REUNIÃO NA TENDA ÁRABE
E MOMENTO LITERÁRIO
Na noite da última terça-feira (23.07.2019) reuniram-se na Tenda Árabe os acadêmicos Reginaldo Vasconcelos, Rui Martinho Rodrigues, Alana Alencar, Arnaldo Santos, Júlio Soares, Vicente Alencar, Altino Farias, Márcio Catunda, e o convidado Jackson Albuquerque.
Seguiu-se à reunião a sessão de leitura de poesia e de prosa poética, o “Momento Literário da Embaixada da Cachaça”, evento cultural semanal instituído pelo “Embaixador” Altino Farias, Membro Titular Fundador da ACLJ.
Essa prática artística e performática, internacionalmente designada como poetry slam, nasceu em Chicago, na Green Mill Tavern, em meados dos anos 80, por inciativa do escritor Marc Kelly Smith, disseminando-se por todo o país e depois pela Europa, e por outras partes do mundo. A palavra inglesa slam refere a poesia produzida para ser lida em público.
Participaram da declamação Altino Farias, Márcio Catunda, Vicente Alencar, Reginaldo Vasconcelos, Luciano Maia, Akemi Ito e Romeu Duarte, que apresentou, com voz e violão, uma canção de sua autoria, em parceria com Luciano Maia. Na self, o casal de poetas da ACLJ, Alana e Júlio.
COMENTÁRIOS
Na reunião da ACLJ desta
última terça-feira, na Tenda Árabe, a leitura de um prefácio produzido para o
próximo livro do confrade Rui Martinho Rodrigues, obra que está no prelo, suscitou
uma sadia discussão sobre a diferença entre as expressões “argumento de
autoridade”, em português, e outra em latim, “argumentum ad baculum”, lembrada pelo acadêmico Júlio Soares, que é bem versado no idioma litúrgico eclesiástico.
Apurou-se que, em ambos os
casos, trata-se de postulados dogmáticos, que, portanto, tem-se que aceitar sem
discutir. Mas “argumento de autoridade”
é aquele que se pretende consagrado e irrefutável em virtude de ser abonado
pela citação de sumidades na matéria. Já “argumentum
ad baculum” é a afirmação imposta pela autoridade da Igreja.
Isso levou ao comentário de
que a palavra “báculo” é um sinônimo clássico de “cajado”, utilizado geralmente
em referência ao “báculo episcopal”, o longo bastão de extremidade encurvada,
tradicionalmente portado pelos bispos, ou ao “báculo papal”, empunhado pelos
papas.
Entrou-se então por
especulações sobre a etimologia da palavra “imbecil”, que viria do latim
indicando aquele tão desassisado, tão desatinado, que sequer usava um bastão (ou
um báculo) para se defender e se impor socialmente, segundo as necessidades e
costumes da Antiguidade.
Porém apurei depois que a acepção
da palavra “imbecil”, na sua versão latina, não indicava o idiota, como indica
hoje, mas o fisicamente doente, o debilitado, o vulnerável, de modo que seria
aquele que não podia prescindir de um bastão para se locomover.
Tudo indica então que, enquanto
o termo “báculo” evoluiu semanticamente para significar o cetro que indica autoridade, o palavra “imbecil” migrou
semanticamente da acepção de deficiente físico para a de tolo ou inepto. Esse é
o nível das conversas e debates nas reuniões da ACLJ – o que deveria ser também no
âmbito das demais academias literárias.
Reginaldo Vasconcelos
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Após tão eloquente e bem fundamentada tese, nada mais resta senão
dizer: Sine glosa. Brilhante. O nível
dessa e de tantas conversas resta notado que a Academia Cearense de Literatura
e Jornalismo tem prestado uma valorização da cultura, seja local, seja nacional,
em todos os tempos.
Júlio Soares
Após tão eloquente e bem fundamentada tese, nada mais resta senão dizer. Sine glosa. Brilhante. O nível dessa e de tantas conversas resta notado que a Academia Cearense de Literatura e Jornalismo tem prestado uma valorização da cultura seja local, nacional e de todos os tempos.
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