EXPRESSÃO GRÁFICA
Sorbonne Cearense da Manifestação
Visuoeditorial
Vianney Mesquita*
Os livros são os túmulos dos que não
podem morrer. (GEORGE CRABBE. Poeta inglês. (YAldeburg, 24.12.1754; †Trowbridge, 03.02.1832).
Reflexões Preambulares
Pouco ou quase nada aproveita incitar a lembrança, no
propósito de rememorar deleitáveis ou tediosos eventos compartes da história,
porquanto o enredo da vida, em todos os aspectos, já vem determinado pelo Autor
de seus argumentos. Aqui, evidentemente, se incluem início, meio e cabo, sem
que absolutamente coisa alguma deixe de ceder, mais cedo ou tardiamente, aos
caprichos demarcatórios dos seus limites.
Eis, pois, a história, em natural dinamismo, ao percorrer
a trilha predelineada e descambar para o programado termo, concedendo ensejo a
outros fatos, renovados acontecimentos, os quais usufruem das experiências de
feitos transatos, cujo decurso, no entanto, já teve a oportunidade de suceder.
Os primeiros, todavia, experimentarão igual trajeto e desembocarão em
semelhante delta, quando terão continuidade, em sucessão constante, até um dia,
quem sabe, ocorrer o decesso completo da Natureza.
As recordações, entretanto, maiormente as distintas
reminiscências, vez por outra, em lance venturoso ou amargo, nos ocupam a mente
e nos fazem folgar ou sofrer. E isto não é bom, pois bem melhor do que não
folgar é não sofrer, ficando tudo em branco, in albis da memória ...
Casas Editoriais de Ontem
Aconteceu de, neste comenos, com suporte em tais argumentos
e na alternativa da ventura, me aportarem à retenção as relações travadas,
amiúde, por parte dos escritores brasileiros, com as casas editoriais, em
passado bem retrocedido ou pretérito mais recente, consoante se deu, por
exemplo, nas repetidas visitas e entrevistas de Machado de Assis, e tantas outras
notabilidades da Literatura nacional, com os irmãos Garnier – Augusto, Hipólito
e Batista – bem assim na José Olympio, nos celebrados almoços pós-1964, com a
comparência recorrente, entre outros, de José Lins do Rego, seu escritor
permanente, até hoje, sob a destra administrativa por demais aplicada do Grupo
Empresarial Record, seu competente sucessor.
Também me reporto, em exemplo mais vizinho, à Livraria
Renascença, aqui em Fortaleza, onde o livreiro-proprietário, Luís de Carvalho
Maia, se desmanchava em gentilezas aos escritores e demais frequentadores desse
estabelecimento, à mesma maneira como sucedia na Aequitas e na Edésio – bem
assim na Minerva, em período bem mais
recuado, com os proprietários – os Bezerras – Assis, Cauby, Juracy e
continuadores.
Imprensa Universitária – U.F.C.
De trato próprio, nos seus faustos, saboreei as
delícias da Imprensa Universitária da U.F.C., fundada pelo Magnífico Reitor
Antônio Martins Filho – “tipógrafo aos 11 anos” (e sob a direção,
antiteticamente responsável, determinada e surreal, de Anselmo de Albuquerque
Frazão), onde o vaivém de autores dos mais diversos saberes – de que é feita a
U.F.C. – era imenso e constante, sempre sob as vistas e praticamente
dependentes dos decisos terminantes desse Reitor Perpétuo (1904-2002), cuja
opinião pacificava por definitivo qualquer pendência, ao conceder ao assunto
foro de verdade e garantia de vigência.
Ali editei o primeiro livro, em 1984 (Sobre Livros – aspectos da editoração
acadêmica), e outros mais, artigos em periódicos científicos da Instituição
– Revistas de Letras, Direito,
Comunicação Social, Educação em Debate, Jornal Universitário etc – além de
acompanhar, feito Secretário-Executivo das Edições
UFC, a produção científica levada ao
lume por essa Academia, no tempo áureo do Reitor Professor Paulo Elpídio de
Meneses Neto (21.06.1979 a 20.06.1983), instituidor do mencionado selo.
