ÁRABE E ÍNDIO
BRASILEIRO
Vianney Mesquita*
Piada – piado, pieira, pio. Pilhéria, dito picante, remoque,
picuinha, chiste. FRANCISCO FERNANDES e
CELSO PEDRO LUFT – Dicionário de
Sinônimos e Antônimos da Língua Portuguesa. São Paulo: Globo, 1995).
Parabenizo, antes, o
jornalista Reginaldo Vasconcelos pelo escrito de hoje – veraz, comedido e
oportuno – a respeito do atentado de ontem (06.07.2018), em Juiz de Fora-MG, ao
candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, mais uma ação criminosa a nos
envergonhar, em especial por parte do povo latino-americano, e que quase levou
a óbito aquele postulante ao mais alçado lugar do Poder Executivo patrial,
sugestionado pelo Barão de Montesquieu.
A fim, no entanto,
de amatar um pouco status quo de tal modo degradante pelo qual transita o
Brasil, reproduzo esta piada ouvida recentemente de um amigo, com o sal e a
pimenta peculiares à gostosura da graça brasileira, diametralmente contrária ao
ror de desconchavos morais que, de há muito, assacam esta Pátria, à qual me
ponho genuflexo no dia em que perfaz 196 anos que se independizou de Portugal,
em 7 de setembro de 1822.
***
Na primeira dezena
de junho, um homem, medianamente escolarizado, com procedência familiar da
costa sul da Bahia, ao adentrar um ônibus Fortaleza-João Pessoa, deu de cara
com uma mulher muito bonita, cerca de 40 anos, pernas bem torneadas, vultosas e
cruzadas, com indumento vistoso e curto, postada na segunda fila de assentos.
Interesse imediato o tomou de assalto e achou de aboletar-se na cadeira vizinha
à dela. De esguelha, fitou-lhe a sinistra e certificou-se de que não usava
aliança, fato que alimentou sua vontade de entabular conversa com a moça, o que
fez incontinenti.
Está em gozo de férias, ou vai à Paraíba a
serviço?
– Sou de Natal, me
chamo Joana Angélica. Passei uns dias aqui na casa de um parente e agora me
dirijo, depois de ficar dois dias em JP, a umas escolas secundárias de Bayeux, Mamanguape
e Santa Rita, fazer em uma semana umas palestras para os jovens da rede
pública estadual de ensino.
– A senhora, então,
é professora, pedagoga?
– Não. Sou sexóloga.
– Sexóloga... E o
que faz um sexólogo.
– É a pessoa versada
em sexologia, ramo científico cuja finalidade é estudar normativamente a
sexualidade e os problemas fisiológicos ou psíquicos com ela relacionados.
Constitui missão importante e espinhosa.
– Sim. É claro!
Muitas pessoas pensam que sexo e sexualidade são coisas simples, mas, ao que
parece, não é bem assim...
Dra. Joana Angélica,
muito loquaz e, havendo simpatizado com esse seu circunstante, conversou à
farta acerca de temas sexuais e sexológicos, até que, desde certo momento,
prosseguindo nos meandros do seu ofício, a pouco e pouco, foi debulhando curiosidades
insertas no tema.
A certa altura da
palestra, informou que os árabes são os homens mais bem-dotados de órgãos
sexuais, pois os portadores das maiores genitálias em todo o Mundo. Na
sequência, aduziu a informação de que, de todas as raças hominídeo-descendentes,
os índios brasileiros são os machos que possuem o orgasmo mais demorado,
superior ao dobro de tempo orgástico dos demais seres humanos.
Fez, então, parênteses
na conversa e disse:
– Estamos quase
chegando a Mossoró, dialogando há quase três horas, e o senhor ainda não me
disse seu nome.
– Ah, sim, é
verdade! Chamo-me Muhamad Pataxó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário