INCONGRUÊNCIAS
BRASILEIRAS
Reginaldo Vasconcelos*
A LAMA MORAL
A
aguda crise que o Brasil vive atualmente tem fundo eminentemente moral, e não
meramente político, administrativo e financeiro, ao contrário do que a imprensa
preconiza. Tomamos erradamente os sintomas pela doença, as consequências pelas
causas.
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A briga pessoal instalada no seio da República entre a Presidente, inquinada em processo de impedimento por crimes de responsabilidade, e o deputado Eduardo Cunha, renitentemente na presidência da Câmara, é tratada por cada um deles como uma luta do bem contra o mal – e assim têm conseguido fazer entender os ingênuos nacionais.
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Ninguém, em sã consciência, acha que Eduardo Cunha é inocente, nem quer a sua permanência no poder, mas todos torcem para que antes de sair ele consiga "fazer a gata miar" – no linguajar lúdico nos meninos cearenses – quando se acumulam uns contra os outros, até que grite e se renda o que estiver sob maior pressão ou maior peso.
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Os fatos já demonstraram, mas ninguém considera, que os grandes empresários brasileiros envolvidos nos escândalos financeiros, donos das empreiteiras, não corromperam ninguém, mas, ao contrário, foram corrompidos, achacados por partidos e por políticos desonestos, e constrangidos a financiar campanhas eleitorais, condição sine qua para conseguir contratos com o Governo, com a promessa de terem ressarcidas posteriormente essas despesas, superfaturando suas obras.
A
verba pública, se fosse seriamente adotado o financiamento estatal, seria usada para custear documentários isentos sobre cada
pretendente a cargo eletivo, revelando o seu passado real e o seu plano de governo. No mais, se promoveriam debates ao vivo pela TV, em que a verdade sobre as ideias e intenções de cada candidato sempre prevalece – com previsão de graves punições para aqueles que praticassem estelionato eleitoral, prometendo uma coisa enquanto candidatos, e fazendo outra, uma vez eleitos.
A LAMA MINERAL
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Têm-se demonizado a atividade econômica das mineradoras, deslembrando de que aquelas empresas davam milhares de empregos e eram a redenção econômica da região que vitimaram. O fato é que o projeto daquela indústria extrativa deveria ter sido obrigatoriamente consorciado com a produção de pré-moldados, usando-se o subproduto da extração de ferro para fabricar tijolo e cerâmica – em vez de acumulá-lo em represas perigosas.
Mas
os malefícios do arrombamento são todos físicos e não químicos. Morreram peixes
nos rios porque a sílica em suspensão obliterou a insolação, desoxigenou a
água, provocou a desorientação espacial da fauna aquática e certamente lhes
obstruiu as guelras – mas não matou por envenenamento, porque aqueles rejeitos
não são tóxicos, conforme já confirmaram estudos realizados por universidades do Sudeste, muito mal divulgados.
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