Hoje esta marca perfaz 36 anos, e procede, com
absoluto êxito, em todos os rincões do Brasil onde comparece a cultura,
presentemente sob a mão direita estabilíssima do Professor Antônio Cláudio Lima
Guimarães, o qual recorre a outras casas impressoras de Fortaleza para imprimir
seus volumes, ao preterir, por pretextos vários, a IU – UFC.
Lastimavelmente, se ofuscou e, num átimo, realmente
desapareceu a relevância educativa, cultural e científica da outrora
nacionalmente poderosa e efetiva Imprensa Universitária – pois hoje não faz
sequer um folder – premida, entre
outras razões, mormente de natureza administrativa, pelos ditames dos órgãos
oficiais de controle federal, cujas determinações impedem o funcionamento a
pleno emprego desse organismo ancilar e indispensável de uma Universidade de
vanguarda, sempre à frente de muitas outras suas coetâneas no campo produtivo
das ciências e de sua distribuição, a bem da Humanidade, por via da sua
elaboração gráfica.
Vai-se rematando, pois, o seu enredo – comentado nas
reflexões dos dois primeiros parágrafos deste escrito – de sorte a se lhe
agilitar o óbito, quer por incapacidade gerencial, pelo mencionado capricho dos
controllers oficiais, desazo da
direção maior – Administração Superior – incúria dos funcionários, ou mesmo a
conjunção de tantos motos conducentes à morte anunciada de um instituto de tão
alevantadas intenções e promotor de tantos resultados, desde sua criação, há exatos
61 anos. Falta pouco, a julgar pelo jeito como as coisas se encaminham, para o
terminal Requiescat in pace!
Janela Escancarada
Vez por outra, no entanto, quando uma porta se fecha,
resta escancarada uma janela. E eis que apareceu, em Fortaleza, em 1989, uma
casa publicadora, com feições modernas e de comprovada responsabilidade gráfico-editorial.
Reporto-me à Expressão Gráfica e Editora,
cujo admirável crescimento, tanto sob o prisma físico quanto no concernente aos
aspectos da qualidade, nada deixa a se pretender em relação a congêneres até de
cidades maiores - conforme o são, sob o espectro cultural, além do econômico e
populacional, Rio de Janeiro e São Paulo. Isto porque sua planta industrial e o
modus operandi funcional, postados na
dianteira dos modernos equipamentos da indústria e industriosidade temáticas, lhe
concedem identidade absolutamente singular, não incumbindo ensejo a que seja
confundida com nenhuma instituição inserta no ramo de sua operação,
estabelecida que está, ipso facto, na excelente diversidade. Tal
sucede, exatamente, por conta desses predicados, hábil e constantemente
perseguidos e alcançados pelos seus dirigentes e stakeholders, por sua vez aplaudidos pelos seus clientes, que lhes devotam
fidelidade e almejam vida longa para a Organização.
Seu principal, o Dr. Francisco Eulálio Santiago
Costa, teve iniciação gutenberguiana na então tipografia do Colégio Piamarta-Montese, escola técnica dirigida pelos
padres italianos piamartinos, onde, depois de cumprido programa regular e feito
portador de dotações naturais da profissão, já afeito à Ciência dos Cálculos e
à Estética, decidiu abraçar o ofício de arquiteto e urbanista, desenvolvendo
programa de graduação em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do
Ceará.
Após se creditar dos teores de excepcional currículo
oferecido pelas disciplinas, optou por perlustrar um esgalho desse primoroso
mister humano, configurado na simbiose da beleza com a praticidade/funcionalidade
da Arte impressa, sem, no entanto, se distanciar do centro irradiador dos
saberes arquitetônicos e urbanísticos, com assento, exempli gratia, dentre muitos influxos, nas ideias de Vitrúvio (Marco Vitrúvio Polio) – utilitas, venustas e firmitas – o tríade utilidade, beleza e solidez, expressão
paradigmática desse prestigioso ramo científico e artístico.
