Soneto da
maturidade
Paulo Ximenes*
Eis o dia! Tudo se
embaça!
Um fardo torpe que
não evito
o que era ouro, já é
fumaça
e eu, poeta, me
interdito.
Cerro meus olhos ao
que vivi
não renego as
veredas que pisei
aceito as dores que
sofri
A fatídica
constatação da verdade
esculpida nos anos
que tracei
caiu-me sem dó, nem
piedade.
Mas bendita a fava
que amarguei
se ainda tenho força
nessa idade
pra contar as
vitórias que logrei.
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