A França e o mundo estão em convulsão neste momento, em protestos contra o
Islã e o Islamismo, e a favor da liberdade de expressão. Mas a chacina ocorrida hoje (07.01.2015) em Paris, com o assassinato, dentre outros, de quatro jornalistas do semanário satírico Charlie Hebdo, não deve inspirar protestos contra isso
ou contra aquilo.
Georges Wolinski, Jean Cabut, Charb, Tignous |
O que houve foi uma tragédia, uma fatalidade, a ação beluína de seres irracionais
como os bichos de um zoológico. O fundamentalismo religioso tem o efeito mortal
dos micro-organismos que atacam pessoas e provocam epidemias. Então, protestar
contra quem?
Não é caso de protesto, mas de prevenção, de profilaxia, de isolamento, de
combate. Protesta-se contra a incúria e a desídia, contra a corrupção e a
vilania – mas de nada adianta protestar contra a insensatez absoluta, contra as
forças de um movimento sandeu, comparáveis à sanha aleatória de um terremoto ou
tsunami.
As pessoas que praticaram aquele ato selvagem não podem invocar o nome de uma religião, nem de um homem santo, como certamente foi o Profeta Maomé, que
com toda a certeza nada têm a ver com isso. Elas são os sintomas horrendos de
uma moléstia psíquica que ora acomete a humanidade, e que precisa ser erradicada com energia rigorosa, em uma campanha mundial. Protestos pacíficos só lhes
alimentam a sanha e estimulam o desvario.
A ACLJ lamenta e se declara de luto ante esse infausto inominável, que não
é causa de um verdadeiro culto votivo, de uma nação, de uma ideologia social,
de um estado ou país, mas de um surto localizado e abominável de histeria coletiva.
Simbolicamente depositamos uma flor sobre a memória das vítimas, solidarizando-nos às suas famílias. Auguramos que as nações se levantem de vez para o enfrentamento
dessa horda de zumbis celerados que afligem a humanidade, com maior
visibilidade desde o onze de setembro, para que tal não volte a acontecer com inocentes.
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