A Expressão
Gráfica Editora desenvolveu-se
admirandamente nesse entretempo, mercê do descortino dos seus operadores, no
cimo, na ponta e sob a dignidade do Dr. Eulálio, na relação absolutamente
saudável com os clientes, em meio aos quais os produtores de obras científicas,
literárias e artísticas, adotando, permutatis,
permutandis, comportamento semelhante ao há pouco indicado pelas editoras
do Rio, da Capital paulista e do Ceará de antanho, e ao cuidar, pari-passu, do aggiornamento da Casa no concernente aos avanços da Era Tecnológica
e progressos na seara da Administração, Contabilidade e trato cidadão, com
vistas a deixar sempre a Empresa no ponto
ótimo como escopo para o atendimento de nível máximo aos seus demandantes.
Guardo depoimentos, os mais encomiásticos possíveis,
a respeito da recepção operada pelos stakeholders
dessa exemplar Organização, por cuja parte adjetiva, operacional do chão de
fábrica, respondem a finesse e a urbanidade natural do Dr. Mauro Gurgel do Amaral
Neto, por mim experimentadas em cem por cento das vezes em que diligenciei
junto à Editora para cuidar de qualquer assunto. Registram-se, constantemente,
aquela atenção esmerada, a delicadeza natural procedente de sua educação
primorosa e a intenção latente de deslindar os entraves e calhaus, que poderiam
funcionar como anteparos aos nossos desígnios de escritores e outros
demandantes, mas que, em razão do seu empenho, nas mais das vezes, o problema é
dissipado, nos deixando satisfeitos, agradecidos e admirados com tanta lhaneza
de trato – tudo isso extensivamente ao comportamento dos demais assessores – do
Dr.Eulálio como do Dr. Mauro.
A maioria dessas asserções pode ser validada, por
exemplo, pela escritora Professora Maria José Régis Rondon Botelho, habitué da Editora, a qual admira e
agradece, constantemente, o atendimento recebido; pelos escritores, excelentes
caracteres e nossos amigos, Professores Dimas Macedo, Geraldo Jesuino da Costa
e Pedro Henrique Saraiva Leão, bem como por incontáveis pessoas que já
experimentaram a ventura, como eu, de editar pela Expressão Gráfica.
Dr. Mauro Gurgel do Amaral Neto, de formação
polivalente, economista e advogado, emérito autodidata diuturno da temática
universal, faz na sua Editora o papel dos irmãos Garnier e dos demais
recepcionistas mencionados neste artigo. Constitui-se leitor (beirando a
patologia) de novidades, porém, sabe conceder os descontos das procedências
informacionais, e, na sequência, feito intelectual aprestado, logra fazer a
cisão do útil em relação ao ocioso, alcançando com facilidade creditar seus
proveitos e descartar a lia. Tem ele equipagem cultural e científica suficiente
para dar procedimento a um tema proposto, em uma circunstância de visita,
todavia, nem sempre concorda ou aceita como prontas e acabadas as opiniões,
porquanto reúne condições para, caso enviesadas, complementá-las ou repará-las.
A jeito de fim
Não quero acreditar – e não perdoo de modo algum –
que os leitores desta matéria intentem creditar este comentário à conta de uma
publicidade da Expressão Gráfica Editora,
até porque este não é o medium propício
a um desiderato propagandístico, pois existem outros veículos – rádio, Tv,
jornal – por onde as mensagens fluem com maior eficácia, tendo por objetivo o
intento publicitário, com feedback ligeiro.
O moto do artigo é externar um sentimento verdadeiro
de agradecimento e – por que não - de enleamento, pelo fato de essas
ocorrências terem curso num tempo quando os valores se desviam de sua rota
axiológica natural para restarem excessivamente enviesados, com vistas ao
imediato proveito, ao dividendo, ao lucro – este, aliás, escopo primordial da
razão empresarial – porém antecedido por outras exigências, como sucede com os
comportamentos efetivados pela EG neste passo escoliados.
De tal maneira, esses motivos me obrigam a pensar que
eles representam parte considerável do êxito empresarial da Expressão Gráfica e Editora, a qual
pontifica em todo o País como instituição prototípica, e mesmo temática, pois
absolutamente singular, nos seus propósitos de alcance editorial, ao satisfazer
em condições excepcionais os interesses dos seus clientes, nomeadamente os
escritores do Ceará, que lhe consagram a maior benquerença e votam pelo seu
perene sucesso, com existência longa e operosa, como Harvard cearense de energia da arte impressora e Sorbonne da nossa manifestação
visuoeditorial.
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