quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

ARTIGO - O Óbvio e as Prova (HE)


O ÓBVIO E AS PROVAS
Humberto Ellery*


Sempre que ouço dizerem “que não existe nada provado contra a Dilma”, não sei por qual associação de ideias me vem ao pensamento a biografia do famigerado Alphonse Gabriel (Al) Capone, o Scarface.

O indigitado sujeito foi nada mais nada menos que o maior, mais cruel, mais sanguinário gangster dos Estados Unidos, durante os anos 20 e 30 do século passado. Explorava a venda de bebidas proibidas pela (estúpida) Lei Seca, o contrabando, a prostituição, o jogo clandestino, matava gente como quem mata moscas.

Por exemplo, o massacre da noite de São Valentino – dia dos namorados – quando seus capangas dizimaram impiedosamente a quadrilha de Bugs Moran. Em suma, era um criminoso da pior qualidade, e nunca o agente federal Eliot Ness, nem seus Untouchables, conseguiram provar nada contra ele.

Foi preciso que seu advogado, Edward Joseph O´Hare, conhecido como Easy Eddie, resolvesse, num rasgo de arrependimento, “entregá-lo”, por conta de sua sistemática evasão do imposto de renda. O delator pagou caro pela ousadia: foi impiedosamente metralhado em seguida.

Aliás, recomendo a biografia do herói da USAF, Butch O’Hare, filho daquele advogado, que dá nome ao aeroporto de Chicago. Trata-se de uma das mais belas histórias de amor de um pai pelo seu filho, que não vem ao caso  contar agora.

Concluindo, lembro que Scarface (cicatriz no rosto) morreu de infarto, em 1947, demente e sifilítico, em sua mansão em Palm Beach, e até hoje não existe nada provado contra o coitado do Al Capone.



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