quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

JE SUIS CHARLIE


A França e o mundo estão em convulsão neste momento, em protestos contra o Islã e o Islamismo, e a favor da liberdade de expressão. Mas a chacina ocorrida hoje (07.01.2015) em Paris, com o assassinato, dentre outros, de quatro jornalistas do semanário satírico Charlie Hebdo, não deve inspirar protestos contra isso ou contra aquilo.

Georges Wolinski, Jean Cabut, Charb, Tignous
O que houve foi uma tragédia, uma fatalidade, a ação beluína de seres irracionais como os bichos de um zoológico. O fundamentalismo religioso tem o efeito mortal dos micro-organismos que atacam pessoas e provocam epidemias. Então, protestar contra quem?

Não é caso de protesto, mas de prevenção, de profilaxia, de isolamento, de combate. Protesta-se contra a incúria e a desídia, contra a corrupção e a vilania – mas de nada adianta protestar contra a insensatez absoluta, contra as forças de um movimento sandeu, comparáveis à sanha aleatória de um terremoto ou tsunami.  

As pessoas que praticaram aquele ato selvagem não podem invocar o nome de uma religião, nem de um homem santo, como certamente foi o Profeta Maomé, que com toda a certeza nada têm a ver com isso. Elas são os sintomas horrendos de uma moléstia psíquica que ora acomete a humanidade, e que precisa ser erradicada com energia rigorosa, em uma campanha mundial. Protestos pacíficos só lhes alimentam a sanha e estimulam o desvario.  

A ACLJ lamenta e se declara de luto ante esse infausto inominável, que não é causa de um verdadeiro culto votivo, de uma nação, de uma ideologia social, de um estado ou país, mas de um surto localizado e abominável de histeria coletiva. 

Simbolicamente depositamos uma flor sobre a memória das vítimas, solidarizando-nos às suas famílias. Auguramos que as nações se levantem de vez para o enfrentamento dessa horda de zumbis celerados que afligem a humanidade, com maior visibilidade desde o onze de setembro, para que tal não volte a acontecer com inocentes.  

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