VIGOR MESTIÇO
Reginaldo Vasconcelos*
Thiena
Vasconcelos, de avô materno cafuzo e bisavô preto, presta homenagem às suas origens núbias, no 20 de novembro, Dia
da Consciência Negra, pintando a metade do rosto com a cor melânia da pela africana.
Há 517 anos, três povos foram convocados pela História para construir esta Nação, e cada um participou da maneira que as condições antropológicas de então permitiam a cada um.
Um Portugal ameaçado e pobre, ameríndios tecnologicamente isolados, africanos escravizados por ódios étinicos em sua África sofrida, até hoje uma das regiões do mundo de maior pobreza e iniquidade.
Nesse processo, superados os sofrimentos que a fatalidade histórica impôs aos mártires da raça no passado, os negros brasileiros de hoje não são vítimas, nem são coitados.
Representam os que contribuíram para o país que se tem hoje, enriquecendo a sua economia e principalmente a sua tessitura cultural. Com a plena integração social e a miscigenação intensa da atual e das futuras gerações, um dia o fenótipo brasileiro será pacífico, mediano, indistinto, único.
Esse é o espírito do nosso Maracatu Pintado, que o ranço do “politicamente correto”, por influência da violenta luta racial norte-americana, que não nos diz respeito, vem querendo desvirtuar.
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