GUERRA É GUERRA
Humberto Ellery*
Para
quem gosta, como eu, de ler sobre as guerras em geral, a Segunda Grande Guerra
em particular, está assistindo agora à utilização de diversas táticas
empregadas no monstruoso conflito em plena arena política brasileira.
Afinal, Carl von Clausevitz dizia que a guerra “é a continuação da Política”, conceito
que Michel Foucault inverteu para “a Política é a guerra continuada por outros
meios”. Já o Cardeal Richelieu dizia que a guerra era a última razão dos reis,
frase que impressionou tanto o Rei Luís XIV que ele mandou imprimir nos canhões de
seu exército “ULTIMA RATIO REGUM”.
Analisando
friamente a razia promovida pelo General Janot (não confundir com o General
Junot, comandante das tropas napoleônicas na invasão de Portugal) vemos que o
janota começou com uma Blitzkrieg, uma tática militar que consiste em
utilizar forças de alta mobilidade.
Trata-se
dos esquadrões Panzer (abreviação de panzerkampfwagen), em
ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas
tenham tempo de organizar sua defesa, contando com o apoio aéreo dos Stuka
(Junker JU 87) da Luftwaffe, e a ocupação do terreno pela infantaria.
Essa
tática foi desenvolvida pelo brilhante general Erich von Manstein e
aperfeiçoada por Heinz Guderian (na minha opinião, o mais talentoso dos
generais do Hitler). Seguindo milimetricamente o seu plano diabólico, o janota
tratou de atacar simultaneamente seus dois inimigos, o Temer e o Aécio.
Por
que o Aécio? Ora, o espião infiltrado (quinta coluna) Joesley Safadão já deixou
isso bem claro, quando apontou o Temer com o número 1 e o Aécio com o numero 2.
Caso derrubassem somente o Temer, o Aécio seria o mais forte candidato a ser
eleito indiretamente pelo Congresso, e o candidato deles é o Lula; portanto,
era necessário destruir também o numero 2.
Alguma
coisa deu errado com a blitzkrieg desencadeada, e assim como as tropas
inglesas conseguiram fazer a tormentosa retirada de Dunquerque, para desespero
do Hitler, o Temer, mesmo atingido em cheio, ainda resiste.
Como
“nas guerras a primeira vítima é a Verdade”, segundo Sêneca, os guerreiros se
aliaram à Rede Globo para repetir o que fizeram com o Ibsen Pinheiro, com o
casal Shimada da Escola Base de São Paulo, também na edição do debate
Collor/Lula em 89, e otras cositas mas.
Quem
tiver interesse pelas mentiras globais que vá pesquisar, o que eu já sei é
suficiente para me dar engulho. Mas não se diga que eles (o Janot, o Fachin e a
prima Carminha) não têm espírito esportivo, pois o Fachin está demonstrando um
talento formidável na modalidade Corrida com Barreiras, de matar de inveja o
campeão olímpico e recordista mundial, o americano Aries Merritt.
Observemos
que a Constituição Federal determina que o relator de uma denúncia seja
escolhido por sorteio (desde que o assunto já não esteja sendo examinado por um
determinado ministro, como era o caso). Não é problema. O Fachin pula por cima
da CF/88 e se auto outorga o cargo de Relator (que o STF, numa decisão
previsivelmente corporativista, aprovou).
A
CF/88 não permite também que seja utilizada prova ilícita (gravação
clandestina) em processos, mas o Fachin pula por riba de novo e utiliza uma
gravação que não foi sequer periciada! O Regimento Interno do STF determina que
a homologação de uma delação contra o Presidente da República seja feita pelo
Pleno. Mas o Fachin pula mais essa barreira e faz, ele mesmo, a homologação,
monocraticamente... É um verdadeiro Campeão.
O
Janota agora anunciou que vai “fatiar” a denúncia contra o Temer e
transformá-la em três ou quatro denuncias diferentes, que serão encaminhadas em
ondas de ataque. Essa tática chama-se Fogo de Barragem, método criado pelo
exército britânico na Segunda Guerra dos Boêres, bastante empregada depois nas
Primeira e Segunda Guerras Mundiais, que consiste em fogo de artilharia em
larga escala, com disparos feitos numa cadência contínua.
Seu
objetivo é criar uma barragem de fogo para impedir ou dificultar o deslocamento
do inimigo; sua utilização é vista mais como um método neutralizante que
destruidor. Na Canção da Artilharia ficam bem claros esses objetivos: “Com seus tiros de tempo ou de percussão / Às
fileiras inimigas levo a morte, a confusão”.
Diante
de tantas ilegalidades, injustiças, mentiras e ódio destilados por essa tropa
de cretinos, ainda tem gente que me pergunta por que estou do lado do Temer! Não
sou Artilheiro, sou marinheiro, estou mais para o “Cisne Branco que em noite de lua vai navegando num lago azul ...” Mas
quero concluir com as estrofes finais da emocionante Canção do Artilheiro:
Se é mister um esforço derradeiro
E fazer do seu corpo uma trincheira
Abraçado ao canhão morre o artilheiro
Em defesa da Pátria e da Bandeira
O mais alto valor de uma nação
Vibra n´alma do soldado,
ruge n´alma do canhão.
Com
um forte abraço a meus amigos artilheiros e marinheiros.
COMENTÁRIO:
A análise política do Ellery, pela forma e
pelo conteúdo, se coloca no topo de tudo que se escreve sobre o momento
históricos que estamos atravessando. Parabéns pelo texto.
Rui Martinho Rodrigues
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