sexta-feira, 23 de junho de 2017

CRÔNICA - Guerra é Guerra (HE)


GUERRA É GUERRA
Humberto Ellery*


Para quem gosta, como eu, de ler sobre as guerras em geral, a Segunda Grande Guerra em particular, está assistindo agora à utilização de diversas táticas empregadas no monstruoso conflito em plena arena política brasileira.

Afinal, Carl von Clausevitz dizia que a guerra “é a continuação da Política”, conceito que Michel Foucault inverteu para “a Política é a guerra continuada por outros meios”. Já o Cardeal Richelieu dizia que a guerra era a última razão dos reis, frase que impressionou tanto o Rei Luís XIV que ele mandou imprimir nos canhões de seu exército “ULTIMA RATIO REGUM”.

Analisando friamente a razia promovida pelo General Janot (não confundir com o General Junot, comandante das tropas napoleônicas na invasão de Portugal) vemos que o janota começou com uma Blitzkrieg, uma tática militar que consiste em utilizar forças de alta mobilidade.



Trata-se dos esquadrões Panzer (abreviação de panzerkampfwagen), em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas tenham tempo de organizar sua defesa, contando com o apoio aéreo dos Stuka (Junker JU 87) da Luftwaffe, e a ocupação do terreno pela infantaria.

Essa tática foi desenvolvida pelo brilhante general Erich von Manstein e aperfeiçoada por Heinz Guderian (na minha opinião, o mais talentoso dos generais do Hitler). Seguindo milimetricamente o seu plano diabólico, o janota tratou de atacar simultaneamente seus dois inimigos, o Temer e o Aécio.

Por que o Aécio? Ora, o espião infiltrado (quinta coluna) Joesley Safadão já deixou isso bem claro, quando apontou o Temer com o número 1 e o Aécio com o numero 2. Caso derrubassem somente o Temer, o Aécio seria o mais forte candidato a ser eleito indiretamente pelo Congresso, e o candidato deles é o Lula; portanto, era necessário destruir também o numero 2.

Alguma coisa deu errado com a blitzkrieg desencadeada, e assim como as tropas inglesas conseguiram fazer a tormentosa retirada de Dunquerque, para desespero do Hitler, o Temer, mesmo atingido em cheio, ainda resiste.

Como “nas guerras a primeira vítima é a Verdade”, segundo Sêneca, os guerreiros se aliaram à Rede Globo para repetir o que fizeram com o Ibsen Pinheiro, com o casal Shimada da Escola Base de São Paulo, também na edição do debate Collor/Lula em 89, e otras cositas mas.

Quem tiver interesse pelas mentiras globais que vá pesquisar, o que eu já sei é suficiente para me dar engulho. Mas não se diga que eles (o Janot, o Fachin e a prima Carminha) não têm espírito esportivo, pois o Fachin está demonstrando um talento formidável na modalidade Corrida com Barreiras, de matar de inveja o campeão olímpico e recordista mundial, o americano Aries Merritt.

Observemos que a Constituição Federal determina que o relator de uma denúncia seja escolhido por sorteio (desde que o assunto já não esteja sendo examinado por um determinado ministro, como era o caso). Não é problema. O Fachin pula por cima da CF/88 e se auto outorga o cargo de Relator (que o STF, numa decisão previsivelmente corporativista, aprovou).

A CF/88 não permite também que seja utilizada prova ilícita (gravação clandestina) em processos, mas o Fachin pula por riba de novo e utiliza uma gravação que não foi sequer periciada! O Regimento Interno do STF determina que a homologação de uma delação contra o Presidente da República seja feita pelo Pleno. Mas o Fachin pula mais essa barreira e faz, ele mesmo, a homologação, monocraticamente... É um verdadeiro Campeão.

O Janota agora anunciou que vai “fatiar” a denúncia contra o Temer e transformá-la em três ou quatro denuncias diferentes, que serão encaminhadas em ondas de ataque. Essa tática chama-se Fogo de Barragem, método criado pelo exército britânico na Segunda Guerra dos Boêres, bastante empregada depois nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais, que consiste em fogo de artilharia em larga escala, com disparos feitos numa cadência contínua.

Seu objetivo é criar uma barragem de fogo para impedir ou dificultar o deslocamento do inimigo; sua utilização é vista mais como um método neutralizante que destruidor. Na Canção da Artilharia ficam bem claros esses objetivos: “Com seus tiros de tempo ou de percussão / Às fileiras inimigas levo a morte, a confusão”.

Diante de tantas ilegalidades, injustiças, mentiras e ódio destilados por essa tropa de cretinos, ainda tem gente que me pergunta por que estou do lado do Temer! Não sou Artilheiro, sou marinheiro, estou mais para o “Cisne Branco que em noite de lua vai navegando num lago azul ...” Mas quero concluir com as estrofes finais da emocionante Canção do Artilheiro:

Se é mister um esforço derradeiro
E fazer do seu corpo uma trincheira
Abraçado ao canhão morre o artilheiro
Em defesa da Pátria e da Bandeira
O mais alto valor de uma nação
Vibra n´alma do soldado,
ruge n´alma do canhão.



Com um forte abraço a meus amigos artilheiros e marinheiros.





COMENTÁRIO:

A análise política do Ellery, pela forma e pelo conteúdo, se coloca no topo de tudo que se escreve sobre o momento históricos que estamos atravessando. Parabéns pelo texto.

Rui Martinho Rodrigues


Nenhum comentário:

Postar um comentário