Hora de voar
Edmar Santos*
Prepare-se. Você
nasceu e o processo de aprender a voar geralmente é longo para a maioria de nós
– humanos não alados. Voos prematuros? Sim, acontecem.
O início é sempre de
dependência absoluta do outro; seremos carregados nos braços de quem nos
ensinará a dar os primeiros passos. A fragilidade é nossa marca de nascença.
Joelhos e mãos no
chão; um arrastar por pequenos espaços serão prospecções do quanto teremos que
caminhar. Para onde? “Para a esperança”, é a resposta mais conveniente – creio!
Segurando na mão de
quem nos sustenta em pé, ensaiamos o primeiro passo de inúmeros que se
sequenciarão, enquanto não voarmos. Aos sem asas, primeiro cabe caminhar, antes
da pretensão do voo. Para onde? Para onde nasce a esperança; parece-me ser uma
resposta adequada à incerteza do futuro. Creio!
Assumimos nossos
próprios passos e seguimos os caminhos de nossas escolhas. Agora somos livres;
independentes para a fase final do processo. Quanto tempo durará? O tempo
necessário ao alcance do que se “esperançou”. Até onde podemos esperançar? Você
é o seu limitador. Ou seja, o vento está a soprar, se souber aonde que ir, ele
o levará; se não souber, o levará mesmo assim.
Alguns se prepararão
por toda a vida para voar, apenas por esse céu que os olhos alcançam. Outros
alçarão voos mais longínquos e alcançarão o “terceiro céu”, ou até outros céus,
conforme esperançar. A energia que nos move e que nos faz ser o que somos,
sairá desse casulo que chamamos corpo, e alçará o voo que nos é uma certeza
imposta ao nascermos. Voaremos por fim.
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