terça-feira, 14 de novembro de 2017

ARTIGO - O Símbolo da Odontologia (JDVM)


O SÍMBOLO DA 
ODONTOLOGIA
(GOTAS DE HISTORIA 24)
José Dilson Vasconcelos de Menezes*



Apesar de constituir-se tema abordado por vários cirurgiões-dentistas, o símbolo da nossa profissão ainda é desconhecido por numeroso contingente de colegas.

Em face desse desinteresse, constatamos que, na capa de periódicos ou em convites de formatura, por vezes, o símbolo da Odontologia é representado por um vistoso facho de fogo ostentando uma cobra com a cabeça acima da chama.

Nada mais fantasioso e distante da realidade, pois é sabido que esse réptil foge do fogo e, sem dívida, jamais iria permanecer fogueando.

O verdadeiro símbolo da Odontologia é constituído por um bastão no qual a Colluber Esculapii (serpente amarela de Esculápio) se enrosca da direita para a esquerda, circunscrita por um círculo.

Esse modelo simbólico foi proposto por Benjamin Constant Nunes Gonzaga, dentista do Exército, divulgado num artigo intitulado O Emblema Simbólico da Odontologia, publicado em março de 1914, na Revista Odontológica Brasileira, posteriormente denominada Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas.

Em 1912, tendo a American Medical Association adotado como seu símbolo o “bastão de Esculápio”, o autor mencionado propôs, para o Corpo de Saúde do Exército, o símbolo eleito pela Medicina, inscrito por numa circunferência – Medicina Circunscrita – por entender que a Odontologia era a profissão médica que cuidava da cavidade bucal.

Posteriormente, quando da realização do VII Encontro dos Sindicatos de Odontologia do Brasil, ocorrido em 6 de novembro de 1973, sob os auspícios da Federação Nacional dos Odontologistas, foi constituído um Grupo de Trabalho integrado pelos professores Cyro Rausis, Amadeo Bobbio e Ernesto Salles Cunha. Discutindo o assunto, os eminentes colegas ratificaram o modelo anteriormente proposto, acrescentando apenas alguns detalhes com referência à coloração: o bastão deverá ser marrom e o círculo grená. Assim, foi recomendado pelo Grupo de Trabalho e aprovado na Assembleia Geral do evento.

Acerca do significado dos integrantes desse símbolo, transcrevemos o relato de Amadeo Bobbio e Elias Rosenthal, contido à página 413 do livro A Odontologia no Brasil no Século XX, de autoria de Elias Rosenthal.

Esculápio, ao sair da casa de uma doente, para o qual tinha perdido toda a esperança de salvação, cruzou com uma serpente de cor amarela, não venenosa, que lhe cerrou o passo. Esculápio, acreditando-se atacado, matou-a. No mesmo instante, se apresentou outra de igual tamanho e cor, e só então observou que o réptil levava na boca uma planta, com a qual pode curar a doente desenganada. Desde então, foi a inseparável companheira do Deus da Medicina, e se representa enroscada ao redor de um bastão”.

O Conselho Federal de Odontologia ratificou o que havia sido aprovado no VII Encontro dos Sindicatos de Odontologia do Brasil e oficializou esse símbolo, fazendo constar sua aprovação no texto do artigo 275 da Consolidação das Normas para Procedimentos nos Conselhos de Odontologia.


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