sábado, 20 de julho de 2019

POEMA - Acerca do Soneto Amigo (GJ)


ACERCA DO SONETO AMIGO, 
DE VIANNEY MESQUITA
Geraldo Jesuino*
(No dia do Amigo, 20.07.2019)

                                                                      
Amigo é um termo por demais bonito,
Mas de esquisito, estranho, teor destoante,
Porque, num instante, poderá mudar o rito
Prescrito pela execução de um rompante.

Amigo, de ouro, prestígio e gabarito,
Não é um mito, mas verdade ao seu talante,
Uma vez gigante, de aquisições proscrito,
Resta maldito e vai encaminhado adiante.


De bicho e gente, entanto, o proceder destoa
E já não há qualquer amigo no recinto,
Pois para sempre sumiu, doa em quem doa.

Do amigo se esvai eternamente a loa,
Porque, assim, manifestava Alcides Pinto: 
Gente é bicho ruim, porém bicho é gente boa.  (Vianney Mesquita)                                   


Meu caro amigo Vianney Mesquita, irmão.
       
Não faz muito, me peguei pensando e quase tendo a certeza de que felicidade não tem residência fixa, um rosto, nem jeito. Não é só a faceirice trêfega ou o reflexo inquieto das fartas luzes. Às vezes é simplicidade e sombra acomodada. É certo que está ali, que é possível. Resta chegar lá com o espírito, quando, materialmente, aí já estamos.

Ao muito, cuidadosamente, aprendo sobre “amigos” e “AMIGOS”, e, quando às luzes, se somaram muitas venturas, amparos seguros, esteios e antídotos quase eficazes para o enfrentamento daquela solidão, do sentimento de abnegação e da infinita pequenez, quando às sombras.

Amigo, entretanto, nunca é “ontem”, nunca é “por quê”, nunca é “mas”, nunca é “talvez”. É o que está, o que é; no alto, no baixo, na claridade, na sombra, no olho do furacão e na mansidão das brisas.

Também, algumas vezes, ouvi do gênio Alcides Pinto: - Por que você precisa de sessenta amigos, se pode ter só cinco?

Acho que nunca tive os sessenta amigos que julguei ter, mas sei que tenho cinco dos quais preciso e que não dispenso por nada! Todos, aos seus jeitos, são poetas. Uns, como ninguém, fazem sonetos.

Tenho lido os teus escritos, os poemas. Tenho escrito muito pouco, desenhado muito pouco. Trabalhado pouco. Tenho gastado tanto tempo, e as minhas mãos cavando a saída para aquela felicidade com a qual me iniciei aqui.

Não abro mão dela. 

Não estou longe.


A vida fez uma curva; não nós...


Nenhum comentário:

Postar um comentário