sexta-feira, 12 de julho de 2019

POEMA - Futuro do Pretérito (AA)


FUTURO DO PRETÉRITO
Alana Alencar*


Por um segundo, todo gerúndio projeta-se num futuro do pretérito...
e, eternos, nossos verbos certos conjugam-se no presente. A voz que guia a mão... indica língua e pensamento.



Um corpo que estreita... declina. Conjuga-se, esquiva-se, deleita-se. Repete-se.
O seio, a sombra, o resto...
O tempo mais que perfeito é pretérito.

Noutro segundo, todo gerúndio acorda e cego chora ser indicativo. Fora, dentro, entre.
A voz que permanece. Um corpo que responde... conjuga-se, esquiva-se, maltrata-se. Repete-se.

O outro, a sombra, o nada.
Impossibilidade de qualquer conjugação.
É a razão.
É a palavra.


Nenhum comentário:

Postar um comentário