quinta-feira, 6 de setembro de 2018

RESENHA - Programa Da Hora (06.09.18)


PROGRAMA “DA HORA”
APRESENTADOR
ALFREDO MARQUES
TV UNIÃO
 06.09.18

O Programa Da Hora – que vai ao ar, ao vivo, de segunda a sexta-feira, às 12:30h, com reprise às 18:30h, pela TV União (Canal 17.1 na TV aberta e 521 na Multiplay) – na edição desta quinta-feira (06.09) teve a participação do seu apresentador titular Alfredo Marques, e dos também advogados Roberto Pires e Reginaldo Vasconcelos, presidente da ACLJ. Na edição ao vivo, antecipado para as 12:00h, durante o período da propaganda eleitoral.



A edição foi toda dedicada a discutir a moral pública no Brasil – começando pelo desvirtuamento do Auxílio-Moradia para os magistrados brasileiros, um benefício justo para os juízes substitutos (em princípio de carreira), lotados nas comarcas mais distantes, e por período incerto. 

Essa verba, mais de 4.00o reais, que tornou-se um penduricalho salarial, ou salário indireto, é indevidamente aproveitado por quem já está estabilizado em entrância especial, e possui casa própria – e até vivendo em mansões, como a imprensa registrou em relação ao casal Marcelo e Simone Bretas, ambos juízes no Rio de Janeiro, que assim mesmo acumulam a vantagem.

Falou-se também do parecer da Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, em que considerou a atipicidade penal da conduta do candidato Bolsonaro à Presidência da República, ao dizer que fuzilaria todos os partidários do PT. 

Alfredo Marques considerou que essa declaração pode configurar o delito de incitação ao crime, já que a a Procuradora Raquel entende não se poder subsumir o caso a um dos crimes contra a honra, ou ao crime de ameaça.

De fato, pela fragmentariedade do Direito Penal, bem como pelo princípio da intervenção mínima, esses crimes não se configuram quando não há uma pessoa física identificada como vítima, bem como quando o agente pratica o ato de forma reflexa a um agressão sofrida, ou com intenção de fazer graça. Evidentemente todos consideram o absoluto despropósito dessa atitude do candidato, atentando contra a  cultura de paz de que o País está carecendo.

Instado por Alfredo Marques, na sua condição de  intelectual de Academia Literaria, Reginaldo Vasconcelos discorreu sobre o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, causado por incúria governamental, lamentando o infausto terrível  para a cultura brasileira, sua História, sua memória, e para o patrimônio cultural da humanidade  um raro museu enciclopédico, que reunia documentos históricos e arqueológicos, peças de arte, mobiliário da Monarquia Brasileira, coleções geológicas e biológicas importantes, relíquias étnicas, antropológicas e paleontológicas.

Relembra Reginaldo que, há muitos anos, na condição de jovem repórter entrevistou em Fortaleza  o paleontólogo Alexander Kellner, um teuto-brasileiro radicado no Rio de Janeiro desde a infância, que vem muito ao Ceará pesquisar fósseis de pterodáctilos encontradiços na Chapada o Araripe. Ele era diretor de paleontologia do Museu Nacional, e apareceu verdadeiramente arrasado nas reportagens sobre as perdas dolorosas.


Roberto Pires provocou o colega de bancada a respeito do colete com grafismos temáticos que este usava  – comparando-o à cortina de sua casa – e referindo a um telespectador que indagou pelo Whatsapp do programa se o convidado seria advogado dos congelados”, personagens de época de uma novela da Globo, atualmente em exibição. 

Rindo das invectivas bem-humoradas do Roberto, que tem ótima veia cômica, Vasconcelos esclareceu que escolhera aquele colete porque a temática de suas estampas remete ao acervo do Museu Nacional, agora perdido para sempre.

Ao final, Alfredo Marques concitou de público Lula da Silva a aproveitar o tédio do cárcere para produzir uma autobiografia em que exponha os esqueletos que ainda se escondem nos armários da República, a que Reginaldo Vasconcelos acrescentou que, se o ex-presidente fizesse isso, resgataria sua imagem de grande estadista e de honrado patriota.

Roberto Pires concluiu com um apelo aos brasileiros, no sentido de que façam uma faxina moral nesse País, neste momento eleitoral, evitando votar em qualquer político com ilicitudes no currículo.   

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