PANELINHA*
Inspirados na Academia Francesa, Medeiros e Albuquerque, Lúcio de
Mendonça, e o grupo de intelectuais da Revista Brasileira idearam e fundaram,
em 1897, junto ao entusiasmado e apoiador Machado de Assis, a Academia
Brasileira de Letras, com o objetivo de cultuar a cultura brasileira e,
principalmente, a literatura nacional. Unanimemente, Machado de Assis foi
eleito primeiro presidente da Academia, logo que ela havia sido instalada, no
dia 28 de janeiro do mesmo ano.
Como escreve Gustavo Bernardo:
“Quando se fala Machado fundou a Academia, no fundo o que se quer dizer
é que Machado pensava na Academia. Os escritores a fundaram e precisaram de um
presidente em torno do qual não houvesse discussão”.
No discurso inaugural, Machado aconselhou aos presentes:
“Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para
que eles os transmitam também aos seus, e a vossa obra seja contada entre as
sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira”.
A Academia surgiu mais como um vínculo de ordem cordial entre
amigos do que de ordem intelectual. No entanto, a ideia do instituto não foi
bem aceita por alguns: Antônio Sales testemunhou numa página de reminiscência:
“Lembro-me bem que José Veríssimo, pelo menos, não lhe fez bom
acolhimento. Machado, creio, fez a princípio algumas objeções”.
Como presidente, Machado fazia sugestões, concordava com ideias,
insinuava, mas nada impunha nem impedia aos companheiros.
Era um acadêmico assíduo. Das 96 sessões que a Academia realizou
durante a sua presidência, faltou somente a duas.
De pé: Rodolfo Amoedo, Artur Azevedo, Inglês de Sousa, Bilac,
Veríssimo, Bandeira, Filinto de Almeida, Passos, Magalhães, Bernardelli,
Rodrigo Octavio, Peixoto; sentados: João Ribeiro, Machado, Lúcio de Mendonça e
Silva Ramos.
Em 1901, criou a “Panelinha” para a realização de festivos ágapes e
encontros de escritores e artistas, como a da fotografia acima.
De fato, a expressão panelinha foi inventada destes encontros, onde
os convidados eram servidos em uma panela de prata, motivo pelo qual o grupo
passou a ser conhecido como Panelinha de Prata.
Machado devotou-se ao cargo de presidente da Academia Brasileira de Letras durante 10
anos, até a sua morte.
Como homenagem informal, ela passou a chamar-se “Casa de Machado de
Assis”.
(Fonte: Wikipedia)
* Panelinha: Segundo o
Dicionário Aurélio, esse termo indica “grupo
literário muito fechado e unido, dado a elogios recíprocos” – já lhe dando
conotação depreciativa, com acepção especial de “conluio para fins pouco sérios”. Mas, remetendo à panela de prata
em que eram servidos os acepipes dos ágapes pré-inaugurais da Academia
Brasileira de Letras, sua origem é lisonjeira.
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