O MITO VIRA MÁRTIR
“BRASIL, ACIMA DE TUDO;
DEUS, ACIMA DE TODOS”.
e
A primeira coisa que me ocorre
sobre o atentado a faca contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, acontecido ontem (06.09.18), em Minas Gerais, às vésperas do Dia da Independência do Brasil, é a imensa parcela de
culpa dele mesmo no episódio – segundo os cânones da “vitimologia” – ciência
que estuda a participação da vítima para o desfecho do sinistro em que foi
vitimada.
Bolsonaro vinha se oferecendo em holocausto, mesmo antes da campanha,
mas principalmente após o seu início, quando os ânimos se acirraram – e eu já
vinha comentando isso com os íntimos, sempre que via o “Mito” nos braços do povo,
sem os cuidados necessários, com base na minha longa experiência no Palácio da Abolição, na Assistência do
Governador e na Casa Militar, acompanhando eventos, campanhas políticas e viagens do Executivo Estadual pelos belicosos sertões do interior do Ceará.
A segunda observação que faço é quanto à falha evidente da equipe de
segurança que servia ao candidato, que permitiu a aproximação de um estranho, de
feição lombrosiana, o qual teve tempo de sacar a faca, brandi-la no ar (como um
vídeo flagrou), antes de se aproximar e desferir a estocada.
Embora evitando abordar preventivamente a pessoa suspeita, que
realmente poderia ser um mero simpatizando do candidato, os policiais deveriam
tê-lo sob vigilância velada, de modo a poder abafar a sua eventual ação
agressiva logo que ela se insinuasse.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUl5Enw0cFKsHE14Pl9OPkkxFnUiWvT3GV-5VpAKXOkhUD22JzZMJpATeRVzi2H1onIJu4d786wn30pV0ujgomjNwdHd7fsbqwlaz3WbvbjoL_IrkRXYL8wiwEuEhB9mRQcrRDFeNSWBsW/s320/BOLSONARO+I.jpg)
Antes de tudo, os componentes de equipes de segurança precisam se conhecer muito bem fisionomicamente, de forma prévia, para facilmente se identificarem na multidão,
e durante um eventual tumulto – policiais federais, policiais militares locais,
guarda-costas particulares – para que não seja possível que um popular se
infiltre e aproxime, confundindo-se com um deles – o que neste caso pode ter
acontecido.
Contudo, o fato é que o desfecho mórbido do atentado a Bolsonaro
poderia ter sido mais grave, enquanto, do ponto de vista eleitoral, não poderia
ser mais auspicioso, pois quem sofria uma antipatia aguda e contava com reduzido
espaço de propaganda para mitigar essa rejeição, passa agora a ser o foco das
atenções na imprensa e objeto da comiseração popular e da solidariedade pública.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnA7Cx95_ZYiVup__mGqTGkgejc5Ru6vOb-o9GpG2goCsNa2JHupTwr6hQM32peMtGBkhY0MGeWda2BrA4Hqgj7JKHOShOpwQOmYptnBslSzxWmyX8ivp94GIjXsspBOu9a5bNwa2kLhMR/s200/BOLSONARO+II.jpg)
É claro que os seus opositores vão explorar o episódio como sendo consequência
da incitação à violência de que Bolsonaro é acusado – porém, hastear esse
argumento pode ser um tiro no pé, porque o que o candidato defende é exatamente
o “monopólio estatal do uso da força”, na expressão de Max Weber – ou a
violência oficial reflexa e justa contra a escalada criminal – e não será inteligente apoiar ou justificar
a ação ilícita praticada contra quem se insurgia vigorosamente contra ela.
07 de setembro de 2018
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