CIDADE NA MEDIDA
Totonho Laprovitera*
Totonho Laprovitera*
Para mim, falar de cidade é pensar em qualidade de vida. Cogitar a razão da sua existência, de suas razões e de seus significados. É dizer sobre a sua ambiência e a sua escala.
Sobre escala, eu entendo o
palmo como muito mais do que os estipulados 22,86 centímetros medidos com a mão
toda aberta desde a ponta do dedo polegar até a ponta do dedo mínimo. Assim
como a braça (com 2,20 metros, medidos de ponta a ponta de cada braço aberto
dos dedos maiores das mãos), o côvado (com 67,2 centímetros medidos da
distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio da mão), o pé (com 30,48
centímetros, calculado no tamanho do pé de um homem), a polegada (com 2,54
centímetros, da largura do dedo polegar humano na base da unha) e a passada,
além dos convencionados 64 centímetros.
Seguramente, são medidas
que contém sentimentos e carregam em silêncio os desejos do “ir e vir”, do
“partir e chegar”, do “planejar e realizar”. Muito mais do que números, elevam
os sentidos das pessoas, oferecendo-lhes a extensão de referência com o próprio
corpo humano.
Pois é, aí eu me lembro de quando certa vez disse Dr. Fran Martins, na medida certa, ao apresentar a minha
exposição “A Cidade como Extensão do Corpo”, em 1982: “Os desenhos de Totonho
Laprovitera representam um grito em favor da humanização da cidade – já que as
cidades, como as pessoas, tem um corpo cuja beleza depende exclusivamente dos
cuidados e do carinho dos que a administram e dos que a habitam”.
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