento demográfico.
Mas
as questões hídricas, embora tratem com as ciências exatas, envolvem variáveis
climáticas, geológicas, meteorológicas, agrológicas, e até antropológicas, pois
podem produzir dramas sociais e humanos, como a inundação de cidades e a
remoção obrigatória de grupos étnicos ou populações tradicionais.
Que
traumas culturais e humanos podem resultar da submersão de grandes geografias,
dissolvendo na enxurrada quilômetros de História e de memórias e de afetos que
sobre elas se fundaram? Propriedades queridas, bens de família, casas da
infância, igrejas, cemitérios, prédios históricos...
Mais
do que isso, até estudos sismológicos podem ser necessários antes de se
manipular mananciais hídricos. O peso da água da imensa represa chinesa das
Três Gargantas, por exemplo, tem feito pressão sobre placas tectônicas e
provocado risco de terremotos na região, enquanto a parede do Açude Castanhão
tem sido objeto de preocupações relacionadas a pequenos tremores de terra que
são comuns naquela área.
Por
isso, embora os cálculos físicos sobre os dados topográficos e geodésicos
possam ser apodíticos e incontroversos, porque são fáticos e matemáticos, o
regime de chuvas, a qualidade agrícola das terras a serem alegadas, os custos
financeiros das obras, os danos ambientais a serem suportados, tudo isso é
objeto dos questionamentos de Cássio, contra o determinismo da vontade política
sobre o local escolhido para a construção do Castanhão, movida por vaidades
técnicas e por inconfessáveis interesses.
Então,
meu caro Dr. Cássio, sua luta, ainda que em relação à sua engenharia seja
inócua, porque factum atque transactum
est, e o que está feito não se pode desfazer, não será inútil para o
jornalista que você é, pois a sua obra reinará sobre os fatos, repreendendo
erros e prevenindo equívocos futuros que os vícios antigos pudessem vir a
provocar.
Reginaldo
Vasconcelos
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