MEMORIOL
Humberto
Ellery*
Questionam o meu posicionamento a favor do
Temer em meio a esta crise política, desencadeada pelas denúncias do Joesley
Safadão. Perguntam com frequência se é por causa da recuperação dos fundamentos
da economia que se observa, em menos de um ano de seu mandato efetivo (sua
interinidade durou mais de três meses). Respondo sempre que me ocupo mais das
causas, pois essa recuperação do País é consequência.
Como assim?
Explico: o presidente Temer começou a ganhar o
meu respeito quando desempenhei a função de Assessor Técnico da Liderança do
PMDB em Brasília (2005/2011). Nessa época ele era Presidente do PMDB, e várias
vezes o encontrei na liderança, principalmente quando o Líder era o Henrique
Eduardo Alves (2007/2013), seu amigo, e comecei admirando o político atencioso, bem
educado e elegante que nos cumprimentava a todos com muita distinção.
Nessa época os comentários lhe eram sempre
muito favoráveis por parte dos meus colegas com mais tempo de Casa, que o
citavam como exemplo de político sério e honesto. Foi então que passei a
acompanhar sua trajetória política, e soube de seu ingresso na vida pública
pelas mãos honradas do Governador Franco Montoro, que o nomeou Procurador-Geral
de São Paulo em 1983, e Secretário de Segurança Pública em 1984, onde se houve
com especial competência, criando, entre outros feitos, a primeira Delegacia de
Defesa da Mulher do Brasil.
Em 1986, instado por Franco Montoro,
candidatou-se a Deputado Federal, mas não logrou eleger-se, ficando apenas na
suplência; posteriormente assumiu o mandato, exercido com excepcional brilho
durante a constituinte de 1988. Afinal trata-se de um dos mais respeitados
constitucionalistas do País, autor do livro Elementos de Direito
Constitucional, que se encontra em sua 24ª edição e já vendeu mais de 240 mil
exemplares.
Por três vezes foi presidente da Câmara dos
Deputados, sempre exercendo uma liderança discreta e firme, respeitado e
admirado por seus pares.
Para encurtar conversa, vou sair dos
entretantos direto para os finalmentes, como diria Odorico
Paraguaçú. Em 13 de Maio de 2016 (dia abençoado) começou sua interinidade na
presidência (que se estenderia até 31 de Agosto).
Ainda na interinidade, não esperou sequer ser
efetivado na presidência em 1º de setembro, já começou a mostrar sua
preocupação em “colocar o país nos trilhos” ao nomear, para os cargos mais
importantes e sensíveis, técnicos brilhantes e respeitados por uma história de
vida pautada pela seriedade e honradez no trato com a res pública.
A causa dos êxitos visíveis na recuperação da
economia são consequência dessas suas escolhas, eu já esperava. Fosse
desonesto, como o Lula teria nomeado outros palocis, mantegas, coutinhos,
gabrielis, mercadantes, vacaris, pois bandido é o que não falta na praça. É
verdade que alguns não poderiam tomar posse pois estão presos...
No entanto, os adversários do Temer, que estão
desesperadamente tentando derrubá-lo, têm em sua história fatos altamente
desabonadores, como o Ministro Fachin, que:
a) certa vez, numa corte internacional,
defendeu o Paraguay contra os interesse do Brasil;
b) defendeu o MST em questões de invasão de
propriedades;
c) foi pedir votos no Senado Federal (para ser
nomeado ministro do STF) de braços dados com Ricardo Saud, propineiro do Joesley;
d) fez campanha abertamente pela Dilma pedindo
votos em nome dos “juristas que têm lado, o lado do PT”;
e) participou de um regabofe na mansão
do Joesley em Brasília, já empossado Ministro do STF, celebração esta que varou
a madrugada, e, ao amanhecer, voou no avião do bandido/açougueiro para
Curitiba;
f) constantemente viola preceitos
constitucionais e regimentais na ânsia de incriminar o Temer, mancomunado com o
Janot, que pediu a prisão do Aécio, enquanto pedia apoio em sua atividade
parlamentar, e arquivou a denúncia de obstrução da Justiça, muito mais grave,
contra o Mercadante;
g) persegue colegas que demonstraram simpatia
pela candidatura da Raquel Dodge, para favorecer seu candidato, o comunista
Nicolau Dino. São muitas ignomínias, vou poupá-los da lista completa.
Mas não posso encerrar sem alertar aos que se
deixam pautar por uma parte da Imprensa, a mesma que:
a) com provas falsas, criadas pelo Valdomiro Diniz
(aquele assessor do Zé Dirceu), numa fraude cruel e mentirosa, destruiu a carreira
do Deputado Ibsen Pinheiro. Lembra?;
b) calcada em mentiras, destruiu a escola e a
vida do casal Aparecida e Icushiro Shimada, proprietários da Escola Base em São
Paulo. Lembra?;
c) insuflou o povo a apedrejar a casa dos
infelizes professores. Lembra?;
Eu, feliz ou infelizmente, tenho uma boa
memória, e lembro de tudo isso e muito mais, e “a memória é a consciência
inserida no tempo”, como dizia Fernando Pessoa.
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